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22/04/2021 Antônio Carlos Santini  Edição 3935 11. O Sal Símbolos da Bíblia
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"Os antigos associavam o sal à sabedoria, pois esta sabe “temperar” as palavras e as atitudes da pessoa. "

 

  1. SAL

“Vós sois o sal da terra.” (Mt 5,13)

 Desde os tempos antigos, o sal foi um produto de elevado valor, a tal ponto que podia substituir a moeda como pagamento pelo trabalho, dando origem à palavra “salário”. Essencial para a conservação dos alimentos, tinha também aplicações medicinais. No Livro de Ezequiel, o Senhor se dirige a Jerusalém como uma criança que não teve os devidos cuidados ao nascer: “Não foste lavada para a tua purificação, não foste esfregada com sal, nem foste enfaixada”. (Ez 16,4)

O seu poder purificador se manifesta quando o profeta Eliseu saneou com um punhado de sal as águas de uma fonte insalubre, que podiam matar ou tornar as mulheres estéreis (cf. 2Rs 2,19-22). O Livro do Levítico determina que todas as oblações no culto a Yahweh sejam salgadas, pois ao sal se atribuía uma virtude purificadora.

Tão importante era a disponibilidade do sal que, na visão da água que brotava do Templo e se tornava um rio, irrigando o deserto e devolvendo a vida à região árida, “os brejos e pântanos não serão salubrificados; antes serão deixados como reservas de sal” (cf. Ez 47,11). Segundo nota da TEB, a região sulfurosa do Djebel Usdum apresenta depósitos salinos de forma curiosa, que podem lembrar uma mulher; esta seria a fonte da história da mulher transformada em sal (cf. Gn 19,26).

Os antigos associavam o sal à sabedoria, pois esta sabe “temperar” as palavras e as atitudes da pessoa. O antigo rito do batismo incluía depositar uma pitada de sal, previamente exorcizado, na boca do batizando, com as palavras: “Recebe o sal da sabedoria” (Accipe salem sapientiae). O apóstolo Paulo exorta os cristãos de Colossos: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal”. (Cl 4,6)

Logo após anunciar as bem-aventuranças típicas dos discípulos fiéis, Jesus Cristo realçou a missão que lhes cabia – ser o sal da terra – e o risco de falharem no caso de se tornarem insossos, incapazes de salgar. Na verdade, o texto grego fala em um “sal louco”: “hálas moranthei” (cf. Mt 5,13), no mesmo sentido em que chamamos de “louca” a agulha de uma bússola que não aponta mais o norte. Assim, perder a sabedoria de Deus é tornar-se louco e falhar na missão.

Alguns textos bíblicos: Nm 18,19; Jó 6,8; Mc 9,50.

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