Roteiros Pastorais Homilética
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27/03/2019 Revista O Lutador Edição 3908 4º Domingo do Tempo Comum - 3/02/2019 “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.” (LC 4,24)
Foto: Ask Gramps

Leituras: Jr 1,4-5.17-19; Sl 70 [71]; 1Cor 12,31-13,13; Lc 4,21-30

 

1. Consagração e missão.

Deus, criador de todas as coisas, que modelou e deu a vida ao primeiro homem (cf. Gn 2,7), conhece todas as pessoas antes de sua existência. O v.5 afirma que Deus conhecia Jeremias antes de seu nascimento, antes mesmo de sua concepção no seio de sua mãe. Deus o consagrou, o separou para uma missão especial. A missão é ser profeta para as nações.

A revelação dessa missão acontece agora no tempo do rei Josias, por volta de 627 a. C. Ela missão mergulhará o profeta em muitos conflitos. Fortalecido por Deus, o profeta deve anunciar tudo sem medo. O profeta é enviado contra os reis de Judá e seus ministros, ou seja, o poder que faz política em próprio benefício. Contra os sacerdotes, o poder religioso coligado ao poder político para usufruir privilégios. Contra os proprietários de latifúndios, o poder econômico, que explorava os pequenos agricultores e até os expulsava do campo.

Os três poderes perseguirão o profeta, que não deve temê-los (v.17), pois Deus estará com ele (v.19) e vai fortalecê-lo como uma fortaleza, uma coluna de ferro, uma muralha de bronze (v.18). Contra quem a comunidade exerce hoje a missão profética?

 

2. O amor não passa.

Sem o amor-ágape é impossível a solidariedade na unidade de um só corpo. Embora fale do amor de Deus, ou seja, do amor com o qual Deus ama, 1Cor 13 não fala diretamente do amor de Deus, mas do amor aos irmãos.

Mostrando a superioridade do amor, Paulo enumera os dons mais ambiciosos: falar em línguas, profecia, ciência, mesmo a fé, a “caridade-esmola” e até o sacrifício da própria vida. Se tudo for feito por vaidade e orgulho, sem amor-solidário, nada vale.

O amor não se define de maneira abstrata, mas concreta, pela ação que ele provoca. Paulo apresenta o elenco de 15 expressões para mostrar o que é e o que não é amor solidário. Amor não é sentimento, nem exibicionismo, mas solidariedade com os mais fracos e necessitados. E tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (v.7).

Todos os carismas são passageiros. Tudo passa. Só o amor permanece. Tudo é limitado e imperfeito. Só o amor não tem limites, só amor é prefeito, coisa de adultos na fé (v.11). Fé, esperança e amor, sim, devem ser levados em conta, pois eles nos introduzem desde já no domínio das realidades que nunca passarão. No fundo, até mesmo a fé e a esperança só permanecem neste mundo, portanto são também passageiras. No céu, serão substituídas pela visão de Deus face a face (cf.v.12). No céu, só haverá de permanecer o AMOR.

 

3. O Messias rejeitado.

O v. 21 anuncia a realização da Escritura no hoje da vida do povo, que está escutando Jesus. Só vai depender da aceitação. Há num primeiro momento a predisposição dos ouvintes em escutar Jesus. Prestam-lhe testemunho e se espantam com suas palavras, que lhes anunciavam a graça e o amor benevolente de Deus. Mas, num segundo momento, o povo opõe dois obstáculos à mensagem de Jesus. A pergunta: “Não é esse o filho de José? ” implica a rejeição de um Messias simples, comum, conhecido, nascido no meio do povo. O povo esperava um Messias espetacular capaz de ações mágicas e miraculosas. O provérbio “médico, cura-te a ti mesmo” quer dizer que Jesus não é capaz nem mesmo de libertar seus próprios familiares da opressão e da miséria, por isso não serve.

O segundo obstáculo é a busca de milagres em Nazaré, como fez em Cafarnaum. Querem o exibicionismo de Jesus, atuando em seu próprio favor. Mas Jesus se recusa a cair nas tentações de 4,1-12. Por esses dois obstáculos, o hoje da salvação não se realiza para o povo de sua terra.

Acontece com Jesus o que acontecera com os profetas: não é bem acolhido em sua pátria. Rejeitado pelo seu povo, Jesus anuncia a abertura para os pagãos com dois episódios. Elias, no tempo da fome, apesar de saber que havia muitas viúvas em Israel, vai socorrer uma viúva estrangeira em Sarepta, na Sidônia (cf. 1Rs 17). Eliseu, por sua vez, sabendo que havia muitos leprosos em Israel, purifica o sírio Naamã (cf. 2Rs 5).

Jesus quer dizer que, quando o povo rejeita os profetas, Deus aproveita para mostrar seu amor aos que estão fora de Israel. E os de fora acolhem o Deus dos profetas e sua mensagem. Sua fé é até mesmo maior que a do povo escolhido. Assim, Lucas apresenta a mensagem universal de Jesus aberta a todos os povos. Eles entendem o que Jesus queria dizer e se enchem de cólera, expulsam Jesus da cidade e querem precipitá-lo morro abaixo. É uma prefiguração do assassinato do profeta de Nazaré por parte de Israel. O v. 30, sem forçar a presença de um milagre, quer indicar que o itinerário de Jesus para Jerusalém, onde morrem os profetas, começa aqui (cf. v. 9,51). Por isso Jesus passa no meio deles e segue seu caminho.

Como nós, cristãos, estamos acolhendo hoje a mensagem de Jesus?

 

Leituras da semana

dia 4: Hb 11,32-40; Sl 30[31],20.21.22.23; Mc 5,1-20

dia 5: Hb 12,1-4; Sl 21[22],26b-27.28.30.31-32; Mc 5,21-43

dia 6: Hb 12, 4-7.11-15; Sl 102[103],1-2.13-14.17-18a; Mc 6,1-6

dia 7: Hb 12,18-19.21-24; Sl 47[48],2-3a.3b-4.9.10-11; Mc 6,7-13

dia 8: Hb 13,1-8; Sl 26[27],1.3.5.8b-9abc; Mc 6,14-29

dia 9: Hb 13,15-17.20-21; Sl 22[23],1-3a.3b-4.5.6.; Mc 6,3-34

 

 

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