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19/10/2023 Antônio Carlos Santini Edição 19/10/2023 – Eu lhes enviarei profetas... (Lc 11,47-54)

PALAVRA DE VIDA

19/10/2023 – Eu lhes enviarei profetas... (Lc 11,47-54)

                Conforme a Carta aos Hebreus (1,1), nos tempos da Primeira Aliança o Senhor se dirigiu a seu povo através dos profetas. Eram homens comuns, vaqueiros ou catadores de sicômoros, que o Espírito de Deus impelia a profetizar. Nada que nos faça pensar em “adivinhões” a prever o futuro. Antes, eram vozes de alerta que advertiam os responsáveis pelo povo escolhido quando se afastavam da vontade do Senhor. Foi o caso de Natã, que visitou o Rei Davi para conduzi-lo à contrição e à penitência.

                O Antigo Testamento chama o profeta de “nabi” (aquele que foi chamado) ou de “ro’eh” (o vidente). Ezequiel terá sido o campeão das visões, como a daquele “carro celeste” que muitos se atreveram a traduzir como uma nave espacial. Com palavras ou gestos simbólicos (a canga quebrada de Jeremias, o casamento de Oseias, o tijolo de Ezequiel etc.), os profetas revelam as intenções de Deus para a vida de seu povo.

                Na intersecção das duas Alianças, João Batista foi o grande profeta enviado por Deus, quando os céus voltaram a se abrir após 150 anos de silêncio. Sua missão? Apontar o Cordeiro de Deus, identificando na pessoa de Jesus o Messias esperado.

                Ao longo dos séculos, os profetas foram rejeitados, perseguidos, silenciados pela violência. Por isso mesmo, Jesus lamentava a Cidade Santa: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!” (Mt 23,37.) Assim se manifestava, ao longo dos séculos, a recusa impenitente de um povo amado que não reconhecia o amor de que era alvo.

                João Batista, o Precursor, aprisionado por Herodes e, a seguir, decapitado, resume de forma cabal essa estranha vocação dos enviados de Deus. Por fim, na plenitude dos tempos, Jesus Cristo – o próprio Filho de Deus – sofreria também de modo extremo a rejeição e a morte.

                Nos tempos apostólicos, o mesmo ódio seria derramado sobre os servidores de Deus, a começar por Estevão (At 7,58) e Tiago (At 12,2). Desde os césares romanos até os tiranos modernos, idêntico fim teriam os cristãos que professam sua fé em Jesus Cristo. Cumpria-se assim a profecia do Senhor: “Sereis odiados de todos, por causa do meu Nome; mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.” (Mt 10,22.)

                Em nosso tempo, o Senhor continua precisando de profetas para a nunciar e denunciar. Aceitaremos esta missão?

 

Orai sem cessar: “Eis-me aqui! Enviai-me!” (Is 6,8b)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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