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6/03/2025 – Tome a sua cruz... (Lc 9,22-25)

Por Antônio Carlos Santini

6/03/2025 – Tome a sua cruz... (Lc 9,22-25)

            Este Evangelho não é para todos. Não é para a multidão amorfa. Não é para o público agitado dos “shows” de evangelização. Sua frase nuclear começa por uma condicional: “Se alguém me quer seguir...” Logo, trata-se de um convite para o futuro discípulo. Só para discípulos...

            O miolo do convite é este: “Tome cada dia a sua cruz e siga-me!” E é seguido de violento paradoxo: todo aquele que pretende salvar a vida, perde a vida. Ao contrário, quem aceita perdê-la, acaba por salvá-la. E o inevitável divisor de águas entre a perdição e a salvação é... a cruz!

            Logo a cruz?! Não havia algo mais simpático? Logo esse antigo instrumento de tortura que os romanos tomaram de empréstimo aos persas para levar à morte escravos fugidos e revoltosos? Suplício tão brutal que não podia ser infligido a um cidadão romano, como Paulo apóstolo?

            Tomar a cruz... Abraçar a cruz... E logo se erguem vozes de rebate a nos acusar de masoquismo, pois não conseguem perceber a relação necessária entre o sofrimento aceito livremente e o amor que explode no coração. Quem ama sofre. É no dia do sofrimento que o amor alegado pode ser comprovado.

            Meditando nisso, escrevi o soneto “Declaração de Amor”:

 

Eu quero te amar, bendito lenho,

De onde o Sangue escorre como um fio:

Se mergulho minha alma nesse rio,

Eu tenho a salvação, a vida eu tenho!

            Se ao Gólgota rochoso, humilde, venho,

            É porque tenho o coração vazio

            E nada achei que me aquecesse o frio:

            Nem ouro, nem a força, nem o engenho...

Aqui estou, ó Cruz, com meus cansaços,

Pra me entregar e abrir de vez os braços,

Unindo para sempre os meus aos teus...

            Quando a morte passar, levando tudo,

            Hão de encontrar aqui meu corpo mudo,

            Mas a minha alma voará pra Deus!

 

Orai sem cessar: “Nisto temos conhecido o amor: Jesus deu sua vida por nós.” (1Jo 3,16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

 

 

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