Formação Catequese
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15/02/2020 Equipe Catequese Hoje   Edição 3920 A coordenação da catequese
F/ Arquivo SDN

 

Para realizar o trabalho catequético com eficiência e para que o grupo de catequistas funcione bem, é preciso que haja uma boa coordenação. A coordenação supõe uma equipe organizadora/articuladora. 

A palavra coordenação vem do latim “co-ordinatione”. Ordinatione significa dispor segundo certa ordem, organizar, arranjar. Portanto, coordenação seria organizar o conjunto, por em ordem o desordenado. É uma ação de cooperação, uma ação de “corresponsabilidade entre os iguais”. Uma das finalidades da coordenação é criar relações, facilitar a participação, desenvolver a sociabilidade, levar a cooperação e corresponsabilidade. O essencial é criar relacionamento, motivar a renovação, aprender a fazer equipe. 

Coordenar é integrar, animar, avaliar, revisar, celebrar, incentivar a caminhada da catequese. Não há receitas! A missão do(a) coordenador(a) é a de encontrar um jeito de ir, sem esquemas complexos, à vida dos catequistas na animação, na formação, no relacionamento humano-afetivo, na escuta, no diálogo, na organização, na busca de novos passos, na espiritualidade, na comunicação aos catequistas, pais e comunidades, das decisões de reuniões, assembleias, encontros de setores, foranias, regiões, diocese.

 

Coordenar é articular: Um coordenador nunca poderá trabalhar sozinho. É preciso partilhar o compromisso. Fazer companheiros, fazer discípulos. Hoje não se fala só em coordenador, mas numa equipe de coordenação. Uma equipe que não acumula funções e centraliza o trabalho, mas uma equipe que divide tarefas. Pertencer a uma equipe de coordenação não é um cargo, mas um serviço, um modo de ser e de testemunhar.

É preciso reforçar isso: A coordenação é um ministério, um serviço. Integra as forças vivas da catequese (catequistas, pároco, pais, catequizandos, pastorais) através de ações concretas. É um serviço de animação.  

A equipe deve ser eleita entre os membros do grupo de catequistas da paróquia. Para ser coordenador(a) é preciso ter liderança, saber trabalhar em grupo, ter experiência de catequese, ter feito algum curso básico para catequista e outros cursos de aprofundamento. Deve-se ao escolher a equipe de coordenação estipular o tempo no serviço deste ministério. Durante o período determinado da coordenação é importante avalia-la, preparar outras pessoas para assumir futuramente a coordenação e ter senso de desprendimento, pois não é cargo para status, mas serviço para a comunhão.

A equipe de coordenação pode integrar pessoas por áreas. Em algumas comunidades também pais, líderes de grupos de jovens, responsáveis pela pastoral do batismo e dos noivos integram a equipe de coordenação. O mínimo de uma coordenação paroquial de catequese é contar com catequistas coordenadores que trabalham nas diversas etapas: crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Além do contato com os catequizandos e com os catequistas, é de grande importância um bom relacionamento com o pároco. Às vezes, o pároco faz parte da equipe coordenadora, mas na maioria dos casos não é assim. 

Por parte da coordenação deve haver uma procura de diálogo com o pároco, manter constantemente contato com ele e pô-lo a par dos principais acontecimentos da catequese. Procure-se também estabelecer contatos entre eles, os catequizandos e seus pais. É necessário sentar juntos, de vez em quando, para uma boa avaliação da catequese num ambiente de comunhão fraterna. Tais encontros já devem entrar no planejamento do trabalho catequético. 

 

Atitudes da Equipe de Coordenação da catequese

A coordenação deve se preocupar com alguns aspectos muito importantes a respeito de si mesma. Antes de exigir determinadas atitudes dos catequistas, ela mesma deve se questionar.

 

Diálogo: Atitude de Jesus com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-45). Os membros da coordenação, e mais ainda o(a) coordenador(a), não podem ser autoritários, impondo suas ideias e decisões. A coordenação dever saber escutar, ouvir os catequistas, aprender com eles, dialogar. Uma atitude autoritária afasta os catequistas, os desvaloriza e é uma das razões que os leva a não continuarem na catequese. Sempre pensamos que a rotatividade de catequistas é culpa deles mesmos e das circunstâncias da vida de cada um. Mas, será que a coordenação já se perguntou e procurou saber se ela não terá uma parcela de culpa?

 

Compreensão e Sensibilidade: A coordenação deve ter a capacidade de compreender, entender os limites, as situações existenciais, familiares e vitais dos catequistas, dos pais, dos catequizandos e dos próprios membros da equipe de coordenação. 

A coordenação deve ser amiga, afetiva e carinhosa. Faz parte da catequese a sensibilidade para com o outro, a capacidade de apreciar, de reconhecer os valores, de demonstrar isso de alguma forma e de criar relações profundamente humanas. Os laços verdadeiros gerados na catequese favorece um ambiente caloroso onde o catequista goste e empreenda seus melhores esforços para esta missão.

 

Paciência: A coordenação precisa aprender a ter paciência com o grupo de catequistas, catequizandos, pais. Esperar que o grupo aprenda com os erros, que caminhe... O coordenador não deixa de ser catequista. Pelo contrário, deve ainda mais perceber que todos tem seu tempo de amadurecimento e que isso exige um olhar afetuoso, paciente e acolhedor.

 

Solidariedade: Uma das expressões evangélicas e humanas que unem as pessoas é a solidariedade e o apoio. Solidariedade ao que sofre, que erra, que passa por dificuldades familiares, existenciais. A presença na dor, na morte de familiares, nos fracassos, mas também nas alegrias, nas festas, nas celebrações, é muito importante. 

A primeira preocupação da coordenação é com os catequistas novos, jovens, os mais carentes, os que têm dificuldade de entender, de transmitir. É bom lembrar que um dia também nós iniciamos, e foi o apoio, carinho e paciência do grupo de catequistas que nos fez crescer.

 

Grupo aberto: A Equipe de coordenação não pode ser um grupo fechado em si mesma. Ela caminha junto, faz-se presença, não busca “nome, nem privilégios”. É um grupo aberto, receptivo, que se renova constantemente. Não é uma equipe que se considera superior aos outros. A superioridade distancia, impede a proximidade, dificulta o diálogo e a participação. Ninguém gosta de ficar ao lado de alguém que se julga superior. 

 

Saber partilhar: Numa equipe de coordenação não pode haver mentalidade de competição e de prestígio. Onde há competição, o ambiente sofre as consequências. Onde há partilha, há espaço para todos. “Entre vós, quem quer ser o primeiro seja aquele que serve”! Eu vos dei o exemplo: lavei os vossos pés”(Jo 13,1-15).           

 

 

Fonte: catequesehoje.org.br

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