Formação Juventude
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09/04/2020 Frt. Dione Afonso, SDN Edição 3923 “Jovem, eu te digo, levanta-te”
F/ Estrevan
" Fazer a pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem"

 

Em 1985, a ONU declara o I Ano Internacional da Juventude. Na ocasião, São João Paulo II, o então papa, convocou os jovens de Roma para um encontro no Domingo de Ramos. 300 mil jovens atenderam ao convite. Nesse dia foi dada a largada das Jornadas da Juventude. Desde então o Domingo de Ramos em todas as igrejas do mundo passaram a celebrar o “dia da juventude”, configurando assim um momento especial para os jovens, convidando-os a participarem da vida de Jesus com mais intensidade.

 Jornadas Diocesanas de Juventude - 2020

“[...] fazer a pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem, para que Ele possa ser seu ponto de referência constante e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso para a educação das novas gerações” [S. João Paulo II] é o objetivo principal das JDJs. As Jornadas Diocesanas das Juventudes são fortalecidas pelos DNJs – Dia Nacional da Juventude – celebrados nas pequenas comunidades. Cada paróquia se une, então, e celebram com toda a Diocese a JDJ. Quem convoca este evento é o papa. A cada triênio o pontífice traça um percurso de reflexão para que os jovens de todo o mundo possam rezar em sintonia por seus sonhos e suas inquietações. Este caminho culmina na JMJ, a Jornada Mundial da Juventude que é celebrada com a participação do papa que se reúne com jovens do mundo todo.

Para este triênio 2020-2022, o papa escolhe o verbo LEVANTAR que revela uma forte iniciativa de se colocar de pé e caminhar. “Jovem, eu te digo, levanta-te” [Lc 7, 14], Cristo nos oferta um novo sentido para a vida. Colocar o jovem daquela pobre viúva de pé não revela apenas um simples milagre ressurreto, mas revela uma ação libertadora de alguém que está preso num sofá, sem iniciativas, cabisbaixo e sem perspectivas de vida. É hora de caminhar. Deus, em seu Filho nos mostra um caminho novo. Um caminho que nos tira da mesmice dos jogos online e nos faz enxergar um novo jogo: o jogo da vida.

 Não a uma cultura de morte

O tema da 35ª JDJ nos coloca diante da mais forte denúncia do papa Francisco: “Não podemos ser coniventes com essa cultura de morte que destrói nossa humanidade, atingindo primeiro os mais fracos”. Levantar é assumir sua posição diante de nossa sociedade. A JDJ é proposta para ser celebrada dentro do espírito quaresmal. Esse tempo litúrgico é o que inspira as práticas de ação missionária da Campanha da Fraternidade. Somos chamados a defender a vida do jovem como dom. Nosso compromisso é vencer as fases desse jogo e lutar para que todos vençam.

Convidar alguém a se levantar é apresentar a ele a alegria da ressurreição. A alegria de celebrar a Páscoa. Para isso é preciso rever entre nós a nossa fraternidade. “Se você agisse bem, andaria com a cabeça erguida” [cf. Gn 4, 6], mas Caim alimentava dentro de si a inveja e o ciúme pelo próprio irmão. O que mata Abel não é a predileção do Senhor, mas é a falta de fraternidade do próprio irmão. Hoje o índice de depressão cresce de forma exorbitante. A automutilação torna-se comum entre os jovens. Tudo o que eles querem é esquecer de uma dor interna, “provocando ferimentos externos com o objetivo de aliviar o sofrimento, a dor emocional e a angústia internas” [Texto-Base da CF-2020, n.38-39].

Vemos nas Redes Sociais uma espécie de “caixa amplificada que espalha o ódio e todos os tipos de violência. A banalização da vida entra no mundo virtual, cresce as fake news, o uso de perfis falsos e a disseminação de comentários maldosos, caluniosos e cheios de raiva sem nenhuma preocupação com a vida do outro” [TB, CF-2020, n. 49-50]. “Os jovens entre 15 e 29 anos estão entre as maiores vítimas do suicídio, considerada a quarta maior causa de morte nessa faixa etária” [TB, CF-2020, n.40].

 Ser jovem é um dom

Estamos diante de uma sociedade que prega a cada dia o ódio e a violência impregnada de arrogância e sem o sentimento de fraternidade. “Muitos jovens são ideologizados, usados e aproveitados como bucha de canhão ou como força de choque para destruir, intimidar ou ridicularizar outros” [ChV, 73]. Quantos de nós descartamos, discriminamos e condenamos aquele jovem “muleque” de favela, de “cabelim” descolorido, brinco alargador na orelha, tatuagem no pescoço – e é assim que a gente germina o preconceito –, quando somos vítimas deles, ou quando, com o poder de uma arma de fogo, ou o delírio entorpecente de drogas tiraram a vida de alguém próximo de nós? Até quando os Caim irão continuar matando os Abel, o próprio irmão por ciúmes, inveja, ódio?

Ninguém, nem mesmo o jovem, deve ser desprezado e injustiçado pelo seu erro. Toda pessoa é maior que o seu pecado. Enquanto estivermos cantando o mantra que “bandido bom é bandido morto” vamos continuar alimentando essa realidade dura e sofrida de tantos irmãos nossos caídos e lançados à própria morte. Dizer não a uma cultura de morte é lutar contra essa realidade. É saber perdoar e resgatar a vida de tantos que estão jogados nesses becos e como Jesus falar com força: levanta-te!

Vamos rever nossa fraternidade. Para isso é preciso rever o nosso olhar. A maneira como olhamos para esses que sofrem, que olhamos para o próximo é o que define como iremos agir. Se olharmos o jovem com todos estes estereótipos, vamos continuar contribuindo para que continuem sendo vítimas nas via-crúcis de hoje, crucificados e torturados por um sistema que alimenta a cultura do descarte e do esquecimento. Mas, se olharmos com misericórdia, se olharmos como um irmão nosso que precisa de correção, “de um sinal para que ninguém o mate por vingança” [cf. Gn 4,15] talvez aprendemos que não somos autossuficientes, talvez esse seja o primeiro sinal de uma verdadeira conversão.

 Para rezar e discutir em grupo:

Temos sentido a dor dos jovens que nos cercam ou continuamos indiferentes diante dos sofrimentos que continuam matando nossa juventude? Que palavras de ânimo temos dirigido aos nossos jovens?

 

 

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