5º Domingo do Tempo Comum - 9/02/2020
“Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14)
Leituras: Is 58,7-10; Sl 111[112]; 1Cor 2,1-5; Mt 5,13-16
Na realidade, Deus não está gostando dos sacrifícios e jejuns que o povo está fazendo, pois não acontece uma mudança interior que conduza à solidariedade social. Eles jejuam e continuam com a exploração. Deus abomina a esterilidade e o vazio das práticas cultuais e religiosas, que não são acompanhadas de justiça, solidariedade e transformação social.
O que agrada a Deus é tudo aquilo que leva à justiça e solidariedade, à libertação do próximo, o bem do irmão. A partir do v. 6, temos a enumeração do que agrada a Deus: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo (v. 6), hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu e não se fechar à sua própria gente (v. 7). A partir do v. 8, sob a condição de uma prática de justiça e solidariedade. A justiça será recompensada com a presença da glória de Deus na caminhada do povo, iluminando-o, guiando-o, dando-lhe fartura e força (v. 11).
Ora, a própria comunidade no seu conjunto era composta de gente iletrada, sem conhecimento, sem instrução e Deus lhe trouxe a salvação, através do Evangelho anunciado por Paulo. Portanto, a salvação não vem da oratória, da sabedoria dos homens, dos sofisticados raciocínios.
A salvação vem da cruz de Cristo. O primeiro argumento de Paulo para mostrar que a salvação não vem do prestígio da oratória ou da sabedoria foi a própria pobreza e desprestígio intelectual da comunidade. O segundo argumento é o modo como Paulo se apresentou à comunidade com simplicidade, sem recorrer à eloquência, cheio de fraqueza, receio e tremor não confiando em raciocínios convenientes e sedutores. Sua demonstração residia apenas no poder do Espírito Santo.
Quem confiar em si mesmo, em seus méritos, em sua competência e sabedoria, não evangeliza nem se salva, pois o único Evangelho é a cruz de Cristo: ali reside a salvação de todos.
O sal serve para dar sabor, para preservar, para avivar o fogo do fogão. O compromisso de aliança perene entre duas pessoas era selado comendo um pouco de sal. Quando Jesus declara: "Vocês são o sal da terra", ele está fazendo um alerta para o compromisso cristão, para o testemunho do Evangelho de solidariedade e justiça. O cristão deve dar sabor de vida à sociedade, preservar o direito e a justiça, ativar a chama do amor e da vida. Se o cristão perder este elã, ele só servirá para ser jogado fora e pisado pelos homens.
A luz foi feita para iluminar, para clarear, para ser colocada no alto, e não para ficar escondida, ocultada debaixo de uma vasilha ou um móvel.
Ser luz significa traduzir a vida em boas obras diante dos homens para que eles louvem o Pai. Não seriam estas boas obras, anunciadas por Isaías, o perfeito louvor ao Pai que está no céu?
Leituras da semana
dia 10: 1Rs 8,1-7.9-13; Sl 131,6-10; Mc 6,53-56
dia 11: 1Rs 8,22-23.27-30; Sl 83,3-5.10-11; Mc 7,1-13
dia 12: 1Rs 10,1-10; Sl 36,5-6.30-31.39-40; Mc 7,14-23
dia 13: 1Rs 11,4-13; Sl 105,3-4.35-37.40; Mc 7,24-30
dia 14: 1Rs 11,29-32; 12,19; Sl 80,10-11b.12-15; Mc 7,31-37
dia 15: 1Rs 12,26-32; 13,33-34; Sl 105,6-7a.19-22; Mc 8,1-10