Roteiros Pastorais Homilética
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29/07/2019 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3914 Assunção de Nossa Senhora - 18/08/2019
Foto: Pinterest
"Bendita és tu entre as mulheres! [Lc 1,42]"

Assunção de Nossa Senhora - 18/08/2019

 

Leituras: Ap 11,19a;12,1-3 6a.10ab; Sl 44[45]; 1Cor 15,20-27a; Lc 1,39-56

Destaque: “Bendita és tu entre as mulheres!” [Lc 1,42]

 

  1. A vitória da Igreja. Diante das perseguições sofridas pelas comunidades cristãs, o Apocalipse procura dar consolo, incentivo à luta e à esperança. A linguagem é simbólica, apenas compreensível aos cristãos.

São 4 imagens simbólicas principais: o Templo, a arca, a aliança e os sinais cósmicos, indicando que Deus vai comunicar-se com os homens. A Arca, no Primeiro Testamento, trazia as tábuas da Lei, expressão de Deus para o povo. Aqui, a arca pode simbolizar aquela que traz em seu seio a própria Palavra de Deus, com o mesmo significado da mulher do capítulo 12.

A mulher, vestida de glória e protegida por Deus, tem traços da eternidade divina (lua sob os pés) e na cabeça uma coroa de 12 estrelas. Representa a vitória da comunidade dos filhos de Deus do Primeiro e Segundo Testamento (12 tribos e 12 apóstolos).

A mulher é uma imagem polivalente: é Eva, a mãe da humanidade, que vai dar à luz um descendente capaz de esmagar o mal (cf. Gn 3,14-15); é o povo de Deus do Primeiro Testamento (12 estrelas); é Sião-Jerusalém, que dará à luz o Messias; é Maria mãe de Jesus; é a comunidade-Igreja, mãe dos cristãos. A tradição da Igreja aplicou Ap 12 a Maria, que é a Nova Eva, figura da humanidade, figura da Igreja geradora de cristãos. Assunta ao céu, ela antecipa na glória de Jesus o futuro vitorioso de cada cristão.

O dragão é a personificação do mal, é o poder totalitário dos impérios perseguidores da Igreja. O Filho é Jesus que, com sua ressurreição (= foi levado para junto de Deus e do seu trono) se tornou o vencedor do dragão, do pecado, do mal e da morte.

 

  1. Ressuscitar com Cristo. A 1Cor responde a problemas e questionamentos da comunidade. O capítulo 15 trata da ressurreição, que alguns estavam negando. E recorda o anúncio fundamental: Cristo morreu e ressuscitou. Esta certeza da nossa fé é testemunhada por muitos que viram o Cristo ressuscitado. Se, como alguns afirmam, os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou e, então, é vã a nossa fé.

Jesus é o Novo Adão (vv. 20-23). Adão morreu e na sua morte todos morreram. Jesus é o novo Adão ressuscitado, o primeiro fruto de uma nova colheita (= primícias). Os primeiros frutos garantem a qualidade da colheita. Assim, se Cristo ressuscitou como primícias, todos nós ressuscitaremos depois dele. Em Adão, a morte; em Cristo, a vida. Jesus vence todas as forças e estruturas injustas e inimigas da vida. Todos esses inimigos ele os colocará debaixo dos seus pés.

 

  1. Maria, arca da aliança. No Evangelho, temos o encontro de duas futuras mães e o encontro de duas crianças! Maria se encontra com Isabel. Quem é Maria? Quem é Isabel? Duas pessoas pobres, mas agradecidas pelo dom da fecundidade. Isabel era estéril e Maria não teve relações com nenhum homem. Deus se manifesta nos pobres trazendo-lhes a riqueza da vida. As palavras de Isabel são inspiradas em textos do Primeiro Testamento.

- Jz 5,24: “Seja bendita entre as mulheres, Jael”.

- Jt 13,18: “Tu és bendita, ó filha, pelo Deus altíssimo, mas que todas as mulheres da terra”.

- Dt 28,1.4: “Bendito seja o fruto do teu ventre”.

- 2Sm 6,9: “Como entrará a Arca do Senhor em minha casa?”

Maria é vista como a Arca da Aliança, pois traz em seu seio a salvação de Deus e Isabel reconhece o Salvador, que irá nascer do ventre de Maria (v. 43).

As palavras inspiradas de Isabel são repetidas, há dois mil anos por milhões de lábios devotos ao rezarem a Ave-Maria (cf. v. 48). Maria é bem-aventurada, porque acreditou nas promessas do Senhor. Sua grandeza provém sobretudo de sua fé assumida.

Jesus se encontra com João Batista. À saudação de Maria, este se agita no seio de Isabel saltando de alegria, e ela se enche do Espírito Santo. Lucas quer mostrar a presença da Boa Nova no seio de Maria. A presença do Salvador já alegra o coração do precursor.

O cântico de Maria é apresentado como sua resposta à saudação de Isabel. Lucas o compõe também com palavras do Primeiro Testamento, principalmente, inspirado no cântico de Ana, em 1Sm 2,1-10, como expressão da gratidão dos pobres – resto de Israel – que aguardavam a libertação. O núcleo do cântico nos mostra uma espécie de inversão de valores.

Na dimensão religiosa Deus destrói a autossuficiência humana (dispersa os soberbos de coração). Na dimensão política, Deus derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes, refazendo as relações de opressão em relações de fraternidade. Na dimensão social, Deus despede os ricos de mãos vazias e enche de bens os famintos, transformando as relações de exploração em relações de partilha.

É a misericórdia de Deus chegando à vida de todos os descendentes de Abraão, que conservaram seu temor ao Deus sempre fiel às suas promessas salvíficas.

 

Leituras da semana

dia 19: Jz 2,11-19; Sl 105[106],34-37.39-40.43ab-44; Mt 19,16-22

dia 20: Jz 6,11-24a; Sl 84[85],9.11-14; Mt 19,23-30

dia 21: Jz 9,6-15; Sl 20[21],2-7; Mt 20,1-16a

dia 22: Is 9,1-6; Sl 112[113],1-8; Lc 1,26-38

dia 23: 2Cor 10,17 – 11,2; Sl 148,1-2.11-13a.13c-14; Mt 13,44-46

dia 24: Ap 21,9b-14; Sl 144[145],10-13ab.17-18; Jo 1,45-51

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