Com ramos nas mãos e na entrada da cidade de Jerusalém, Jesus foi saudado pelo povo. Os ramos tiravam a poeira do caminho. Era preciso expressar com leveza, a esperança depositada naquele jovem. Acolher com alegria e aclamar com coragem quem caminhou com o povo de forma simples e humilde. Sua mensagem era clara – lutar pelo bem de todos. Isso vibrava o coração das pessoas, o encantamento da alma e a leveza do corpo. A fé traz alegria, mas também tem suas exigências – ter coragem, estar em união com o outro, respeitar as diferenças, ser justo e honesto. Lutar pelo bem não é fácil, exige escolhas e comprometimento. Levar a fé a sério, hoje, é arriscar-se.
O Jesus de Nazaré que é saudado com ramos colocava a pessoa humana acima de tudo. Abnegado e corajoso, cuidava da boa qualidade nas relações, tecia amizades profundas, fervia de entusiasmo com o bem e a verdade. Jesus acolhia os enfermos e marginalizados, sonhava com a paz e pregava a união de todas as religiões (Como a Campanha da Fraternidade deste ano). O povo se mostrava faminto de sua palavra, pois era um mestre diferente. Os ramos lembram sua mensagem – um mundo igual para todos. Mais humano e livre. Será que hoje, estamos dispostos a lutar por essa causa? O Deus da religião não era tão importante. Mas sim um Deus que liberta e traz felicidade. – “Deus é amor” (1ª Carta de João 4,8). Em tudo, o ser humano merece mais atenção.
A mensagem de Jesus encanta e fortalece, pois anuncia um mundo mais feliz e mais fraterno, por isso os ramos e não as armas para saudá-lo. Acredita na força do amor. O amor desarma e se envolve numa relação de acolhida. O amor ao próximo tem seus custos – despreza a injustiça, a violência e a mentira. Exige uma posição firme (corajosa). Por isso, é preciso tirar “a poeira” que esconde o significado da religião, do cristianismo e da fé As coisas valem pelo significado que damos a elas. Que os ramos deste domingo sejam um aceno para a paz! Sem fraternidade e sem ciência não há progresso.

Mauro Passos