Roteiros Pastorais Homilética
Compartilhe esta notícia:
19/06/2021 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3937 12º DOMINGO COMUM - 20/6/2021
F/ Pixabay
"Jesus tem poder sobre as forças do mal que ameaçam a comunidade... Por que são tão medrosos? Ainda não têm fé?"

12º DOMINGO COMUM - 20/6/2021

 1ª LEITURA - Jó 38,1.8-11

O livro de Jó é uma reflexão sobre o sofrimento humano e uma contestação da teologia tradicional, que afirmava simplesmente que Deus castiga os maus e recompensa os bons nesta vida. Satanás desafia Deus dizendo que a bondade e a justiça de Jó são interesseiras, isto é, Jó é bom só porque nunca teve problemas, sofrimentos ou carências. Então, Deus permite que Jó caia na miséria e no sofrimento. Jó, então, pergunta a Deus por que ele está sofrendo e desafia Deus de achar nele algum pecado que justifique seu sofrimento.

Os capítulo 38-41 são a resposta de Deus. Mas Deus não acusa Jó, nem responde sobre as causas ou as origens do mal. Deus apenas faz Jó perceber sua arrogância e atrevimento. Deus lembra a Jó sua condição de criatura; ele não pode entender todas as coisas; Deus, porém, é o criador e Senhor de tudo. Quem vai dar uma resposta ao sofrimento humano é o próprio Filho de Deus, na cruz. O capítulo 38 mostra Deus como Senhor da terra (38,4-7), do mar (38,8s) e da tempestade (38,19ss).

O nosso texto mostra de modo muito poético a soberania de Deus sobre as forças que geram o mal, aqui simbolizadas pelo mar. O mar nasce do seio da terra e Deus lhe deu nuvens por vestes e névoas por fraldas. Deus impõe limites ao mal simbolizado pelo mar: “até aqui chegarás; e não além; aqui cessa arrogância de suas ondas”. No final, Jó percebe sua arrogância e reconhece a soberania de Deus sobre tudo e sobre todos (cf. Jó 42,3-5; cf. evangelho de hoje).

 2ª LEITURA - 2Cor 5,14-17

Este texto pertence a um conjunto maior que trata da reconciliação (5,11b.12).
Cristo deve ser o centro da nossa vida. Foi só ele que morreu por todos. Não devemos viver mais para nós mesmos no egoísmo, mas para Cristo. É interessante observar que, em outro lugar, Paulo fala que a comunidade é o corpo de Cristo. Não viver para si mesmo e viver para Cristo significa viver para a comunidade, viver a serviço do amor e da comunhão. Paulo lembra que conhecer as pessoas e até mesmo Cristo com critérios humanos tem pouco valor.

O fato é que alguns adversários do apóstolo se gloriavam de ter conhecido a Cristo pessoalmente e por isso achavam que eram superiores a ele. Mas isto importa pouco, pois muitos o conheceram pessoalmente e nunca viveram a comunhão com ele. O importante é “ESTAR EM CRISTO” e ser “UMA NOVA CRIATURA”. O que funda o apostolado, o que transforma a nossa vida é a comunhão com o Cristo ressuscitado. O que era velho ficou para trás, agora Cristo inaugura uma realidade nova, ele recria todos aqueles que querem na fé superar seu próprio egoísmo e arrogância e fazer comunhão com ele.

EVANGELHO - Mc 4, 35-41

O trecho de hoje é o primeiro de uma série de 4 milagres que querem responder à pergunta: Quem é Jesus? Mostrando o seu poder libertador, ele liberta o homem dos perigos da história (cf. 4,35-41), do poder da doença (cf. 5,25-34) e do poder da morte (cf. 5,21-24. 35-43). Jesus convida os discípulos para atravessarem o mar e irem para a terra dos pagãos. A Igreja, que se encontra no mar da vida, deve enfrentar todos os perigos para realizar sua dimensão missionária, sem nunca perder a fé na presença salvadora de Jesus que caminha com ela. O mar é símbolo do mal e da oposição ao projeto de Jesus. O outro lado do mar é terra de “demônios”; então, parece que o demônio do mar está querendo impedir a travessia libertadora.

A comunidade faz sua caminhada na história, enfrentando todo tipo de desafios, obstáculos, perigos e tentações. As tentações são simbolizadas pelas ventanias e tempestades: onde está Jesus? Nas dificuldades não acreditamos que Jesus caminha conosco; sempre achamos que ele está atrás e dormindo! Aquela historiazinha chamada “As pegadas na areia”, ilustra bem nossa desconfiança e a certeza da presença de Jesus.

Jesus, no episódio de hoje, mostra sua autoridade divina. Com uma só ordem ele faz o mar acalmar e o vento parar.  Jesus tem poder sobre as forças do mal que ameaçam a comunidade. Jesus admira o medo e a falta de confiança dos discípulos diante dos desafios da missão. Por que são tão medrosos? Ainda não têm fé?

A pergunta final dos discípulos fica em suspense para que cada leitor chegue a uma conclusão pessoal sobre quem é Jesus. Para chegarmos a uma conclusão correta basta meditarmos sobre as palavras e ações de Jesus em todo o evangelho.

Leia também:
Uma vida doada aos esquecidos do mundo
Nota de solidariedade a Dom Vicente Ferreira

Toda vida importa: CNBB prepara mobilização

Oração para a Assembleia Eclesial

Ação na Pandemia

A Igreja no mundo urbano

Uma Igreja samaritana que chega aos recantos

Uma Igreja Sinodal

Procuram-se pessoas loucas...

REPAM e CEAMA, dois rios para a sinodalidade na Igreja

Dom Mário denuncia o garimpo ilegal

Por uma Igreja Sinodal

Ecologia integral: Corpo de Cristo

Continuar sendo a Igreja que não se cala

O Sínodo requer paciência

Colômbia em chamas...
Carta do CELAM ao Papa Francisco

Sinodalidade: um processo construído aos poucos

Alegria e tristeza

O Espirito age a partir de baixo: o Sínodo
Mensagem dos Bispos do CELAM ao povo de Deus

Acesse este link para entrar nosso grupo do WhatsApp: Revista O Lutador Você receberá as novas postagens da Revista O Lutador em primeira mão.
  

Compartilhe esta notícia:
Nome:
E-mail:
E-mail do amigo:
DEIXE UM COMENTÁRIO
TAGS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS