Chama
Anderson Braga Horta
Que somos nós? Que sopro o quanto somos
nos infundiu? E quem nos denomina?
De que abismos e incógnitas os pomos
Tu és e eu sou? De que impossível mina
brotam do ser os impensáveis tomos?
De que não-ser nasce a luciferina
treva que um dia fui, que todos fomos?
E quem tal treva amolda e a translumina?
Que seremos ao fim desta jornada
cujo parto em olvido se derrama?
- o que éramos? – o caos, a noite, o nada?
E, se algo deste dédalo perdura,
que restará de nós além da chama
que nos incende a carne e a transfigura?
(Do livro “Antologia Pessoal”, Ed. Thesaurus, Brasília, 2001)
PALAVRA DE SABEDORIA
“Por que a Igreja se opõe ao desemprego? Porque o homem tem laços que o prendem a Deus, ao próximo e à natureza, sendo esta última a base da civilização. O homem sem trabalho sente de um modo ou de outro que lhe é recusada a cidadania no exército avançado da civilização e negada a união com seus companheiros de trabalho que, com seu labor, conquistaram o direito ao lazer.”
(Mons. Fulton J. Sheen – in “O Problema da Liberdade”)