Roteiros Pastorais Homilética
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09/07/2020 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3925 17º Domingo do Tempo Comum - 26/07/2020
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"Vocês compreenderam tudo isso? (Mt 13,51)"

17º Domingo do Tempo Comum - 26/07/2020

“Vocês compreenderam tudo isso?” (Mt 13,51)

 

Leituras: 1Rs 3,5.7-12; Sl 118[119]; Rm 8,28-30; Mt 13,44-52

 

  1. Mais do que pediu. Estamos no início do reinado de Salomão - ano 971 a.C. O rei constata sincera e humildemente a sua situação. Salomão foi feito rei no lugar do grande rei Davi, seu pai. Com muita humildade reconhece que ainda é jovem demais para tanta responsabilidade. Reconhece também sua incapacidade para governar. Em segundo lugar, ele reconhece que Deus é o Senhor, e o povo pertence a Deus. O rei é um servo de Deus em favor do povo, que, aliás, é um povo numeroso. Diante de tudo isso faz o seu pedido com um duplo objetivo: ser capaz de governar o povo de Deus com retidão e de distinguir entre o bem e o mal. A oração de Salomão agradou a Deus, pois pedira sabedoria para governar com justiça em favor do povo de Deus. Muitos, pensando só em si, pedem longa vida, riquezas e a morte dos inimigos. Deus vai dar a Salomão muito mais do que ele pediu: "Dou-lhe um coração tão sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de você, nem haverá depois".

 

  1. O plano da salvação. Que plano é este? Levar toda a humanidade a ser imagem do seu Filho, a ser filho no Filho, ou seja, levar o homem e a mulher à glorificação em Cristo. É assim que Deus é glorificado em nós. Deus nos chama para participar da vida divina e coopera conosco para que isto aconteça. Esse destino glorioso, a que todos somos chamados, nos levará a uma relação de fraternidade dependente de Cristo: ele restitui em nós a integridade da imagem de Deus perdida pelo pecado e se torna “o primogênito entre muitos irmãos". Tem-se a impressão de que alguns são chamados e outros são excluídos. Mas essa ideia é errada. Deus não exclui ninguém do seu desígnio de salvação. Todos podem ser predestinados, chamados, justificados, glorificados. Deus nos ama profundamente e não quer que ninguém se perca. “Ele não quer a morte do pecador, mas quer que ele viva.”

 

  1. Apostar tudo. Temos 3 pequenas parábolas e uma conclusão.
  2. O sentido da parábola do tesouro escondido não está nem no fato de achar o tesouro, nem na venda do que se possui, nem na compra do campo. O sentido está no conjunto da parábola, na dinâmica, do movimento, no "estado de ânimo" de quem encontra o tesouro. Para o homem que encontra um tesouro escondido no campo, tudo se torna secundário. Na sua frente ele só vê aquele tesouro. Aquilo preenche o sentido da vida dele, por isso ele fica disposto a uma opção radical. A parábola salienta esta disposição de arriscar tudo: uma alegria profunda e uma capacidade de optar, exclusivamente, por aquele tesouro, que é o Reino de justiça.
  3. Na parábola da pérola de grande valor (vv. 45-46), temos, com pequenos pormenores, o mesmo significado da parábola do tesouro escondido. O sentido é a disposição de vender tudo o que se possui e investir no Reino, pois para quem encontrou o sentido da vida na luta pela justiça do Reino, nada mais faz falta.
  4. A parábola da rede (vv. 47-50) nos faz lembrar a parábola do joio, e diz respeito ao juízo final. Aquela lembrava que convivemos com bons e maus, e somente a Deus compete o julgamento, a separação. E Deus deixa para o fim. Aqui o sentido é o mesmo. Temos "peixes bons" (comestíveis segundo a Lei judaica) e "peixes ruins". No fim do mundo haverá o julgamento. É interessante que a parábola frisa a sorte dos maus, que serão lançados na fornalha ardente, que não é outra coisa senão a absoluta ausência do Deus da vida na "vida" de quem se radicalizou no egoísmo.

Na conclusão, Jesus pergunta se eles entenderam tudo; e eles respondem que sim. O sim dos discípulos não é teórico, mas quer retratar a prática da justiça do Reino já vivida na comunidade, onde o Evangelho foi escrito.

Daí a conclusão: "por isso, todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que do seu tesouro tira coisas novas e velhas". Essa conclusão pode ser uma assinatura do evangelista, ou seja, uma referência a ele, que está sabendo aplicar os ensinamentos de Jesus à sua comunidade, uma vez que Mateus é o evangelista que mais cita o Primeiro Testamento (coisas velhas) à luz da novidade de Jesus (coisas novas).

 

Leituras da Semana

dia 27: Jr 13,1-11; (Sl) Cânt. Dt 32,18-19.20.21; Mt 3,31-35

dia 28: Jr 14,17-22; Sl 78[79]8.9.11 e 13; Mt 13,36-43

dia 29: 1Jo 4,7-16; Sl 33[34],2-3.4-5.6-7.8-9.10-11; Jo 11,19-27

dia 30: Jr 18,1-9; Sl 145[146],1-2.3-4.5-6; Mt 13,47-53

dia 31: Jr 26,1-9; Sl 68[69],5.8-10.14; Mt 13,54-58

dia 1°: Jr 26,11-16.24; Sl 68[69], 15-16.30-31.33-34; Mt 14,1-12

 

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