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14/08/2019 Christine Rousselle Edição 3915 Alta fertilidade não é o produto da ignorância
F/ CRPakaluk/Twitter
"A ideia de que as taxas de fertilidade elevadas são uma barreira para o sucesso econômico é um mito contemporâneo"

Alta fertilidade não é o produto da ignorância

Christine Rousselle

 A ideia de que as taxas de fertilidade elevadas são uma barreira para o sucesso econômico é um mito contemporâneo, afirma a professora de economia da Universidade Católica da América, mãe de oito filhos, Dr. Catherine Pakulak, em resposta ao comentário do Presidente francês Emanuel Macron em um evento da Fundação Gates.

Macron sugeriu que mulheres instruídas não optariam por ter um grande número de crianças se tivessem uma escolha. Pakulak acha que o comentário foi parcialmente fora de contexto, e mesmo tentando dar o benefício da dúvida a Macron, ainda avaliou que o comentário era "ridículo".

A pesquisa acadêmica da Dr. Pakulak centra-se, em parte, sobre os efeitos da fertilidade no desenvolvimento econômico. "Alta fertilidade não é o produto da ignorância", disse ela. Os comentários de Macron evidenciam um preconceito comum na cultura contemporânea, em uma atitude que prevalece tanto na África como nos Estados Unidos. Mulheres como ela mesma, que escolheu ter muitos filhos, enfrentam uma reação pejorativa de outras pessoas sobre suas decisões de terem muitos filhos. [...]

"Não há provas de que países não podem crescer rapidamente, ou constantemente, com altos níveis de fertilidade", explicou ela. E alguns estudos têm apontado que a fertilidade africana na verdade não é especialmente alta em relação ao seu rendimento. Em todo o Continente, a taxa de fertilidade média não se eleva há sete, oito ou nove anos, ela disse. Na realidade, a taxa de fertilidade total (TFR) em toda a África aproxima-se da taxa média do mundo, "na faixa quatro".

"Simplesmente não há evidência para dizer que de repente o país vai simplesmente explodir economicamente se as taxas de fertilidade sobem para dois ou três filhos por casal."

A Nigéria, o país da África com o mais alto PIB, tem a 12ª taxa de fertilidade mais alta do mundo, com uma TFR de 5.07. A África do Sul, que tem o segundo maior PIB do Continente, tem uma taxa de fertilidade muito baixa, de 2.29. [...]

A pesquisadora expressou a preocupação de que este ponto de vista corrente possa ser usado para forçar a contracepção em mulheres africanas, independentemente de elas estarem pedindo isso. "Eu acho que isso é falso, porque outros países têm crescido rapidamente com uma TFR no mesmo nível em que estão os países africanos."

Os grupos conservadores não se opõem à disponibilidade da contracepção, disse ela; eles são contrários a um tipo de política agressiva que desperdiça tempo e dinheiro que poderiam ser aplicados em outros programas de desenvolvimento.

Além disso, a Dr. Pakulak disse que fornecer contracepção para as meninas que foram forçadas ao casamento em sua pré-adolescência não vai ajudar em sua situação. Em vez disso, ela sugeriu que mais esforços sejam concentrados contra as normas culturais que aprovam tais situações. Para ela, estamos diante de "uma época de contracepção barata e amplamente disponível", em que é fácil para as pessoas escolher o tamanho de suas famílias, por isso as pessoas estão optando por ter menos filhos.

Pakulak lamentou o declínio das taxas de fertilidade em outras partes do mundo, mencionando especialmente a Europa. Enquanto a França apresenta a TFR mais alta da Europa (1,96), esta ainda fica abaixo da taxa de substituição do nível de população, que seria de 2.1. Isto é motivo de preocupação para Pakulak, advertindo que as baixas taxas de natalidade seriam desastrosas para os programas sociais do continente.

Ela também se diz preocupada com a mentalidade de que criança é um sinal de problemas maiores. "As pessoas não têm filhos para salvar seus países do inverno demográfico," ela disse. "Elas têm filhos por causa de uma atitude ligada ao significado e ao sentido da vida, e àquilo que significa viver uma boa vida humana."

Fonte: Catholic Herald

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