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20/07/2021 Antônio Carlos Santini Edição 20/07/2021 – Esse é meu irmão e minha mãe... (Mt 12,46-50)

PALAVRA DE VIDA

20/07/2021 – Esse é meu irmão e minha mãe... (Mt 12,46-50)

                Uma leitura apressada (ou deformada) deste Evangelho pode concluir que Jesus estaria depreciando sua mãe, a Escolhida de Deus para a encarnação de seu Filho. Nada disso!

                O conhecido pregador capuchinho Frei Raniero Cantalamessa , agora cardeal da Igreja, lembra que a maternidade divina de Maria se realiza em dois níveis: um nível físico e outro espiritual. Assim, Maria é “Theotókos” – Mãe de Deus – não somente porque o trouxe fisicamente em seu seio sagrado, o primeiro sacrário da História, mas também por o ter concebido antes, pela fé, em seu próprio coração. É neste nível espiritual que nós, a Igreja, geramos Cristo para o mundo.

                O autor comenta: “Foi o próprio Jesus quem por primeiro aplicou à Igreja o título de “Mãe de Cristo” quando declarou: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e apõem em prática” (Lc 8,21; cf. Mc 3,31ss; Mt 12,49)”.

E ele cita Santo Agostinho: “Entendo que somos irmãos do Cristo e que são irmãs de Cristo as santas e fiéis mulheres. Mas em que sentido podemos ser mães de Cristo? Que poderemos dizer? Teremos, por acaso, a ousadia de nos chamar mães de Cristo? Sim, temos a ousadia de nos chamar mães de Cristo! Se vos chamei a todos de seus irmãos, não teria a ousadia de chamar-vos sua mãe? E muito menos ouso negar o que Cristo afirmou”.

Agora, Agostinho se volta para Maria: “A Virgem Maria antecedeu a Igreja, como sua figura. Como é que, eu vos pergunto, Maria é Mãe de Cristo, senão porque gerou os membros de Cristo? Membros de Cristo sois vós, aos quais eu falo: quem vos gerou? Ouço a voz do vosso coração: ‘a Mãe Igreja’; esta mãe santa, honrada, semelhante a Maria, gera e é Virgem... Os membros de Cristo geram, pois, com o Espírito, como Maria Virgem gerou Cristo no seu ventre: sereis assim mães de Cristo. Não é algo que está longe de vós; não está fora de vós, não é incompatível; vós vos tornastes filhos, sede mães também”.

A tradição patrística nos transmitiu um princípio: “Maria, vel ecclesia, vel anima” (Maria ou a Igreja ou a alma) – isto é, o que se afirma sobre Maria vale também para a Igreja e vale para cada alma em particular. É assim que S. Ambrósio ensina: Cada alma que crê, concebe e gera o Verbo de Deus”.

                Ensina o Vaticano II: “A Igreja torna-se também ela mãe, pois pela pregação e pelo batismo gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus” (LG, 64). Eis aí os irmãos e a Mãe de Jesus Cristo.

 

Orai sem cessar: “Eu vos gerei no Cristo Jesus...” (1Cor 4,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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