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07/01/2019 Pe. Sebastião Sant'Ana Silva, SDN Edição 3908 A Igreja e a opção preferencial pelos jovens Novo estilo de Igreja lançado pelo Sínodo da Juventude
Papa com jovem
jovensconectados.org.br
"É necessário definir ações comunitárias na Igreja nos vários níveis, procurando contar com os próprios jovens..."

No encerramento do XV Sínodo Ordinário dos Bispos (sobre a Juventude), o Papa Francisco enfatizou que seu resultado não pode limitar-se ao rico Documento final, aprovado pelo Sínodo. Convidou toda a Igreja a um processo a ser ativado e a um caminho a ser percorrido, cujo resultado leve ao protagonismo da juventude. Toda a Igreja é convocada a contagiar o mundo com o espírito vivido no Sínodo da Juventude.

Os jovens estiveram e deverão continuar no centro das atenções da Igreja. À luz do encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús, o Sínodo olhou para o contexto em que eles vivem, procurou destacar seus valores e desafios, reconhece que eles são o presente e o futuro do mundo. A "opção preferencial pelos jovens" consolidada no Documento, reforça que os jovens são protagonistas na evangelização e prioridade na vida da Igreja.

A Carta aos jovens

Na Carta aos Jovens, lida ao final da Missa de encerramento do Sínodo, os 270 bispos, entre tantas coisas bonitas, afirmaram:

"A vocês jovens do mundo, nós padres sinodais nos dirigimos com uma palavra de esperança, confiança e consolação. Nestes dias, nos reunimos para escutar a voz de Jesus, “o Cristo eternamente jovem”, e reconhecer nEle as vozes dos jovens e seus gritos de exultação, lamentos e silêncios".

Os bispos continuam: "Sabemos de suas buscas interiores, das alegrias e das esperanças, das dores e angústias que fazem parte de sua inquietude. Agora queremos que vocês escutem uma palavra nossa: desejamos ser colaboradores de sua alegria para que suas expectativas se transformem em ideais".

"A Igreja e o mundo precisam urgentemente de seu entusiasmo. Sejam companheiros de estrada dos mais frágeis, dos pobres, dos feridos pela vida. Vocês são o presente, sejam o futuro luminoso!"

A repercussão na Igreja do Brasil

De volta ao Brasil, o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Dom Sérgio da Rocha, que atuou como eficiente relator geral do Sínodo, em reunião com os secretários executivos dos 18 regionais da CNBB, partilhou o processo do Sínodo 2018.

O cardeal explicou que o Sínodo lançou um novo estilo de Igreja à escuta, uma Igreja sinodal em caminho com todos, começando com os jovens. O grande apelo do Sínodo 2018 é que a Igreja caminhe com os jovens, como Jesus na passagem bíblica dos discípulos de Emaús.

O presidente da CNBB comenta que após o encerramento da Assembleia Sinodal tem início a fase de recepção da reflexão e das propostas do Sínodo em toda a Igreja, fase que começa com as conferências episcopais de cada país e assembleia das dioceses e igrejas particulares. “O grande desafio é concretizar as indicações pastorais do Sínodo”, reforça.

Os desafios do Documento final

Sobre o Documento e seus desafios, Dom Sérgio reforça que, na primeira parte, o texto pede que, à luz do Jesus caminhava com eles, "se considere atentamente a realidade da juventude concreta, seus valores e potencialidades, seus problemas e situações de vulnerabilidade, as diversas faces dos jovens e a situação deles na Igreja local".

Já na segunda parte do Documento – Os olhos deles se abriram –, "contempla-se a reflexão teológica sobre os jovens e o discernimento vocacional que leva a interpretar a realidade com a luz da fé. “Eles são convidados a refazerem, na comunidade, a experiência dos discípulos de Emaús, escutando a Palavra, participando da Eucaristia e da vida comunitária”, explicou o cardeal.

Na terceira parte – Partiram sem demora –, "somos convidados a agir, procurando discernir, com a ajuda das propostas do Sínodo, os melhores meios para realizar a pastoral juvenil e o discernimento vocacional na Igreja local, com novo ardor missionário”, disse Dom Sérgio. É necessário definir ações comunitárias na Igreja nos vários níveis, procurando contar com os próprios jovens e, ao mesmo tempo, formar pessoas para acompanhá-los e para a animação da pastoral juvenil com a perspectiva vocacional.

Esclareceu ainda o presidente da CNBB que, "após o encerramento da Assembleia Sinodal, tem início a fase de recepção da reflexão e das propostas do Sínodo em toda a Igreja, fase que começa com as conferências episcopais de cada país e assembleia das dioceses e igrejas particulares.

O processo vivido pelo Sínodo serviu de exemplo: "aproximar-se dos jovens para escutar, compreender, acolher e valorizar a presença deles em nossas comunidades, para compartilhar com eles a alegria do Evangelho e para ajudá-los a responder ao chamado para seguir a Cristo nas diversas vocações, sendo cristãos nos diversos ambientes da sociedade, principalmente no meio dos jovens” – concluiu Dom Sérgio.

A estrutura do Documento final

O Documento final, com três partes, tendo como referência, os Discípulos de Emaus, foi desenvolvido em 12 capítulos e 167 parágrafos.

Oferecemos aos leitores os temas abordados:

I) Jesus caminhava com eles: 1) A escola e a paróquia; 2) Migrantes, um paradigma de nosso tempo; 3) Firme compromisso contra todo tipo de abuso; dizer a verdade e pedir perdão; 4) A família, "Igreja doméstica"; 5) Formação de justiça contra a cultura do desperdício; 6) Arte, música e esporte, recursos pastorais.

II) Seus olhos se abriram: 1) Missão e vocação; 2) O acompanhamento; 3) Não a moralismos e falsas indulgências, Sim à correção fraterna; 4) A arte de discernir.

III) Partiram sem demora: 1) Sinodalidade, estilo missionário; 2) O desafio digital; 3) Corpo, sexualidade e carinho; 4) Acompanhamento vocacional; 5) Chamado à santidade.

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