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19/11/2019 Antônio Carlos Santini Edição 19/11/2019 – Restituir o quádruplo! (Lc 19,1-10)

PALAVRA DE VIDA

19/11/2019 – Restituir o quádruplo! (Lc 19,1-10)

            Em pleno banquete, cercado de gente conhecida, o publicano Zaqueu é tocado pela presença de Jesus em sua casa e manifesta publicamente a decisão de restituir os valores que arrecadara em excesso, de modo fraudulento. Estamos diante de um caso típico de “reparação”.

            Quando nós nos confessamos e recebemos uma “penitência” a ser cumprida, o sentido profundo dessa prática é exatamente a reparação do mal causado por nossos pecados. Todo pecado, por mais íntimo que seja, traz reflexos sobre toda a humanidade. Arrependidos de nossos vícios e crimes, pedimos (e recebemos!) o perdão de Deus, mas ainda estamos obrigados a reparar o mal que cometemos.

            Assim nos ensina o “Catecismo da Igreja Católica” (nº 2487): “Toda falta cometida contra a justiça e a verdade impõe o dever de reparação, mesmo que seu autor tenha sido perdoado. Quando se torna impossível reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da caridade. Esse dever de reparação se refere também às faltas cometidas contra a reputação de outrem. Essa reparação, moral e às vezes material, será avaliada na proporção do dano causado e obriga em consciência.”

            Garrigou-Lagrange observa: “A virtude da penitência não leva apenas a detestar o pecado enquanto ofensa a Deus, mas também à reparação e, para esta, não basta a cessação do pecado, é preciso uma satisfação oferecida à justiça divina, pois todo pecado merece uma pena, assim como todo ato inspirado pela caridade merece uma recompensa”.

            O gesto sincero de reparação é a prova cabal de um coração contrito e arrependido. Tanto que, diante de Zaqueu, Jesus não consegue evitar seu comentário final: “Hoje, a salvação entrou nesta casa!”

            Quando os órgãos de imprensa arremessam lama sobre a reputação de gente inocente, raramente procuram reparar os erros cometidos. A manchete de lama vem sempre na primeira página; o “erramos” se esconde no miolo do jornal, em letrinhas bem pequenas. Nós não podemos ser assim.

            Conta-se que uma mulher procurou por Santo Afonso de Ligório para se confessar. Seu pecado de estimação era a calúnia. O Santo teria deixado a confissão interrompida, ordenando que a penitente fosse a casa, pegasse uma galinha e voltasse até a igreja, depenando a pobrezinha. Já de volta ao confessionário, recebeu a penitência: recolher todas aquelas penas que viera jogando ao longo das ruas. A infeliz disse: - “Mas isto é impossível! O vento já espalhou todas elas...” E o Santo: “Assim também não há como recolher todas as calúnias que você tem feito contra os outros...”

Orai sem cessar: “Feliz o homem cujo pecado foi absolvido!” (Sl 32,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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