Formação Leigos
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02/01/2020 Agenor Brighenti Edição 3918 O laicato e o ministerio da diaconia e da comunhão Leigos e leigas
F/ sosassociazioni.it
"O serviço dos cristãos, exercido na Igreja e no mundo, é para a comunhão (koinonía), a ser vivida e promovida também dentro e fora da Igreja. "

 

 

O serviço na Igreja

O compromisso cristão começa em casa, no serviço aos irmãos, na comunidade eclesial de pertença. Numa Igreja toda ela ministerial, nenhum carisma dado pelo Espírito pode estar desvinculado do exercício de um ministério, segundo as necessidades da comunidade. Serviço não somente na liturgia, espaço onde muitas vezes os leigos e leigas ficam disputando espaço, ao lado de tantas outras necessidades em outros campos de ação. Na Igreja, há ministérios para dentro e para fora dela, para o mundo.

O exercício do ministério da diaconia por parte do laicato não é executar tarefas delegadas pelo clero. Os leigos somente serão sujeitos na medida em que houver na comunidade eclesial corresponsabilidade entre todos, fruto do discernimento e tomada de decisões entre todos e por parte de todos, sempre com o cuidado da inclusão das mulheres. As tarefas administrativas e burocráticas são campos de ação mais próprios para o laicato, o que pode contribuir para a liberação dos ministros ordenados ao pastoreio direto junto ao povo, em especial dedicando-se à formação dos agentes de pastoral.

 

O serviço no mundo

O mundo é o lugar da ação de todos os batizados – clero, religiosos e, em especial dos leigos e leigas, pois estão inseridos mais diretamente nele. Trata-se da ação da Igreja para além de suas próprias fronteiras, no serviço a todos, a crentes e não crentes. O mundo é campo de ação dos cristãos como Igreja, mas também enquanto cidadãos. Para o compromisso dos cristãos no social, há mais de um século a Igreja vem oferecendo diretrizes, através do Pensamento Social da Igreja.

Concretamente, a atuação dos cristãos no mundo se dá através da pastoral social, que vai além da caridade assistencial e da promoção humana nos parâmetros de uma ação social. O assistencialismo humilha o pobre (Bento XVI), pois além de fazer dele um objeto de caridade, perpetua as causas da exclusão. Por sua vez, uma ação social restrita a uma caridade organizada em favor de indivíduos ou grupos, ignora suas causas e colabora com a vigência de estruturas, que geram “ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres” (João Paulo II). A pastoral social combina assistência, promoção humana e transformação das estruturas, em vista de uma sociedade justa e inclusiva de todos, expressão da realização do Reino de Deus em sua dimensão imanente.

 

A comunhão na Igreja e no mundo

O serviço dos cristãos, exercido na Igreja e no mundo, é para a comunhão (koinonía),  a ser vivida e promovida também dentro e fora da Igreja. A comunhão dentro da Igreja se dá na corresponsabilidade de todos os batizados por tudo e por todos. Toda e qualquer expressão de autoritarismo no seio da Igreja é antagônica ao espírito do Evangelho. O planejamento pastoral participativo é um bom instrumento para a promoção e o exercício da corresponsabilidade de todos em tudo na Igreja, assim como para incluir o clero no seio do Povo de Deus.

Por sua vez, o serviço para a comunhão fora da Igreja começa pela atenção aos excluídos, aos pobres, aos discriminados de toda sorte, aos que sofrem injustamente. A Igreja precisa ser “casa dos pobres” (João Paulo II). Busca de comunhão também com outras Igrejas e com as religiões bíblicas e não-bíblicas, todas também mediações da salvação de Deus em Jesus Cristo, pela obra universal e misteriosa do Espírito. Comunhão também a estabelecer através de parcerias com pessoas de boa-vontade e com organismos da sociedade civil autônoma, sempre e quando se comunga em torno às grandes causas da humanidade, que são sempre também as causas do Evangelho.

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