Destaques Atualidade
Compartilhe esta notícia:
27/10/2022 Ir. Dione Afonso, SDN Edição 3952 Cultura Digital e os desafios da Evangelização Os desafios de evangelizar na era da internet foi tema de assembleia de estudos SDN
F/ Dione Afonso
"Essa era da Cultura Digital é também marcada pela chamada "Economia da Atenção". As redes sociais se guiam por aquilo que nos chama a atenção. A febre dos Influenciadores Digitais, por exemplo, monetiza, quer dizer, explora a atenção de seus seguidores cativando-os com algo, por vezes, bastante simples, algo que envolve e que condiz com a realidade de cada um."

Os Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora, entre os dias 24 a 27 de outubro de 2022, estiveram em Assembleia Geral de Estudos debruçando sobre a temática da emergente Cultura Digital. A assessoria da semana de estudos ficou por conta da jornalista, professora e doutora Aline Amaro da Silva que é pesquisadora na área, doutora em teologia e especialista em marketing digital.

Na noite do dia 26 de outubro o encontro abriu as portas para acolher os leigos sacramentinos que se envolvem na lida diária e no trabalho frente aos Meios de Comunicação Sociais sob os cuidados dos Religiosos Sacramentinos. Sem esse dedicado trabalho de homens e mulheres que atuam em rádios, portais de notícias, nas paróquias com o atendimento paroquial e a formação e animação de lideranças, o trabalho de evangelização não atingiria seu objetivo na totalidade. Contudo, diante de toda essa seara comunicacional e diante dessa era digital, é preciso perguntar: como estamos lidando com a evangelização em nossos ambinetes de comunicação?

Os principais desafios pastorais

A professora Aline Amaro elencou 6 desafios pastorais que nos provocam e, diariamente, tentam nos fazer pensar em novas investidas pastorais em nossos Meios de Comunicação:

  • Passar da Pastoral da Resposta à Pastoral da Pergunta: cada vez mais o ser humano tem a necessidade de ser questionado. Precisamos superar a síndrome do Google, no qual nos motiva a não pensar mais, pois tudo o que precisamos, ele sabe. É real a necessidade de, em nossas postagens, textos, transmissões, programas veiculados, saibamos questionar quem está nos ouvindo do outro lado. Questionar sobre temas pertinentes à vida humana;
  • Passar da centralidade do conteúdo à centralidade da pessoa: mais importante do que o que se comunica é a quem se comunica. Mais importante que o conteúdo da matéria, notícia, é o seu comunicador. “A mensagem sozinha não evangeliza, mas é a relação que se cria”;
  • Passar da Pastoral da Transmissão à Pastoral do Testemunho: não se trata de comunicar a informação que lhe chega, mas comunicar a si mesmo. O real desafio de nos comunicar. É quem somos e não o que fazemos;
  • Passar da Pastoral da Propaganda à Pastoral da Proximidade: quer dizer, ir além do evento, da notícia, do fato, mas aproximar-se dos envolvidos daquela situação. “Gastar as solas dos sapatos”, nas palavras do papa Francisco;
  • Passar da Pastoral das Ideias à Pastoral da Narração: saber contar histórias. Ser criativos. Para cada comunicador. É importante saber que não é uma ideia que se comunica, mas é uma história que se narra. Histórias convertem, aproximam, encantam;
  • Conciliar uma Vida Interior a uma Vida Interativa: por fim a questão da interatividade. Cultivar, através dela, uma espiritualidade da comunicação. A nossa geração atual gosta de participar, interagir. Usam de avatares virtuais, emojis, gifs, tudo para expressar seus mais sinceros sentimentos humanos.

Quanto vale a nossa atenção?

Essa era da Cultura Digital é também marcada pela chamada "Economia da Atenção". As redes sociais se guiam por aquilo que nos chama a atenção. A febre dos Influenciadores Digitais, por exemplo, monetiza, quer dizer, explora a atenção de seus seguidores cativando-os com algo, por vezes, bastante simples, algo que envolve e que condiz com a realidade de cada um. Ou seja, não é tanto uma personalidade forte, importante, universal que é idealizada pela pessoa. Hoje, as pessoas têm se identificado com influenciadores que são pessoas simples, com uma rotina simples, que revelam a cada dia a história de sua vida, desde o levantar até o dormir.

O Brasil é o país com maior número de Influenciadores Digitais que contabilizam mais de 10 mil seguidores no Instagram. Esse fato dá-se por conta dessa cultura participativa da internet. Algo que começou como um hobbie, tornou-se um nicho de mercado. Há quem se sustente financeiramente com esse trabalho. Portanto, todos esses aspectos tocam, profundamente, em nossas atividades pastorais e também em nossa forma de agir por trás das câmeras ou dos computadores e celulares, na hora de propor a pauta do dia e produzir e distribuir conteúdo em nossas redes sociais e meios de comunicação a nós confiados.

Os Influenciadores provocam em nós novas formas de pensar sobre as postagens que viralizam nas redes, os conteúdos que compõem esses produtos (o que eles estão transmitindo, ensinando) e como nós podemos explorar essas potencialidades a serviço de uma evangelização mais autêntica.

* Dione Afonso é jornalista, graduando pela PUC Minas e formado em Filosofia pela FAJE.

Leia também:
Cardeal Steiner beatifica a menina Benigna
Aprovação canônica da CEAMA: Conferência Eclesial

Papa Francisco: a grande voz moral da sociedade

Pistas de ação a partir da X Assembleia dos OPD

Comunhão, participação e missão: eixos de unidade

70 anos da CNBB e abertura da X Assembleia dos Organismos do Povo de Deus

Pão, paz e fraternidade: os vinhos que hoje faltam no Brasil

60º Aniversário do Concílio Vaticano

Tecendo redes de esperança

Dia das eleições - Dom Paulo Peixoto

Eleições, como manter a coerência entre a fé cristã e o voto
Emilce Cuda: A Economia de Francisco já está em andamento...

Sinodalidade e missão: onde estão os jovens?

Latino-americanos da Economia de Francisco

Acesse este link para entrar nosso grupo do WhatsApp: Revista O Lutador Você receberá as novas postagens da Revista O Lutador.

Compartilhe esta notícia:
Nome:
E-mail:
E-mail do amigo:
DEIXE UM COMENTÁRIO
TAGS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS