TUDO EM FAMÍLIA (66)
Olhar para trás...
Estela e Mauro viveram os primeiros anos do casamento em ótima situação financeira. Dinheiro de sobra, ela gastava seu tempo entre salões de beleza, festinhas e viagens. Filhos eram apenas um projeto para o futuro.
Quando faliu a empresa onde Mauro era diretor, as coisas mudaram. Tiveram de deixar o apartamento de luxo e mudar-se para a periferia. Desempregado por quase dois anos, as contas se acumularam. Só não passaram fome porque o irmão dele acudiu.
Agora, enfim, ele conseguiu um trabalho de gerente em um pequeno mercado e as coisas vão melhorando. Depois de um ano, já pagaram as dívidas, mas Estela vive falando sobre o “tempo bom” de antigamente. Reclama de não ter roupas “de sair”, de não irem a festas, de não fazerem turismo. Basta que o marido entre em casa para ela recomeçar com as queixas e palavras amargas. Mauro sofre com isso e sempre procura retardar a volta para casa. O prognóstico não é bom...
No livro do Gênesis (19,24-26), lemos a história de Ló, sobrinho de Abraão, a quem Deus salvou da destruição de Sodoma e Gomorra. Para salvar-se, Ló precisou abandonar o lugar onde vivia juntamente com sua família, romper os laços com a cidade e deixar tudo para trás. Durante a fuga, porém, sua mulher, presa ao passado, insatisfeita com deixar a vida que viviam, olhou para trás e se transformou em uma estátua de sal.
A imagem bíblica serve bem para ilustrar a situação do casal: temperada com o sal da amargura, a relação do casal perde sua vitalidade e se encaminha para o desastre.
- Você tem o costume de se lamentar pelas “coisas perdidas” do passado? Ou aceita essas perdas e procura encarar o presente com realismo?
- Você se ressente com as queixas de seu cônjuge? Sofre com isso? Que tipo de queixa ele/ela costuma repetir?
- Quais são suas expectativas em relação ao futuro da família? Como tem trabalhado para realizá-las?