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14/03/2021 Edward Guimaraes Edição 3934 CFE: o que isso tem a haver com você?
F/ CNBB / Conic
"O diálogo precisa ser assumido por todos como compromisso de fé e de amor, porque Cristo é a nossa paz e porque o diálogo é o verdadeiro caminho para haver paz entre as pessoas que pensam diferente. "

Campanha da Fraternidade Ecumenica. O que isso tem a haver com você?

 Edward Guimaraes

Em sua família e comunidade, entre pessoas de igrejas ou de religiões diferentes, há conflitos, desentendimentos e afastamentos ou diálogo, respeito e conhecimento mútuos e sincera busca de unir forças para fazer o bem sem olhar a quem? Em nosso meio, o seguimento de Jesus é motivo de união ou de divisão entre as pessoas?

Toda campanha nasce da percepção de uma necessidade concreta e é organizada em vista de responder as demandas desta situação analisada como carente de nossa atenção e cuidado. Por exemplo, fazemos campanhas de agasalhos, de arrecadação de alimentos para o combate à fome, de conscientização sobre as drogas, etc. E o sucesso de qualquer campanha depende de uma boa comunicação e da adesão e boa vontade dos convidados em participar e de se envolver.

No início da década de 60, a Igreja Católica, iluminada pelo Espírito Santo, no clima de reforma criado pelo Concílio Vaticano II, avaliou com seriedade a sua missão, as suas ações evangelizadoras e, de modo especial, a fragilidade da qualidade de nossa vida cristã em sociedade. A Igreja percebeu a urgência imediata de se fazer campanhas da fraternidade. Isso porque, apesar da maioria da população ser cristã em nosso país, a realidade de nossa vida em sociedade indicava, pelos graves problemas, que não estávamos e ainda não estamos cuidando bem da boa convivência entre nós: não conseguimos garantir vida digna para todos, partilha solidária dos bens, justiça social, superação da miséria, da exclusão social e da violência, aprendizado do princípio do respeito mútuo entre as pessoas, do diálogo fraterno e da busca de compreensão e entendimento entre os que pensam diferente.

Depois de mais de 30 anos de experiência significativa em campanhas da fraternidade, os líderes da Igreja Católica e de algumas outras igrejas cristãs perceberam a importância de darmos as mãos e, no cultivo do espírito ecumênico (espírito de diálogo fraterno e de busca de compreensão entre os cristãos de igrejas diferentes), ampliar os envolvidos na Campanha da Fraternidade: envolver os cristãos católicos, os cristãos de outras igrejas, que já tinham percebido a importância de, em nome do Evangelho, superar os muros históricos de desentendimento e de ódio, aproximarem e somarem forças para, juntos, construírem pontes de respeito, amizade, diálogo fraterno e planejarem ações comuns em defesa da vida, oferecendo a toda a sociedade o testemunho da beleza da vida cristã solidária.

Não foi nada fácil esta experiência nova, mas o aprendizado foi tão enriquecedor e avaliado como muito importante e coerente com os ensinamentos de Jesus. De tal forma que, repetimos esta desafiante experiência a cada cinco anos. Este ano já é a quinta experiência de organização da Campanha da Fraternidade Ecumênica (2000, 2005, 2010, 2016 e, agora, 2021). Infelizmente, muitos cristãos, a despeito da clareza dos princípios do Evangelho, que insiste no anúncio do Reino de Deus como Reino de justiça, fraternidade e paz, e o mandamento de Jesus de amar-nos uns aos outros como ele nos amou, ainda não entenderam a importância decisiva do ecumenismo para sermos mais fieis ao nosso Batismo e ao seguimento de Jesus.

O diálogo precisa ser assumido por todos como compromisso de fé e de amor, porque Cristo é a nossa paz e porque o diálogo é o verdadeiro caminho para haver paz entre as pessoas que pensam diferente. Vamos juntos avançar na concretização deste desafiante objetivo? E você, experimenta o chamado de Deus para participar desta Campanha da Fraternidade? Sente-se interpelado pelo Evangelho de Jesus a se comprometer com o diálogo e dela ativamente participar?

Edward Guimaraes - Teólogo leigo e catequista, doutor em Ciências da Religião (PUC Minas) e mestre em Teologia (Faje). Professor do Departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, nesta universidade atua como secretário executivo do Observatório da Evangelização. É membro do Conselho Pastoral Arquidiocesano, da Comissão para o Ecumenismo do Regional CNBB Leste 2 e da atual diretoria da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter).

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