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29/05/2023 Antônio Carlos Santini Edição 3959 Mulher, eis o teu filho! (Jo 19,25-34) - 29/05/2023
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" Os Padres da Igreja sempre identificaram João como a presença da Igreja no Calvário. Esta declaração de Jesus equivale a um ato de adoção."

 

                Na Cruz, Jesus Cristo teve palavras dirigidas ao Pai, ao ladrão e ao apóstolo João, mas teve também uma frase dirigida exclusivamente à sua Mãe, que permanecera de pé junto à cruz de Jesus. Ao lado dela está João, e Jesus diz a Maria: “Mulher, eis o teu filho!” (Jo 19,26).

                 Os Padres da Igreja sempre identificaram João como a presença da Igreja no Calvário. Esta declaração de Jesus equivale a um ato de adoção.

                Do ponto de vista de Jesus, não se trata apenas de deixar sua mãe sob a proteção de alguém, mas, acima de tudo, estamos diante de uma ampliação da maternidade de Maria. Nossa Senhora ouve do próprio Filho que sua maternidade vai muito além da geração biológica da pessoa humano-divina de Jesus, mas se estende a toda a Igreja.

                Ao fim da terceira sessão do Concílio Vaticano II, em 21 de novembro de 1964, o Papa Paulo VI fez uma declaração em que atribuía a Nossa Senhora um novo título: “Mãe da Igreja”. Desta forma, entendia-se que todo batizado, ao ser configurado com Cristo, se torna também filho de Maria.

                Marthe Robin, a mística de Châteauneu-de-Galaure, fundadora dos Foyers de Charité, dissera a um sacerdote: “O Senhor gostaria que sua Mãe fosse chamada de Mãe da Igreja”. De fato, fora preparado um esquema nesse sentido logo no início do Concílio, mas foi rejeitado pelo grupo de bispos que o examinou. Mais tarde, Marthe disse a um visitante, que era amigo pessoal do Papa: “É preciso que o Santo padre proclame Maria como Mãe da Igreja”. Este voltou a Roma e informou Paulo VI – que conhecia Marthe e lhe enviara um rosário de presente -; vencendo a hesitação, o Papa fez a proclamação na última reunião do Vaticano II.

                René Voillaume fala sobre o papel associado de Maria ao Salvador: “Ao pé da cruz, Maria demonstrou toda a lucidez do seu conhecimento a respeito da missão de seu Filho. Entre aqueles que, durante a vida pública de Jesus, ouviram suas palavras e receberam seus ensinamentos, foi Maria que os captou da forma mais perfeita. Baseada na fé e levando consigo grande cabedal de vida interior, ela procurou penetrar o sentido mais profundo dos ensinamentos de seu Filho. No momento em que Cristo estava pregado na cruz, Maria tinha pleno conhecimento e plena certeza do que se passava, isto é, realizava-se a Redenção da humanidade”.

                Quando correu sangue e água do Lado aberto de Jesus, imagens dos sacramentos da Eucaristia e do Batismo, Maria estava presente como testemunha do inestimável dom de Deus para a Igreja.

Orai sem cessar: “Mostra que és Mãe!” (do hino Ave, maris stella)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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