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12/10/2023 Marcos Sampaio Edição 3964 Outubro Rosa: O câncer de mama e as estratégias para preservar a fertilidade da mulher
F/ Pixabay
"O diagnóstico de câncer suscita muitas dúvidas e temores nos pacientes. Aquelas relacionadas com a capacidade de ter filhos no futuro precisam ser abordadas antes do início do tratamento oncológico e, sem dúvida, a integração entre as equipes médicas da oncologia e de reprodução assistida é essencial nesse momento."

 

Anualmente, milhares de pessoas em idade reprodutiva são diagnosticadas com câncer. Para esses pacientes, os tratamentos contra a neoplasia representam uma excelente alternativa para a cura, porém, em muitos casos, o tratamento pode levar à perda da capacidade reprodutiva e o temor da infertilidade e o objetivo da paternidade e da maternidade ganham mais relevância. Neste Outubro Rosa, chamamos a atenção para os casos de câncer de mama que vêm crescendo entre mulheres mais jovens e em idade reprodutiva.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, estão estimados para este ano 73.610 casos novos de câncer de mama - um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. No Brasil, é este tipo de câncer que ocupa a primeira posição em mortalidade entre as mulheres, sendo as maiores taxas de incidência e de mortalidade registradas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

O câncer não torna o paciente - mulher ou homem - estéril, a menos que tenha comprometido os órgãos reprodutores. Entretanto, tratamentos como a quimioterapia, radioterapia e alguns tipos de cirurgia podem levar à infertilidade. Essa condição pode ser reversível com o tempo, e a retomada da fertilidade precisa ser analisada caso a caso. Ela depende de fatores como o tipo de câncer, idade do paciente, sua capacidade reprodutiva antes de iniciar o tratamento.

Um elemento importante é que, antes de iniciar o tratamento contra o câncer, sejam também discutidas estratégias para preservar a capacidade reprodutiva do paciente, já que a quimioterapia tem efeitos sistêmicos, ou seja, afeta o corpo inteiro. É preciso lembrar que, além das células cancerígenas, as germinativas - que originam os óvulos e espermatozóides - também são atingidas.

Especialistas em medicina reprodutiva têm alertado mulheres em idade reprodutiva que vão iniciar um tratamento contra o câncer de mama sobre as alternativas existentes para preservar a fertilidade. Uma das opções mais indicadas tem sido a criopreservação de óvulos - uma técnica de congelamento de células e tecidos biológicos, como espermatozoides, óvulos, tecido ovariano e embriões, a uma temperatura de 196°C negativos para que possam ser usados futuramente.

Outra opção é a criopreservação dos embriões, semelhante à técnica anterior, os óvulos são coletados quando maduros. Contudo, antes de serem congelados, eles são fecundados por Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) consiste na introdução de um único espermatozóide dentro do óvulo para que ocorra a fecundação. Trata-se de uma técnica de reprodução humana assistida realizada por meio do tratamento de fertilização in vitro (FIV) ou pelo processo clássico de FIV com espermatozoides do parceiro da mulher ou de banco de sêmen.

O diagnóstico de câncer suscita muitas dúvidas e temores nos pacientes. Aquelas relacionadas com a capacidade de ter filhos no futuro precisam ser abordadas antes do início do tratamento oncológico e, sem dúvida, a integração entre as equipes médicas da oncologia e de reprodução assistida é essencial nesse momento.

*Marcos Sampaio é  diretor da clínica Origen BH

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