Outro dia, encontrei um velho amigo no Parque Municipal.
- Bom dia, Coriolano! Tudo em paz?
- Paz? Tá brincando! É só guerra, confusão, um verdadeiro caos... e você me fala em paz? Não vê o noticiário?
- E por que será que não temos paz?
- Só pode ser coisa do capeta...
- Nada disso, cara, é coisa dos homens...
- Como assim?
- Somos nós mesmos que tornamos a paz impossível em nossa vida. Nós é que semeamos a guerra.
- Acha mesmo?
- Claro, Coriolano! Posso lhe dar uma lista de sementes da guerra que nós mesmos semeamos.
- Por exemplo...
- Competição, busca de sucesso e destaque sobre os outros: viramos inimigos uns dos outros.
- Pode ser...
- Ciúmes, inveja do sucesso alheio, agressividade...
- Hum...
- Ambição, sonhos de grandeza, desejo de ganhar mais dinheiro, de acumular bens...
- É...
- Agitação, pressa, dar passos maiores que as pernas...
- Isso é verdade.
- E ainda tem a falta de perdão, os projetos de vingança... Como ter paz com esses monstros dentro do peito?
- Tem razão...
- Quem confia em Deus e nele deposita suas esperanças certamente ficará em paz. A preocupação e o medo do futuro tornam a paz impossível. Você já viu um bebê no colo da mãe? Ele vive em paz. Sente-se seguro e confiante.
- Já vi. Dá vontade de ser criança...
- Aí está: você encontrou a chave da paz: viver como criança! Lembra do Evangelho? “Se vocês não se tornarem como crianças, não entrarão no reino dos céus...”
- Então, como fazer para ter a paz?
- Não há nada a fazer. Está fora de nosso alcance.
- Nada? É uma utopia?
- Bem... podemos pedir a paz...
- A quem?
- Ora, Coriolano, é o que fazemos em toda missa: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!”
- Que é que você quer dizer com isso?
- Você não notou a relação entre PECADO e PAZ? O Cordeiro “tira o pecado” e “dá a paz”. Não existe paz para quem vive no pecado. Troque a vingança pelo perdão... Troque a ambição pela vida simples... Troque a competição pela colaboração... E todos teremos a paz...