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01/07/2019 Denilson Mariano da Silva Edição 3914 Sejamos mais solidários
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"Não podemos deixar que sejamos levados pela “onda” da violência, da indiferença, da intolerância."

Sejamos mais solidários...

 

Talvez seja ainda ariscado afirmar, mas já dá para intuir que padecemos de uma espécie de involução social no Brasil. Quando cresce o acesso ao trabalho, ao estudo, ao emprego, à saúde, à assistência social e juntamente com isso verifica-se um aumento nos índices econômicos, então podemos afirmar que estamos em processo de evolução, de crescimento social. Quando as pessoas crescem na capacidade de diálogo, no respeito às diferenças, na tolerância religiosa... quando se dá passos para a garantia da vida e do bem estar de todos... quando a justiça figura verdadeiramente acima dos interesses particulares e de grupos... estamos diante de uma evolução social.

Por outro lado quando assistimos ao crescimento da intolerância religiosa e do desprezo às minorias, quando aumenta de maus tratos aos migrantes, aos moradores de rua e indefesos; quando crescem as agressões e mortes de mulheres, negros e empobrecidos; quando a homofobia leva à violência e morte de pessoas que compõem o grupo LGBTI; quando a violência verbal, física e armada cresce por todos os lados, decididamente estamos diante de uma involução social. Estamos decrescendo socialmente...

Presenciamos um estágio social em decadência, em um processo de regressão, uma espécie de retorno à barbárie, aos tempos em que o ser humano agia mais dominado pelo instinto e pelo uso da força, que guiado pela razão. Mais orientado pelo espírito do ódio e pelo rancor, que guiado por uma sadia espiritualidade; Mais propenso ao enfrentamento irresponsável que ao diálogo maduro, honesto e sincero. Erroneamente entendendo-se como “superior aos demais”, guiado por falsas verdades e incapaz de enxergar os próprios erros e limites.

Diante da situação social em que nos encontramos, não podemos ficar na simples condição de vítimas, muito menos ignorar a trama social em que vivemos, que nos atinge e fere não somente os princípios cristãos, mas até o mínimo da civilidade que prevê: “meu direito vai até onde começa o do outro”.

Na qualidade de cristão e como seres humanos, somos chamados a uma postura mais firme e convicta diante desta situação de involução social. Não podemos deixar que sejamos levados pela “onda” da violência, da indiferença, da intolerância. Temos de fazer jus à pessoa de Jesus que nos deixou um caminho a ser seguido: o caminho da vida em abundância para todos (cf. J0 10,10) e de que somos todos irmãos (Mt 23,8). Qualquer ameaça ao outro, qualquer ameaça a vida humana e à vida do planeta representa um atentado à convivência e um atentado ao Criador.

Nossa busca de Deus e nossa vivência espiritual deve nos conduzir, cada vez mais, a atitudes mais plenamente humanas e sadias, mais solidárias e responsáveis, mais harmoniosa para conosco, para com nossos semelhantes, para com a natureza e o Criador. Somos imagem e semelhança de Deus. Que saibamos criar espaço para que floresça em nós o que temos de melhor e mais humano. Isto nos fará mais felizes, mais próximos de Deus e mais próximos uns dos outros.

Somos desafiados a seguir as trilhas do Evangelho que apontam para a acolhida e a solidariedade. Somos chamados a pensar, refletir, buscar e construir uma sociedade “onde caibam todos”, onde todos tenham o mínimo necessário para uma vida com dignidade. Que em cada gesto, atitude e decisão, sejamos um pouco mais solidários... E isso é prá começo de Conversa.

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