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07/04/2020 Frt. Dione Afonso, SDN Edição 3922 O desafio de “DOLLY PARTON” e o nosso rosto na rede social
F/@chargesdoniniu
"Queremos que os seguidores se concentrem mais nas fotos e vídeos que são compartilhados, do que na quantidade de curtidas que recebem...."

 

Dolly Rebecca Parton Dean é cantora, compositora e atriz norte-americana de 74 anos. Considerada rainha da música Country, Dolly Parton gravou grandes duetos com nomes como Whitney Houston, Jessica Simpson, Miley Cyrus entre outros. Em 24 de janeiro de 2020, Dolly Parton publicou em sua rede oficial do Instagram um post que revelava o seu perfil em quatro Redes Sociais: Facebook, Linkedin, Instagram e Tinder. Trata-se de uma montagem com a legenda: “Get you a womam who can do it all” [encontre uma mulher que consiga fazer tudo isso]. O que era apenas para descontrair tornou-se um viral na internet e pessoas do mundo todo aderiram à brincadeira e, o fenômeno ficou conhecido como “desafio de Dolly Parton” na hashtag #DollyPartonChallenge.

 

Quem é você na Rede Social?

Para aderir ao #DollyPartonChallenge, é só publicar uma imagem bem profissional como se estivesse em busca de um trabalho no Linkedin. No facebook e no Instagram, as fotos são mais descontraídas, em família ou em viagens. Numa Rede Social mais ousada como o Tinder é ideal aquela foto de biquíni, sedutora, mais sexy e sagaz. O desafio tem divertido muitas celebridades pelo mundo e também já é comum encontrar a brincadeira nos posts dos nossos amigos.

Nas Redes Sociais nós costumamos publicar aquilo que achamos interessante ou bonito, ou legal de se mostrar. Nas Redes Sociais você é o que você publica. Quando colocamos quatro perfis como esse um do lado do outro percebe-se nitidamente que numa única publicação nos deparamos com quatro faces de nós mesmos. Nosso rosto fica estampado no nosso perfil on-line para todos aqueles que desejam nos conhecer e ler a nossa história. Que história estamos narrando nos perfis de nossas Redes Sociais?

No mundo digital, quando nos deparamos com o universo on-line nós viramos uma espécie de atores de nós mesmos. E criamos os nossos melhores personagens, se não os melhores, pelo menos os que rendem mais comentários, mais visualizações, mais curtidas. Em julho de 2019 a Rede Social Instagram impactou seus seguidores quando decidiu eliminar os likes dos posts de seus seguidores. A decisão foi tomada com base em pessoas que entraram em estado de choque ao aderirem certa disputa numa corrida frenética em busca de likes em suas publicações.

 

Do like à autoestima

Segundo uma equipe de consultores e de psicólogos, a discussão já tramitava há mais tempo. O principal motivo em eliminar os likes dos posts foi de preservar a autoestima de seus seguidores. A Rede estava apresentando um alto número de competição e uma espécie de corrida exagerada em busca de certa fama e visibilidade. Esse quadro estava apresentando distúrbios mentais gravíssimos entre jovens de 14 a 19 anos, segundo o Royal Society for Public Health, do Reino Unido. Tal atitude revela que o que importa não é essa corrida por likes em publicações sem sentido e, que, por vezes apresentam conteúdos altamente apelativos, induzindo à circulação de fake news e de conteúdos não condizentes com a realidade.

Em nota o Instagram afirmou que “queremos que os seguidores se concentrem mais nas fotos e vídeos que são compartilhados, do que na quantidade de curtidas que recebem. Não queremos que as pessoas sintam que estão em uma competição dentro do Instagram e nossa expectativa é entender se uma mudança desse tipo poderia ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar suas histórias”. A equipe de psicólogos convidada a estudar o caso afirma que numa Rede Social em que a maioria dos usuários estão no momento de formação de sua identidade e de afirmação de caráter e personalidade, “é necessário que avaliemos os perigos que uma Rede Social pode ofertar com suas ferramentas. Não devemos estimular essa corrida por likes e a curiosidade que excita à competição resultando em quadros graves de depressão e distúrbios emocionais”.

 

Nossa história vale mais que um like

A nossa vida tem que valer mais que um like. Nossas histórias são valiosas demais só para renderem curtidas nas Redes Sociais. Atitudes como essa ajudam-nos a nos importar mais pela história do outro do que pelo número de curtidas que ele teve e se eu estou na frente ou perdendo dele. Podemos sim aderir ao desafio “Dolly Parton”, é saudável uma boa brincadeira que nos faz rir e diverte o nosso dia. A reflexão que somos convidados a fazer é se a nossa vida pessoal, real, concreta está de acordo com a vida e a história que andamos contando nas nossas Redes Sociais.

Em sua 54ª Mensagem para o Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social, o papa Francisco nos lembra da importância em sempre contar boas histórias aos nossos filhos e às nossas jovens gerações. Boas histórias nos ajudam a nos conectar com a vida do outro, com a história do outro. O pontífice nos convida a costurar, quer dizer, a unir a nossa história com histórias de nossos irmãos, com as histórias de nossas famílias, nossos pais, para que juntos, “possamos tecer histórias que edifiquem e não as que destroem; histórias que salvam e não as que matam; histórias de amor e não as de ódio”.

Que histórias nós estamos transmitindo às gerações futuras? Que histórias estamos contando para nossos filhos? Que lembranças valem a pena contar para nossas crianças? Hoje, em tempos de Redes Sociais, internet, muitas histórias são contadas nos microfones e compartilhadas pela tela do nosso celular. Histórias de vida, de superação, de amor, de reencontro, histórias de pessoas que nos inspiram e que nos evangelizam. Para Francisco, todas essas histórias tem “uma costura em comum. São histórias de pessoas heroicas, como se fossem super-heróis, mesmo do dia a dia, do comum, mas que nos fazem sonhar de novo, nos dão coragem para enfrentar as situações difíceis e afastar o que nos faz mal”.

 

Para rezar e discutir em grupo:

Jesus é a Grande História contada em nossa vida. Nós temos boas histórias de nossa vida pra contar? Vamos partilhar as nossas boas histórias?

 dafonsohp@outlook.com

 F/@dollyparton

 

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