Roteiros Pastorais Homilética
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27/03/2019 Revista O Lutador Edição 3908 5º Domingo do Tempo Comum - 10/02/2019 “Avance para águas mais profundas.” (Lc 5,4b)
Foto: Images chrétiennes.com

Leituras: Is 6, 1-2a.3-8; Sl 137[138]; 1Cor 15,1-11; Lc 5,1-11

 

1. Vocação do profeta.

O texto descreve o chamado do grande profeta Isaías, no ano 739 a.C., durante numa liturgia no Templo de Jerusalém, quando se celebrava a realeza universal de Deus, cantando o Salmo 99. O profeta tenta escrever a sua profunda experiência interior.

Deus é o Senhor absoluto da história, reina sobre o universo inteiro. Seu trono majestoso é o céu, mas as franjas das suas vestes invadem o santuário do Templo. Isaías não vê a face de Deus, só a barra de seu manto, mas com isso o profeta já sente a plenitude de Deus e percebe que sua realeza ultrapassa a imensidão do infinito.

Os serafins proclamavam a profunda santidade de Deus dizendo: “Santo, santo, santo”. Esta santidade consiste em sua coerência contínua na história ao lado do seu povo, libertando-o e salvando-o, com justiça e retidão. Esses sinais de libertação constituem, para aqueles que têm fé, a glória de Deus sobre a terra (v. 3b).

Isaías se sente pequeno, pecador e perdido (v. 5), mas Deus cuida de seus profetas e os capacita para a missão. Através do seu anjo, Deus purifica o profeta, perdoa-lhe o pecado e o envia em missão para transmitir ao povo a experiência que acaba de viver.

É durante uma liturgia que o profeta se sente tocado e é capaz de se comprometer, dizendo: “Aqui estou, envia-me!” Nossas liturgias são capazes de suscitar profetas?

 

2. Testemunhas da ressurreição.

Entre os problemas e dúvidas da comunidade de Corinto, estava a ressurreição de Jesus. Paulo enumera 4 artigos de fé dos apóstolos:

a) Cristo morreu por nossos pecados, isto é, em nosso favor, em nosso lugar, conforme as Escrituras tinham anunciado.

b) Ele foi sepultado; o sepulcro constata a morte de Jesus e o fim de sua vida terrena.

c) Ele ressuscitou ao 3o dia, segundo o próprio Jesus tinha anunciado.

d) Ele apareceu a Cefas (Pedro) sozinho e depois aos 12. As aparições querem inaugurar uma nova presença de Cristo no meio de nós.

Paulo continua o texto dizendo que mais tarde Cristo apareceu a mais de 500 irmãos de uma vez; depois a Tiago e aos apóstolos todos juntos. Por último, apareceu também a ele, Paulo, “como a um abortivo”. É bom observar no texto a preocupação de que a iniciativa é sempre de Deus, a fé viva como resposta da comunidade primitiva e o impulso a transmitir a experiência vivida (cf. a 1ª Leitura).

O que transmitimos hoje como conteúdo básico da nossa fé?

 

3. Pescadores de homens.

Lucas condensa vários fatos e mistura sua preocupação fundamental de narrar a vocação de Pedro com a vocação de outros discípulos. Com a pesca milagrosa, ele quer mostrar que a missão dos discípulos é um prolongamento da missão de Jesus. Apresenta também duas condições fundamentais para ser discípulo e missionário: dar atenção especial à Palavra do Mestre e deixar tudo.

O texto mostra a multidão faminta da Palavra de Deus. Os pescadores com suas redes vazias representam a situação do povo. Depois Jesus sobe na barca, de onde ele pode encarar o povo de frente com suas faces abatidas e angústias transparentes. Ele se assenta. É a posição de quem ensina. O texto não diz o que Jesus ensinava, mas certamente ele profere palavras de libertação e solidariedade.

Jesus, não era pescador, mas dá ordens a um mestre em pescaria. Simão, delicadamente, lembra a Jesus que ele e seus companheiros trabalharam a noite inteira. Mas Simão reconhece Jesus como Mestre e Senhor da Palavra da vida (cf. Jo 6,68). Eis a frase importante de Simão Pedro: “Mas, em atenção à tua Palavra, vou lançar as redes”.

Diante de Jesus somos todos discípulos, aprendizes. Sua palavra é a palavra da vida, capaz de transformar situações carentes em conforto e alegria. Foi o que aconteceu. Jesus mandou lançar as redes e pescaram como nunca (vv. 4-8).

Simão reage como Isaías. Reconhece-se pecador diante da santidade do seu Senhor. “Senhor” é o título que Jesus recebe depois da ressurreição. A pesca quer simbolizar, na verdade, a grande vitória de Cristo sobre a morte e o resultado da pregação apostólica. A abundância de peixes aponta para a quantidade de futuros convertidos. Como Isaías, Pedro também é acolhido e transformado em mensageiro da Palavra, em pescador de homens. Diante de tudo isso, ele e seus companheiros deixaram tudo e seguiram a Jesus.

Que valor nós estamos dando à Palavra de Deus? Estamos partilhando das angústias e sofrimentos do povo?

 

Leituras da semana

dia 11: Gn 1,1-19; Sl 103[104],1-2a.5-6.10.12.24.35c; Mc 6,53-56

dia 12: Gn 1,20 – 2,4a; Sl 8,4-5.6-7.8-9; Mc 7,1-13

dia 13: Gn 2,4b-9.15-17; Sl 103[104],1-2a.27-28.29b-30; Mc 7,14-23

dia 14: Gn 2,18-25; Sl 127[128],1-2.3.4-5; Mc 7,24-30

dia 15: Gn 3,1-8; Sl 31[32],1-2.5.6.7; Mc 7,31-37

dia 16: Gn 3,9-24; Sl 89[90],2.3-4.5-6.12-13; Mc 8,1-10

 

 

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