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13/10/2023 Antônio Carlos Santini Edição 13/10/2023 – Pelo dedo de Deus... (Lc 11,15-26)

PALAVRA DE VIDA

13/10/2023 – Pelo dedo de Deus... (Lc 11,15-26)

                Mesmo no Antigo Testamento, antes da Encarnação do Verbo, quando Deus ainda era puro espírito e não tinha corpo, os textos sagrados já adotavam expressões antropomórficas para falar das manifestações do Senhor. Seus “olhos” tudo veem (cf. Sl 11,4), as nuvens são o pó de seus “pés” (cf. Na 1,3), seu “braço” imobilizou os egípcios (cf. Ex 15,16), suas próprias “mãos” curam os que ele feriu (cf. Jó 5,18) e foi o “dedo” de Deus que gravou a Lei nas tábuas do Sinai (cf. Dt 31.18).

                AO mesmo antropomorfismo transparece em algum texto dos Padres da Igreja, que chegam a apresentar as três Pessoas da Trindade como o braço (o Pai), a mão (o Verbo) e o dedo (o Espírito). Na liturgia, o Espírito Santo é chamado de “digitus paternae dexterae”, ou seja, o dedo da mão direita do Pai.

                Assim sendo, quando Deus decide “agir” e manifestar-se pontualmente na História dos homens, diz-se que ele descobre seu braço, levanta a mão e aponta o seu dedo. Quem recebeu o dom do discernimento logo observa: “Aqui está o dedo de Deus!”

                Esse mesmo discernimento não tiveram – ou não o quiseram ter! – aqueles contemporâneos de Jesus que afirmavam: “É pelo poder de Belzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios” (Lc 11,15). Foram incapazes de ver o “dedo de Deus” nos sinais que eram realizados pelo Rabi de Nazaré, entre estes as curas instantâneas, a visão recuperada, o pão multiplicado, os possessos libertados e Lázaro devolvido à vida. O “dedo de Deus” ali estava, mas não o reconheceram.

                E neste nosso tempo, já em pleno Séc. XXI? Ainda se vê o dedo de Deus entre nós. O Senhor continua vivo e ativo em nosso meio? Nós percebemos suas pegadas na poeira desta geração?

                Uma das táticas do inimigo de nossa salvação consiste em encontrar “explicações” racionais para aqueles sinais que Deus nos dá. Eventuais curas se reduzem a eventos psicossomáticos, as vítimas de possessão são classificadas apenas como uns pobres epilépticos, a Providência divina é rebaixada à categoria de coincidências, o Criador dá lugar ao acaso. Os milagres do Evangelho são logo traduzidos como traços da ignorância e da superstição dos antigos.

                Os santos, porém, não são assim. Os santos sempre percebem com clareza o dedo de Deus em suas vidas e em seus trabalhos. E em tudo isso deixam transparecer a mais profunda gratidão...

Orai sem cessar: “Tua mão direita é meu apoio!” (Sl 18,36)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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