Formação Juventude
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12/07/2020 Frt. Dione Afonso, SDN Edição 3926 Jovens em Família
F/ August de Richelieu / via Pexels.
"Não deixem, queridos jovens, que essa pandemia passe em branco por suas vidas. O momento é triste, desafiador."

 

Frt. Dione Afonso, SDN - dafonsohp@outlook.com

 

Entre família a gente se ajeita, não é mesmo? Pois é, há quem diga esse bordão por aí. Ei, juventude! Não há quem já não disse que os amigos da gente são como nossa segunda família. Seja na escola, faculdade, seja com a vizinhança, aqueles vizinhos que cresceram junto com a gente, que até tem a mesma idade. Nossos amigos são nossa segunda família. Os amigos são os irmãos, ou são a família que Deus colocou em nossos caminhos... Os bordões vão sempre nessa linha...

De fato, há amizades que a gente carrega pro resto da vida. Amigos confidentes, amigos presentes, amigos companheiros, parceiros, aqueles amigos que nos encorajam e que aceitam embarcar nas nossas loucuras e aventuras. Essas relações nos fazem um bem imenso. Relações saudáveis que nos faz próximos, confiantes. A pandemia que se instaurou em meados de março em nosso país provocou um isolamento social no qual não havíamos nos planejado para isso. Amigos, escola, trabalho, passeios, tudo foi evitado em vista da proteção nossa e de todos.

Com isso, voltemos à nossa “primeira família”. Agora estamos em família, tendo que nos reunir na mesa, tendo que nos recriar para vencer esse tempo de isolamento social. Voltar à nossa primeira família é um movimento que há tempos não exercitávamos, e agora? Como faremos esse caminho?

 

Redescobrir o amor pelos pais

Não se trata de afirmar aqui que nossos jovens não amam sua família. Na verdade, suas formas de expressar esse amor é o mais belo que o mundo pode testemunhar. Aqui, invocamos a oportunidade de poder redescobrir o amor e o carinho entre pai e filho, entre filhos e mãe, pai, família. Voltar à primeira família, primeiramente condiz com esse voltar ao amor primeiro. Voltar às raízes que nos constituíram, que nos formaram, deram-nos identidade.

Essa família, segundo o papa é “o ambiente das boas regras, das maneiras gentis e preventivas” contra o mal. Francisco ainda ressalta que a “sociedade não é capaz de reconhecer que quando uma família fica vulnerável, ela perde a capacidade de reação em prol da ajuda dos de sua casa” (AL, 51). Esse movimento de estar o tempo todo dentro de casa, família toda unida no mesmo ambiente por vinte e quatro horas, dia após dia, faz-nos redescobrir que ali, nesse ambiente, frágil ou não, foi onde crescemos.

Hoje, com uma sociedade movida e impulsionada pela sede de produção e de capital, de poder e de riqueza, os valores da família como a presença, a fraternidade, o amor acaba ficando em segundo plano. Quantos filhos hoje crescem sem a presença do pai e da mãe? Quantos jovens hoje sentem a ausência de um amor de berço? Quantos pais tiveram que escolher entre o trabalho e sustento de um lado e os filhos e a esposa por outro? Essa roda comercial é cruel, desleal e injusta.

 

Recordar e recontar histórias aos filhos

Filho, como você cresceu! Afirma o pai quando se assusta ao ver seu menino já na áurea da sua juventude. E a mãe, quando vê sua bebê ingressando na faculdade. Ainda ontem parece que eles ainda os carregava nos braços. Pois é, o tempo voa! Os filhos crescem, como canta o Pe. Zezinho, “eles ganham asas, e se tem asas, o destino é voar”. E não se enganem, eles voam mesmo, o céu é o limite.

Com a tecnologia, o avanço e o progresso do universo digital, os jovens vão se reinventando, descobrindo um mundo recheado de oportunidades que cintilam em seus olhos. Conversar com os jovens hoje, até mesmo sendo pai, mãe, estando em família, torna-se uma aventura desafiadora. A linguagem, a proposta, os meios para tal são outros. E, é difícil prender a atenção deles quando a gente não consegue acompanhar o ritmo.

Aqui são necessários dois movimentos: primeiro o dos filhos, para que desacelerem e ajudem os pais a caminhar nos seus passos; segundo, o dos pais, para que sejam pacientes e abertos aos novos ensinamentos que os filhos tem para oferecer. Os papeis se inverteram, nossos filhos têm muito a nos ensinar.

 

Jovens em família

Não deixem, queridos jovens, que essa pandemia passe em branco por suas vidas. O momento é triste, desafiador. Muitos de nós já perdemos amigos, perdemos nossa segunda família para o vírus da COVID-19. Mas, estamos protegidos, estamos em casa, estamos com nossa família. Aquela que nos gerou, aquela que não é perfeita, que as vezes não quis fazer nossas vontades, mas é a que mais nos ama.

Assim como os amigos nunca substituirão nossa primeira família, nossos pais também jamais substituirão nossos amigos. O que queremos dizer é que, hoje, temos a chance de ter algo que há muitos anos não tínhamos: estar em casa, com toda a família reunida. E isso é uma grande oportunidade para voltar a jogar aquele baralho juntos, para derrotar nosso pai naquela partida de vídeo game. Tempo também para assistir aquele filme com a mãe e contar segredos da juventude que só ela entenderia.

Tempo de estar em família. Tempo de amar novamente. Tempo de ser pais e filhos como há muito não éramos. Aproveite essa chance!

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