O dia 13 de dezembro marca duas importantes datas: a Igreja Católica celebra a festa de Santa Luzia, virgem e mártir de Siracusa – também conhecida como a protetora dos olhos e a sociedade comemora o Dia Nacional do Cego – data criada por decreto pelo então presidente da República, Jânio Quadros, em 1961 e tem como objetivo incentivar a solidariedade.
Santa Luzia nasceu na Itália, em Siracusa, no fim do século III, em uma família rica, que lhe ofereceu boa formação cristã, a ponto de ter feito um voto de viver em virgindade perpétua. Depois que seu pai faleceu, Luzia soube que estava prometida a um casamento. Sendo assim, ela quis um tempo para o discernimento. Então, convidou sua mãe para que fossem a Catânia, em romaria, em busca pela cura de sua mãe, que estava enferma.
Chegando lá, o milagre aconteceu e elas voltaram com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e aos sofrimentos pelos quais passaria dali em diante. Depois disso ela vendeu tudo, doou aos pobres e passou por várias perseguições de autoridades por querer se manter virgem, mas nenhuma ameaça a fez mudar de ideia e casar. De forma cruel, uma espada tirou a vida de Santa Luzia, decapitada em 304.
Relatos contam que antes de matá-la teriam lhe arrancado os olhos. Por isso, ela é reconhecida pela vida que levou Jesus, a Luz do Mundo, até as últimas consequências, pois ela testemunhou diante dos acusadores dizendo: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a Ele prometi amor e fidelidade”.
Ainda segundo relatos, o episódio da cegueira, que a iconografia representa, deve estar ligado ao seu nome Luzia/Lúcia derivado de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural.
Decepcionado e irado, o jovem, que queria Luzia como sua esposa, a denunciou ao prefeito Pascasio, acusando-a de oferecer culto a Cristo e de desobedecer ao decreto de Diocleciano. Presa e conduzida ao prefeito, Luzia, interrogada, recusou o pedido do jovem e, orgulhosa, professou a sua fé: “Sou a serva do Eterno Deus, que disse: ‘Quando forem levados diante dos reis e dos príncipes, não se preocupem o que devem dizer, porque não serão vocês a falar, mas o Espírito Santo falará por vocês’”. Pascasio, retrucou: “Você acredita ter o Espírito Santo?”. Luzia respondeu: “O Apóstolo disse: ‘Os castos são santuários de Deus e o Espírito Santo mora neles’”. Para desacreditá-la, Pascasio manda levá-la ao prostíbulo. Mas, Luzia continua a declarar que não iria ceder à concupiscência da carne; e, qualquer violência que seu corpo tivesse que sofrer, continuaria casta, pura e incontaminada no espírito e na mente. De modo extraordinariamente imóvel, os soldados não conseguem levá-la; com as mãos e os pés amarrados, não conseguem arrastá-la nem com os bois. Irritado com este acontecimento excepcional, Pascasio mandou queimar a jovem, mas o fogo não a atingiu. Furioso, Pascasio decidiu matá-la com um golpe de espada. Assim, Luzia foi decapitada em 13 de dezembro de 304.
Santa Luzia é padroeira da Pastoral do Cego que existe em diversas dioceses brasileiras como na Arquidiocese do Rio de Janeiro, por exemplo, que integra a Pastoral da Pessoa com Deficiência do Rio. Em Minas Gerais, a atuação da Pastoral dos Deficientes Visuais da Arquidiocese de Belo Horizonte está servindo de modelo para pastorais de outros estados.
A deficiência visual pode ser definida como a perda total ou apenas parcial da visão. Esse problema, que pode ser congênito ou adquirido, representa, para muitos, uma grande limitação. Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, das mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual:
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as principais causas de cegueira no Brasil são: catarata, glaucoma, retinopatia diabética, cegueira infantil e degeneração macular.
Ó, Santa Luzia, que preferistes deixar que os vossos olhos fossem vazados e arrancados antes de negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus, com um milagre extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos, eu recorro a vós para que protejais minhas vistas e cureis a doença dos meus olhos. Ó, Santa Luzia, conservai a luz dos meus olhos para que eu possa ver as belezas da criação. Conservai também os olhos de minha alma, a fé, pela qual posso conhecer o meu Deus, compreender os seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá onde vós, Santa Luzia, vos encontrais, em companhia dos anjos e santuário. Santa Luzia, protegei meus olhos e conservai minha fé. Amém.
Santa Luzia, rogai por nós!
Fonte: CNBB
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