Roteiros Pastorais Homilética
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07/08/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3914 22o Domingo do Tempo Comum - 1º/09/2019
F/Dông Nü
"Convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. [Lc 14,13"

22o Domingo do Tempo Comum - 1º/09/2019

 

Leituras: Eclo 3,19-21.30-31; Sl 66[67]; Hb 12, 18-19-22-24a; Lc 14,1.7-14

Destaque: “Convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos.” [Lc 14,13]

1. Só Deus é poderoso. O texto é do Livro do Eclesiástico ou Sirácida (em hebraico, Jesus Ben Sirac), uma tradução grega feita pelo neto do autor, por volta do ano 132 a.C. A Palestina estava sob o domínio da Síria, e os dominadores queriam a todo o custo impor a cultura, a religião e os costumes gregos. Muitos se entusiasmavam com a novidade, sem perceber o perigo da destruição da identidade cultural e religiosa do povo.

O Livro do Eclesiástico reage a este imperialismo cultural. Procura insistir na fidelidade às tradições do povo de Deus e sua identidade própria. Fala dos deveres para com os pais (vv. 1-16), a humildade (vv. 17-25); medita sobre o orgulho (vv. 26-29) e termina com dois versículos sobre a caridade (30-31).

Percebemos uma clara contraposição entre a atitude orgulhosa dos dominadores e a atitude sadia e humilde dos dominados. Só aos humildes Deus revela seus mistérios (v. 19). Grande e poderoso é só o Senhor. Fazer-se pequeno, sentir-se frágil, impotente e humilde é atitude correta do ser humano. Uma atitude fundamental o fiel reconhecer a grandeza de Deus e nele confiar. Os versículos finais mostram o valor da esmola para o perdão dos pecados e a retribuição dos favores para encontrar apoio nos momentos de queda.

2. Um Deus próximo. Em Hb 12, percebemos a contraposição entre a Antiga e a Nova Aliança. A antiga foi dada no monte Sinai, através do fogo, nuvens, trevas, tempestades e som de trombeta. O ambiente não era acolhedor, mas terrível e aterrorizante. O povo até pedia que Deus parasse de lhe falar, pois lhe causava medo.

Mas a Nova Aliança acontece de modo diferente. O povo vai experimentar um Deus próximo, amigo, solidário, íntimo. A Nova Aliança é selada através da morte e ressurreição de Jesus. Seu sangue é mais eloquente que o sangue de Abel (v. 24), é mais importante e traz mais resultado. Ele expia os nossos pecados, nos reconcilia com Deus e nos faz mais próximos dele.

Na Antiga Aliança, o povo se aproximava do Monte Sinai no deserto. Na Nova Aliança, o povo se aproxima do Monte Sinai da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste. O céu desce até a terra na pessoa de Jesus, o Filho de Deus. Ao contrário da Antiga Aliança, estamos num ambiente de festa na presença dos anjos e santos (v. 23). Essa novidade não é uma porta para o descompromisso, mas uma chamada à responsabilidade humilde e servidora a exemplo do nosso mediador Jesus Cristo.

3. O último lugar. O v. 1 do Evangelho nos dá o ambiente do texto. É sábado. Para os judeus, é um dia especial, como o nosso domingo. No sábado, os judeus celebravam a vida, que é um dom de Deus para todo o mundo, pobres e ricos, sãos e deficientes.

Jesus entra na casa de um fariseu importante, portanto, na casa de gente rica. Está para começar o banquete. Depois de curar um enfermo, mostrando que a vida é mais importante que a lei (do sábado), Jesus observa os convidados e percebe que os convidados eram pouco modestos. Vaidosamente, escolhiam os primeiros lugares (v. 7).

Jesus, então, lhes propõe uma parábola, onde ensina que ao ser convidado para uma festa de casamento a gente não deve escolher os primeiros lugares. Com a vaidade, a gente corre o risco de ser humilhado ao chegar um convidado mais importante, e ter que ceder o lugar para ele. É bom escolher, humildemente, o último lugar, pois assim o que nos convidou pode dizer: “Amigo, sobe mais para cima”. Assim, nós seremos honrados diante de todos.

No v. 11, Jesus conclui: “Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. Nada mais claro! Jesus ensinava a humildade. Ele realmente é manso e humilde de coração e, quando ele se pôs à mesa com seus discípulos, lavou os pés de todos e depois os serviu. Jesus veio para servir, e não para ser servido. Um modo humilde de ser é a novidade de Jesus.

Nos vv. 12 a 14, Jesus se dirige diretamente a quem o convidou. Ele tinha percebido que os convidados eram gente importante. Então, Jesus diz ao seu anfitrião que, da próxima vez, ele deve convidar quem não o pode recompensar com outro convite. Deve convidar os pobres, entrevados, coxos e cegos. Uma vez que estes não podem pagar-lhe, a recompensa ficará por conta de Deus, na ressurreição dos mortos.

O Reino não é troca de favores, mas gratuidade absoluta, por isso Jesus propõe uma inversão de valores. Não é isso que lemos no Magnificat (Lc 1,51-53), como também na parábola do rico e do pobre Lázaro (Lc 16,19-31)?

“Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”. No dia do julgamento isto ficará claro, para surpresa de todos nós.

 

Leituras da semana

dia 2: 1Ts 4,13-18: Sl 95[96],1.3-5.11-13; Lc 4,16-30

dia 3: 1Ts 5,1-6.9-11; Sl 26[27],1.4.13-14; Lc 4,31-37

dia 4: Cl 1,1-8; Sl 51[52],10-11; Lc 4,38-44

dia 5: Cl 1,9-14; Sl 97[98],2-6; Lc 5,1-11

dia 6: Cl 1,15-20; Sl 99[100],2-5; Lc 5,33-39

dia 7: Cl 1,21-23; Sl 53[54],3-4.6.8; Lc 6,1-5

 

 

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