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10/08/2023 Luis Miguel Modino Edição 3962 A evangelização na Amazônia será sempre um anúncio do Verbo que se fez carne Padre Zenildo Lima na Conferência da CEAMA
F/ By L M Modino
"...exige da Igreja um total entrosamento com a realidade, uma superação de modelos de evangelização importados e um permanente testemunho realista, corajoso e repleto de esperança, fundado exclusivamente no Evangelho."

A Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que está realizando sua assembleia em Manaus de 8 a 11 de agosto é uma das propostas que surgiram com o Sínodo para a Amazônia, buscando contribuir nos processos de evangelização na Amazônia.

O padre Zenildo Lima, que foi auditor naquele Sínodo, refletia sobre algumas ideias em vista das linhas de evangelização para a CEAMA. Ele partia do Documento Preparatório do Sínodo para a Amazônia, que“recordava a dinâmica da parte pelo todo”, insistindo o texto em que “as reflexões do Sínodo Especial superam o âmbito estritamente eclesial amazônico, por serem relevantes para a Igreja universal e para o futuro de todo o planeta”. Algo que o reitor do Seminário São José de Manaus relacionou com o caminho do atual processo sinodal.

Encarnação do Verbo é o ponto de partida

Nessa perspectiva, ele afirmou que “para compreendermos a atuação da CEAMA necessitamos recuperar o caminho percorrido – que não é somente o caminho do Sínodo para a Amazônia, mas o caminho da missão da Igreja na Amazônia - e pontuar as intervenções necessárias neste tempo presente”. Daí o destaque que ele colocou no Encontro de Santarém 1972.

Um encontro que tem como ponto de partida a Encarnação do Verbo, que segundo recolhe o Documento de Santarém 2022, “exige da Igreja um total entrosamento com a realidade, uma superação de modelos de evangelização importados e um permanente testemunho realista, corajoso e repleto de esperança, fundado exclusivamente no Evangelho”.Mas também uma Encarnação da Igreja, que “armou sua tenda no meio do povo de tal modo que apareceu um rosto eclesial bem amazônico na diversidade sociocultural, na defesa do lar que Deus criou para toda a humanidade e na promoção da Vida em todas as suas dimensões”.

Uma Encarnação que “não pode acontecer sem que os povos amazônidas, acompanhados por seus agentes e pastores, sejam os protagonistas”, segundo o padre Zenildo Lima, que insistiu em que “encarnação tornou-se também e primeiramente um processo de escuta!”, destacando igualmente a necessidade do diálogo. É por isso, ressaltou o reitor do Seminário São José de Manaus, que “a evangelização na Amazônia será sempre um anúncio do Verbo que se fez carne, será sempre uma proposta do encontro com Jesus. Não cabe em nós o rótulo de termos abandonado o Evangelho para cuidar de questões sociais”.

Evangelização libertadora

Uma marca da atuação da Igreja na Amazônia sempre foi a evangelização libertadora, segundo o padre Zenildo, que fez ver sua urgência diante do avanço dos sinais de ameaça à dignidade avançam. Daí a importância do chamado do Sínodo para a Amazônia à Igreja da região “a exercer sua atividade profética com transparência, e apresentar o Cristo com todo seu potencial libertador”.

Para realizar essa missão, o padre Zenildo Lima propus alguns itinerários: nos territórios, com os sujeitos, no modelo de Igreja e de Evangelização, sustentado no rosto amazônico, a Sinodalidade, a escuta, diálogo e interculturalidade, a questão ministerial.Ele lembrou que “no Sínodo para a Amazônia, a Igreja em saída missionária apresenta-se como samaritana, misericordiosa e solidária, que serve e acompanha os povos amazônicos e se constitui um Igreja com rosto destes mesmos povos”, o que faz, segundo aparece no Documento de Santarém 2022, com que “a vida das nossas Igrejas que vão se moldando em caminhos de inculturação da espiritualidade, da liturgia, do ministério, da vida comunitária”.

Uma Igreja chamada a ter como atitude fundamental amissão realizada com intensidade, fazendo com que “coragem e audácia se traduzam em opções pastorais transbordantes e não pequenos remendos”. Nessa dinâmica, a CEAMA aparece como corpo eclesial, como sujeito, concluiu o padre Zenildo Lima.

 

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