Roteiros Pastorais Homilética
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27/03/2019 Revista O Lutador Edição 3908 6º Domingo do Tempo Comum – 17/02/2019 “Felizes de vocês, os pobres...” (Lc 6,20b)
Foto: Crux Now

Leituras: Jr 17,5-8; Sl 39 [40]; 1Cor 15, 12-16-20; Lc 6, 17.20-26

 

1. Entre a bênção e a maldição.

Judá sempre teve a tentação de confiar nos exércitos estrangeiros, ao invés de pôr sua confiança no Senhor, fato que conserva sua atualidade. Confiar em sistemas sociais, políticos ou socioeconômicos, confiar em partidos, nas forças das armas ou potências internacionais só gera escravidão. A única dependência que liberta e gera vida é a adesão ao Deus da vida.

Nosso texto diz duas coisas, seguidas da expressão: “maldito o homem que confia no homem e bendito o homem que confia no Senhor”. É um comentário de Dt 30, 15-19b: “Eis que hoje estou colocando diante de ti a vida e a fidelidade, a morte e a infelicidade [...] Escolhe, pois, a vida para que vivas tu e a tua descendência...”

O homem que confia no homem e têm seu coração afastado do Senhor é comparado aos arbustos desfolhados do deserto, que não veem a alegria da floração. Entretanto, o homem que confia no Senhor é como a árvore plantada junto às águas. Está sempre verde e dá frutos mesmo em tempos de seca.

Quem confia só em si mesmo torna-se autossuficiente e tenta ocupar o lugar de Deus, que é o único Absoluto. Quem confia só nas pessoas faz delas um ídolo, um absoluto, e se torna suas escravas. Nossa confiança deve estar no Deus da vida.

Na prática, em quem você põe sua confiança?

 

2. Ressuscitar com Cristo.

Na comunidade de Corinto, alguns negavam a ressurreição dos corpos e se conformavam à filosofia grega, que só valoriza o espírito, em detrimento do corpo. Para eles, se Cristo ressuscitou ou não, pouco acrescentava à condição humana.

Ora, faz parte dos artigos de nossa fé, comum a Paulo, que Cristo morreu e ressuscitou. É isso que os cristãos pregavam e as Escrituras anunciavam. E se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou, e estamos assim invalidando as Escrituras e as próprias palavras de Cristo. Para Paulo, as testemunhas oculares das aparições são a maior prova da ressurreição de Cristo.

Paulo enumera as consequências da negação da ressurreição de Cristo:

- Nossa fé seria pura ilusão (v.17).

- A redenção não teria sido realizada, ou seja, todos estaríamos ainda mergulhados no nosso pecado sem possibilidade de perdão (v.18).

- Seriamos os mais dignos de compaixão entre todas as pessoas.

Mas, na realidade, nossa esperança em Cristo não foi colocada só para esta vida, pois Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram (v.20). Em 1Cor 12, Paulo afirma que somos membros do corpo ressuscitado de Jesus. Daí o respeito que devemos ter pelo nosso corpo e pelas pessoas, pois fazemos parte do Corpo de Cristo e somos destinados à ressurreição e a viver para sempre com ele.

É assim que tratamos o nosso corpo e as pessoas?

 

3. Bem-aventurados os pobres.

Que a preferência de Jesus é pelos pobres marginalizados, está claro em todo o Evangelho, e o contraste entre as bem-aventuranças e as “mal-aventuranças” o confirma.

Um primeiro ponto é que o Reino de Deus é dos pobres, por isso são bem-aventurados e felizes. Desde já, são cidadãos do Reino e já iniciam a nova sociedade que Jesus veio inaugurar. Eles são os que agora choram e terão um futuro conflitivo neste mundo, pois para eles estão reservados, da parte dos cidadãos deste mundo, o ódio, a expulsão, o insulto e a maldição.

Tudo isto porque eles pertencem a Cristo e seu Reino, mas deve ser motivo de alegria e exultação, pois esta foi a sorte dos profetas e, como os profetas, também eles terão uma grande recompensa no céu. É por isso que a segunda parte de cada bem-aventurança assegura uma promessa: sereis saciados, havereis de rir...

Porque os pobres passam por tudo isso? Porque os ricos não querem mudanças nas relações sociais. Querem manter seus privilégios, seu status, seus bens. Eles se alegram como sofrimento dos pobres. Seus antepassados já matavam os profetas que anunciavam a mudança através da justiça, da partilha e solidariedade.

Os ricos são infelizes, são mal-aventurados aos olhos de Deus e sua recompensa já está na consolação aqui e agora. Amanhã, eles pedirão ao Pai Abraão para deixar Lázaro refrescar a língua deles com uma gota d’água (cf. Lc 16, 24), mas não obterão este favor. Eles são os que agora têm fortuna, agora riem, agora são elogiados. Eles simbolizam os falsos profetas. Amanhã eles vão passar fome, vão ver luto e lágrimas.

Nós partilhamos das lutas dos pobres para a construção de uma nova sociedade, onde desaparecerão o orgulho e o egoísmo dos ricos, e haverá partilha e solidariedade?

 

Leituras da Semana

dia 18: Gn 4,1-15.25; Sl 49[50],1 e 8.16bc-17.20-21; Mc 8,11-13

dia 19: Gn 6,5-8; 7,1-5.10; Sl 28[29],1a.2.3ac-4.3b.9b-10; Mc 8,14-21

dia 20: Gn 8,6-13.20-22; Sl 115[116B],12-13.14-15.18-19; Mc 8,22-26

dia 21: Gn 9,1-13; Sl 101[102],16-18.19-21.29.22-23; Mc 8, 27-33

dia 22: 1Pd 5,1-4; Sl 22[23],1-3a.3b-4.5.6; Mt 16,13-19

dia 23: Hb 11,1-7; Sl 144[145],2-3.4-5.10-11; Mc 9,2-13

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