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31/03/2021 Denilson Mariano Edição 3934 Paixão de Cristo e crucificados pela Covid-19
F/ Pixabay
"Cristo continua padecendo, sofrendo e morrendo nas vítimas desta pandemia. Não nos acostumemos com morte. Sejamos solidários, defensores da vida humana e da vida no planeta."

 

Jesus passou a vida fazendo bem, próximo e solidário aos pobres e sofredores. Trazia o amor do Pai, se fez irmão de todos, sobretudo, dos últimos, mas não foi acolhido em sua proposta de vida e justiça para todos. Seu jeito de ser e de agir era uma esperança para os pequenos, mas um incômodo para os grandes... E, por eles, Jesus foi injustamente julgado, condenado e morto.

No decorrer da história, inspirados em Jesus e abraçando a sua causa, muito se colocaram ao lado dos últimos, dos empobrecidos, dos sem voz e sem vez. De forma semelhante, foram também ameaçados, perseguidos, torturados e mortos. Participaram do mesmo destino, mas não se acovardaram diante das forças da violência, da injustiça e da morte.

Dentre as muitas lições deixadas por Jesus está a de que todo bem feito aos irmãos pequeninos se converte a um bem feito ao próprio Jesus (cf. Mt 25,31-46). Porém o inverso é verdadeiro, tudo de bom que se deixa de fazer aos pequeninos, deixa-se de fazê-lo ao próprio Senhor. Jesus se identifica com os pequeninos e com isso faz deles os juízes no julgamento final. Seremos todos julgados pelo que fizermos (não pelo que dissermos) ou pelo que deixarmos de fazer aos menores de nossos irmãos.

Por esse motivo, na Paixão de Cristo devemos ser capazes de contemplar a paixão dos pequeninos, sofredores, violentados, escravizados, maltratados, feridos e mortos. Ele assumiu as dores e sofrimentos da humanidade, fez-se solidário às vítimas da injustiça, da violência, do poder autoritário, do racismo, da discriminação...

A pandemia que nos assola, a cada dia, aumenta o número de vítimas, já estamos próximos de 4.000 mortos por dia. Os profissionais de saúde e muitos outros têm se desdobrado para salvar vidas, arriscam-se, desdobram-se, privam-se de momentos familiares e mudam sua rotina em solidariedade aos ameaçados pela Covid-19. Estes estão no caminho do Reino e sua solidariedade não será esquecida. Por outro lado, autoridades e pessoas comuns, guiadas por ideologias, negam o distanciamento social, o uso de máscaras e os cuidados de higiene e até a necessidade da vacina... Com isso favorecem o avanço do vírus e a superlotação dos hospitais públicos e privados. Atitude que atenta contra a vida, fere de morte a outras pessoas e terão de responder por seus atos... Seus juízes serão os pobres, os pequenos, os que tiveram a vida abreviada por essa negligência continuada.

Cristo continua padecendo, sofrendo e morrendo nas vítimas desta pandemia. Que a luz dos mistérios pascais ilumine nossos passos e nos faça compreender que nosso destino é comum. “Todos estamos interligados!” Não nos acostumemos com morte. Sejamos solidários, defensores da vida humana e da vida no planeta. Quando mais zelamos pela vida dos sofridos, dos últimos, mais vida e esperança para todos...

 

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