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17/06/2020 Pastoral Familiar – Redação Edição 3925 Pacto Educativo Global como proposta às famílias
F/ CNBB
"O Pacto Educativo Global dá robustez à tarefa educativa das futuras gerações"

Pacto Educativo Global como proposta às famílias

Pastoral Familiar – Redação

 

A Pastoral Familiar do Brasil mais uma vez une-se ao Papa Francisco em uma iniciativa que pretende levar a perspectiva da Igreja a uma realidade social, a um tema que toca a humanidade como um todo. O 10º Simpósio Nacional das Famílias, realizado pela primeira vez de forma online, aprofundou a temática “Família e Educação”, em sintonia com a proposta do Pacto Educativo Global, proposto por Francisco.

No âmbito da Pastoral Familiar, há a compreensão já consagrada, desde o Concílio Vaticano II e posteriormente na exortação apostólica Familiaris Consortio, de São João Paulo II, de que os pais são os primeiros e principais educadores. Também fica claro, quando se revisita o Diretório da Pastoral Familiar que entre os princípios educativos está o “dever-compromisso mútuo dos pais na tarefa formativa dos filhos” que “precisa se integrar numa tarefa educacional solidária” entre o pai e a mãe. Ali também há a indicação de parceria entre os pais e as instituições educativas.

 

Educar as futuras gerações

O Pacto Educativo Global dá robustez à tarefa educativa das futuras gerações e considera a necessidade de unir esforços para formar pessoas maduras e com responsabilidade na construção do bem comum. A ideia pode ser resumida na inspiração extraída de um provérbio da sabedoria africana: “para educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”. Tudo isso, deve aliar escola, família e sociedade com suas melhores energias, para colocar no centro o desenvolvimento integral da pessoa e a proteção da Casa Comum, o planeta, estabelecendo compromissos para cada um desses atores.

“Na reconstrução do Pacto Educativo Global enfrentaremos o desafio de recuperar a responsabilidade dos pais na formação de seus filhos”, escreveram os organizadores no texto-base. O Pacto também deve debater “sobre os rumos que a educação familiar vem tomando, em um trânsito entre extremo de falta de zelo e excesso de protecionismo, entre relativismo moral e rigidez comportamental, entre permissividade e violência”.

Durante o Simpósio Nacional das Famílias, a doutora em Teologia Maria Inês de Castro Millen ofereceu uma reflexão a respeito dos valores na família, em sintonia com esta reflexão sobre educação. Maria Inês analisou o contexto atual das famílias afetadas pela desumanização, a polarização e outras fragilidades. Para ela, é necessário recuperar uma espiritualidade que “nos dê a capacidade de nos deixarmos conduzir para o deserto”. E, ali, redescobrir valores básicos ensinados pela Doutrina Social da Igreja: verdade, liberdade, justiça e amor.

 

Coragem profética

“Os Evangelhos relatam que Jesus nos falou por muitas vezes ‘não tenham medo’. Portanto, precisamos assumir essa Palavra para termos a coragem profética para vencermos nesse momento os contra valores que aí estão: mentira, que se contrapõe à verdade; a opressão, que se contrapõem à liberdade; a injustiça, que se contrapõe à justiça;     e o desamor, a indiferença, a falta de afeto, que se contrapõem ao amor necessário”, afirma Maria Inês. Esses contra valores, continua, “são causas da nossa desumanização, causas do nosso fracasso como família e como sociedade”.

A educadora Ana Carolina Fabri, membro do Movimento Treinamento de Lideranças Cristãs, também participou do Simpósio e partilhou sua experiência como profissional da educação na prefeitura municipal de Campinas (SP). Atuando por vários anos com crianças dos primeiros anos escolares, Ana ressalta que afeto e estímulos são fundamentais na parceria entre família e escola. “A gente percebe nitidamente que crianças que têm o ambiente familiar mais amoroso, com familiares atentos, participativos, que têm esse carinho e esse zelo com as crianças, são crianças que tem, normalmente, uma tendência a serem mais tranquilas, mais seguras para se introduzir no ambiente escolar, para desenvolver”. “É bacana ver que familiares acompanham de perto o desenvolvimento dos filhos, mesmo que eles próprios tenham suas limitações”.

A assinatura do Pacto Educativo Global, antes marcada para o mês de maio, foi adiada por conta da pandemia do novo corona vírus e agora será em 15 de outubro, em Roma. Várias ações serão propostas a partir desse acordo que unirá, por meio da Igreja, famílias, escolas e sociedade.

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