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31/05/2024 Luis Miguel Modino Edição 3972 CNLB 42ª Assembleia: Testemunho de leigos que compreendem que eles são Igreja 42ª Assembleia Geral do Laicato do Brasil em Manaus
F/ By L M Modino
"Se a Igreja do Brasil tivesse a dinâmica que se impregnou aqui no Amazonas, nós teremos sempre uma participação muito grande dos leigos e leigas, aqui especialmente as mulheres..."

Iniciou na quinta-feira, 30 de junho, a 42ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho Nacional do Laicato, realizada em Manaus. Um momento para “ajudar a compreender a importância do leigo na Igreja”, segundo o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Steiner.

A Missão do Leigo na Igreja

O arcebispo da igreja local que acolhe a Assembleia destacou a importância do Documento 105 da CNBB: “Sal da Terra, Luz do Mundo: A Missão do Leigo na Igreja”, um documento longamente refletido, discutido, que até hoje ajuda muito na dinâmica da Igreja do Brasil. Falando sobre a Igreja do Amazonas, o presidente do Regional Norte1 disse que ela “se caracteriza por uma participação muito grande dos leigos, historicamente nós ficamos mais de um século sem a presença do presbítero, e os leigos assumiram a vida das comunidades, e isso ainda está muito presente hoje”.

Segundo dom Leonardo, “as nossas comunidades, elas são dirigidas por mulheres e homens, no interior, a dinâmica é dirigida pelos leigos e leigas, especialmente pelas mulheres, e é bonito ver o entusiasmo dos nossos leigos, nas assembleias diocesanas, nas assembleias do Regional, o interesse”, relatando a experiência da Assembleia Sinodal da Arquidiocese de Manaus, quando o maior pedido dos leigos foi a formação, “os leigos que estão interessados, os leigos que compreendem que eles são Igreja”, com uma consciência dos leigos de ser Igreja missionária, uma experiência que segundo o arcebispo de Manaus nasceu em Santarém, em 1972. Ele disse que “se a Igreja do Brasil tivesse a dinâmica que se impregnou aqui no Amazonas, nós teremos sempre uma participação muito grande dos leigos e leigas, aqui especialmente as mulheres”.

“Cristãos Leigos e Leigas, Testemunhas do Reino”

A 42ª Assembleia Geral do Laicato tem como tema “Cristãos Leigos e Leigas, Testemunhas do Reino”, e como lema “Não podemos nos calar sobre aquilo que vimos e ouvimos”, lembrou Francisco Meirelles, presidente do Conselho do Laicato no Regional Norte1. Ele destacou que a Igreja de Manaus está “acolhendo a cada irmã e irmão que está chegando de todo o Brasil para esse grande encontro nacional que vai acontecer em Manaus”. 180 participantes para vivenciar um momento de fraternidade, de partilha e também de discutir um pouco sobre o testemunho do cristão leigo e leiga, e também sobre nossa Querida Amazônia e o Sínodo sobre a Sinodalidade.

Aqueles que estão chegando para participar da assembleia “está com o coração ardendo, um pouco numa alegria, já vivendo essa experiência de chegar nessa terra acolhedora, de chegar nesse espaço e já sentir o clima do que é essa Igreja”, destacou a presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Sônia Gomes de Oliveira. A 42ª Assembleia acontece num itinerário de três anos de preparação dos 50 anos do laicato no Brasil, e nessa perspectiva, “nada melhor do que vir parar nestas terras para viver essa experiência de testemunho. É o local onde nós conseguimos perceber esse testemunho, testemunho do Reino, testemunho de justiça, um testemunho de paz, um testemunho de igualdade”, ressaltou Sônia Gomes.

Uma fonte de testemunho numa Igreja sinodal, que a presidenta do laicato do Brasil espera possa marcar àqueles que estão chegando para participar da assembleia e levar para outros lugares do Brasil. Por isso, nada melhor do que viver essa experiência da sinodalidade da Igreja de Manaus, segundo Sônia Gomes de Oliveira, que destacou a importância de viver essa experiência. Segundo a presidenta do laicato, “não é inventar muita coisa, é simplesmente recuperar a beleza daquilo que nós já temos nas nossas comunidades, na nossa Igreja”, insistindo no grande aporte do Documento 105 da CNBB na 42ª Assembleia Nacional do Laicato, pois “é recuperar esse sujeito eclesial, maduro na fé, que não só pertence à Igreja, mas ele é Igreja” fazendo um chamado ao laicato a “redescobrir este encantamento de ser Igreja”.

Testemunhar Jesus Cristo na sociedade

Segundo Sônia Gomes de Oliveira, “a nossa missão primeira é na sociedade, e estar na sociedade testemunhando Jesus Cristo é justamente viver essa experiência de romper com as polarizações e ser sinal do Reino. Muitas vezes a polarização, ela só acontece onde o Reino não está, a Palavra não chega, o Evangelho não chega, e nós queremos nos testemunhar a nós mesmos”. Frente a isso, fez um chamado a testemunhar o Reino, a justiça, a igualdade e o projeto de Jesus Cristo para romper com essa polarização, que definiu como o grande desafio do laicato, “entender o seu ser sujeito, de onde nós viemos, para onde nós queremos chegar, que é o Reino”.

No ano do testemunho, a presidenta do CNLB destacou a voz que oferece a Igreja de Manaus, que “formou o laicato para serem essas testemunhas e conseguem dar essa voz”, algo a ser disseminado para outras igrejas do Brasil, especialmente o testemunho de tantas mulheres que na Igreja de Manaus, “e conseguir encantar outras mulheres na Igreja do Brasil”. Igualmente destacou a importância da integridade da Criação, da ecologia integral, tema que será abordado na assembleia, que aborda situações presentes na vida de muitos participantes, que poderão conhecer as experiências de articulação e de união de forças presentes na Amazônia nesse sentido.

O cardeal Steiner destacou a importância do testemunho nos processos evangelizadores, e do encontro como momento para partilhar e receber experiências dos leigos como sujeitos na Igreja, afirmando que na Igreja do Amazonas, “nós temos uma rica experiência”, com leigos que se sentem responsáveis pelas comunidades e sua participação na vida da Igreja, com boa preparação para o exercício dos serviços que eles realizam. Com relação ao clericalismo, uma das temáticas da assembleia, o cardeal Steiner disse que “a dinâmica da Igreja na Amazônia não tem essa dinâmica”, insistindo na dinâmica profundamente sinodal das igrejas da Amazônia, com participação de todos nas discussões, fazendo um chamado a “estar cada vez atentos, para que todos nós nos sintamos Igreja”.

 

 

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