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22/02/2023 Luis Miguel Modino - CELAM Edição 3956 Dom Miguel Cabrejos: Na Igreja sinodal "todos os batizados são companheiros de caminho"
F/ L M Modino
"Igreja e Sínodo são sinônimos, porque a Igreja nada mais é do que o caminho conjunto do rebanho de Deus pelos caminhos da história, procurando encontrar Cristo, o Senhor". Uma Igreja sinodal na qual "ninguém está acima dos outros", e onde as funções de governo são desempenhadas com base na premissa de que "o maior é o menor e quem governa deve fazê-lo como aquele que serve."

A Assembleia Regional do Caribe, no âmbito da etapa continental do Sínodo 2021-2024, uma segunda estação de um caminho iniciado na semana passada em San Salvador com o encontro da Região da América Central e México, como recordou Dom Miguel Cabrejos, começou este 20 de fevereiro na Catedral Primaz da América. Na Eucaristia de abertura, o presidente do Conselho Episcopal da América Latina e Caribe pediu ao Espírito de Deus para derramar as suas graças, para iluminar e fortalecer os representantes das diferentes conferências episcopais presentes, pedindo também a proteção de Maria nas suas invocações da Virgem da Misericórdia e da Virgem de Altagracia, para que esta assembleia regional possa dar muitos frutos pastorais.

Na sua homilia, o presidente do Celam, à luz do Evangelho do dia, partiu da ideia de que "o caminho sinodal é também uma questão de fé, de fé no Senhor, no processo de conversão pastoral, de empenho, de esforço humano e sobretudo deste esforço de seguir também as indicações de Pedro, o Papa". O prelado peruano salientou que "a Igreja como Povo de Deus deve ser uma Igreja sinodal, caminhando juntos, todos nós, para anunciar e dar testemunho do Evangelho", insistindo que "a Igreja sinodal é um conceito fácil de pôr em palavras, mas não é fácil de pôr em prática", e que "a sinodalidade corresponde a toda a Igreja e a todos na Igreja", o que o leva a dizer que "todos os batizados são companheiros de caminho".

Dom Cabrejos recordou as palavras de São João Crisóstomo, que disse que "Igreja e Sínodo são sinônimos, porque a Igreja nada mais é do que o caminho conjunto do rebanho de Deus pelos caminhos da história, procurando encontrar Cristo, o Senhor". Uma Igreja sinodal na qual "ninguém está acima dos outros", e onde as funções de governo são desempenhadas com base na premissa de que "o maior é o menor e quem governa deve fazê-lo como aquele que serve". Uma sinodalidade que "não é um mero procedimento operacional, mas a forma específica de viver e trabalhar da Igreja como Povo Santo de Deus em caminhar juntos, em reunir-se em assembleia e em participar ativamente na missão evangelizadora".

Isto no mundo e no contexto histórico atual, onde "nos compete amar e servir a sociedade, também nas suas contradições", o que "exige da Igreja o reforço de sinergias em todas as áreas de missão". Um caminho sinodal inspirado nos Atos dos Apóstolos, que narra como no Concílio de Jerusalém se exerceu o método do discernimento comunitário, com a presença de bispos, sacerdotes e fiéis, como disse Dom Cabrejos.

Recordando que São Paulo VI promoveu a Igreja do diálogo e São João Paulo II chamou-a de casa e escola de comunhão, salientou que "hoje o Papa Francisco chama-a a iniciar processos de discernimento, purificação e reforma", o que a partir do sensus fidei deixa claro na Evangelii Gaudium que todo batizado é um agente evangelizador, porque "o rebanho tem o seu olfato para encontrar novos caminhos que o Senhor abre à sua Igreja".  A partir daí recordou os diferentes níveis de exercício da sinodalidade a fim de avançar numa descentralização saudável, definindo a Igreja sinodal como "um padrão elevado entre as nações, num mundo que muitas vezes entrega o destino de populações inteiras nas mãos gananciosas de pequenos grupos e poder", sendo assim um exemplo permanente de decisões e discernimento comunitário.

Entre as contribuições da sinodalidade no campo da justiça social, o presidente do Celam salientou o que diz respeito à "justiça, paz, bem comum e cuidado da casa comum". Um caminho que leva à escuta do povo e dos pastores, e a fazê-lo com a consciência de que escutar é mais do que ouvir, uma escuta recíproca, de todos e do Espírito, algo a que ele apelou para esta semana, insistindo em escutar o Bispo de Roma, "garante de unidade, de obediência e de obediência e conformidade com a vontade de Deus, do Evangelho de Cristo e da Tradição viva da Igreja", e salientou a figura do Papa como "o fundamento perpétuo e visível da unidade", que leva o Sínodo a agir com Pedro e sob Pedro, "que não é uma limitação da liberdade, mas uma garantia de unidade".

O presidente do episcopado peruano convidou a pedir ao Espírito Santo o dom da escuta, "escutar a Deus, até ouvirmos com Ele o grito do povo, escutar o povo, até respirarmos nele a vontade a que Deus nos chama". Refletindo sobre a reforma da Igreja, salientou que "ela exige um salto de qualidade, para promover uma práxis sinodal renovada, capaz de envolver cada um dos seus membros", convidando os participantes da assembleia da Região do Caribe a pedir esta graça da escuta.

 

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