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12/01/2020 Frt. Dione Afonso, SDN Edição 3919 O Rei do Show e o Rei da Vida  
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"Despertar nas pessoas a vida que cada um carrega dentro de si."

 

dafonsohp@outlook.com

 

O Natal de 2017 foi presenteado por The Greatest Showman – “O Rei do Show. É um clássico musical produzido pela Fox e dirigido por Michael Gracey. O Rei do Show é um enredo que traz a trama de um garoto órfão, pobre, mas que nasceu cultivando um amor puro e que nunca teve medo de ousar e de apostar tudo para realizar os seus sonhos. O personagem principal, Barnum, é estrelado por Hugh Jackman e, Barnum acredita que “a arte mais nobre é fazer os outros felizes”.

 

Rei pelos excluídos

Barnum sempre depositou sua fé na felicidade do outro. Desde criança percebia que o que dava esperança às pessoas era a alegria. A capacidade de sorrir era um poder que poucos dominavam e que herança nenhuma era capaz de substituir.

O segredo do sucesso sempre foi acolher a todos e trata-los como iguais em qualquer lugar. Barnum incomodou os teatros ornados de requinte e peças regadas de luxo, dinheiro e pouco acessíveis à população pobre dos Estados Unidos. Mas Barnum não era esse tipo de artista. Ele acreditava na força do diferente, do extraordinário, do sensacional. E ele foi atrás daqueles que a sociedade escondia, porque eram “aberrações”. Ao trazer essas pessoas para os holofotes, os grandes ficaram incomodados.

As pessoas saem do seu teatro mais felizes, sorrindo, e com uma esperança radiante no rosto. E isso é sensacional. “Colocar gente de todos os tipos no palco, de todas as cores, formas, tamanhos, e trata-los como iguais, qualquer crítico chamaria isso de uma celebração da humanidade”. Barnum torna-se um Showman não por seu talento, mas porque ele reconheceu o talento no outro. Ele pegou o que é especial em cada um e deu a eles a dignidade de ser gente.

 

Rei que defende a vida

O filme a certa altura provoca uma reviravolta preocupante: não só os grandes e poderosos sentem-se incomodados com Barnum e seu “Circo de Horrores”, mas começa a impregnar na sociedade uma onda de preconceito e de ódio. As pessoas ditas “normais” começam a se rebelar e protestam contra o circo e seus integrantes. Cospem, espancam e humilham-nos, pois, para eles, na sociedade não há espaço para o diferente.

Ao olharmos para o Evangelho, Jesus também defende a vida dos pequenos. À beira da estrada ele acolhe o Bartimeu. O cego clama por ajuda, mas tanto a multidão, quanto os discípulos o fazem calar-se, pois entre eles não há lugar para “um cego”. Jesus pensa e age diferente: escolhe os excluídos, os que estão escondidos nas sombras, os que são apedrejados por suas falhas. Jesus devolve a cada um a dignidade humana. A esperança de viver como iguais.

Uma das filhas de Barnum e Charity – Michelle Williams – na ocasião de seu aniversário pede ao pai pra fazer um pedido antes de soprar a vela: ela pede que a felicidade não termine nunca. Uma família que mora num apartamento simples, no terraço de um prédio pobre, entre lençóis de um subúrbio do século XIX. Sua filha, ao ver o pai não tendo sucesso com a casa de Teatro da cidade, ela o aconselha: “o senhor precisa encontrar pessoas extraordinárias, papai, e despertar nelas o que têm de mais especial”.

 

O Reino se faz do extraordinário

Despertar nas pessoas a vida que cada um carrega dentro de si. Quando o teatro é ateado fogo pelo preconceito e ódio daqueles que não aceitavam o que era diferente ser tratados como iguais na sociedade, o filme destaca temas sociais como o preconceito contra os negros, contra as mulheres, contra os “doentes” ou com anomalias. Barnum acorda em cada uma dessas pessoas o que elas têm de extraordinário: a vida!

“Por sermos diferentes, nossa própria família nos escondeu, teve vergonha de nós. Barnum nos tirou das sombras e nos deu humanidade e esperança de viver. Nos deu uma família de verdade. Uma família que se alegra em nos ter por perto”. Esse é o projeto do Reino que Jesus inaugura: acordar em todos o direito por “vida plena” [Jo 10,10].

Somos convidados a despertar o extraordinário em nossos jovens: a vida que cada um carrega, seus sonhos, seus sorrisos. Papa Francisco nos alerta que os jovens podem correr o risco de pensar que a missão, a vocação, ou até mesmo a própria vida possa ser apenas útil para o futuro. E que nada tem a ver com o presente e que no final das contas, apresentamos pra vocês um “futuro de laboratório”.

Concluímos com o Papa: “essa é a ficção da alegria. Não é a alegria do hoje, do concreto, do amor”. Assim, com esta ficção da alegria, nós os escondemos nas sombras. “Nós os adormecemos para não fazerem barulho, para não incomodarem, para não nos questionarem, para não questionar as nossas ações. Nisso, os vossos sonhos ficam escondidos, perdem altitude, começam a adormecerem” como se tivessem comido a maçã envenenada da bruxa má e tornam-se jovens cheios de ilusões rasteiras, pequenas e tristes. “Tudo isso porque consideramos como jovens do futuro e que o agora de vocês ainda não chegou; que são demasiados jovens para se envolverem no sonho e construção do amanhã. E assim seguimos os escondendo, ludibriando-os”.

Não! Não podemos agir assim, é preciso acordar os nossos jovens, não esconder os sonhos deles, despertar neles o extraordinário de cada um: “é preciso que se rebelem porque os jovens são chamados a viver o agora de Deus”.

 

Para rezar e discutir em grupo:

A partir de João 10, 1-10, refletir sobre a vida plena para todos. Onde nossos jovens são excluídos e o que podemos fazer para despertar neles o extraordinário dentro de cada um?

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