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17/02/2021 Dom Paulo Mendes Peixoto Edição 3933 Política e economia
F/ Pixabay
"A política, como arte de administrar eticamente bem aquilo que é de todos, é também uma sublime vocação, principalmente quando tem como meta a realização da caridade, dentro do contexto da construção do bem comum. "

 

Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba.

Na Fratelli Tutti o Papa Francisco analisa estes dois termos e conclui dizendo que a política não pode se submeter aos ditames da economia e nem justificar uma economia sem política. Se o mundo vive em crise é porque não existe um diálogo amplo nesses dois setores da vida pública. A viabilidade da sociedade depende de uma política que organize as instituições e harmonize o setor econômico.

Não podemos ficar reféns de políticas mesquinhas focadas em interesses fechados e imediatos, sem tocar no objetivo principal, que é o bem comum em longo prazo. Não se pensa no futuro, porque ele é sem utilidade para fins eleitorais do momento. Isso significa não ter preocupação com as realidades futuras, mas com interesses de uma política egoísta e desconectada com as próximas gerações.

O mundo precisa se preocupar com uma economia integrada dentro de um projeto amplo político, social, cultural e popular, com base no bem comum, abrindo espaço para a criatividade humana e desenvolver o sonho de um progresso amplo, que beneficie toda a humanidade. Não é uma simples utopia, porque existe possibilidade, principalmente quando tudo é assumido no exercício da caridade.

A política, como arte de administrar eticamente bem aquilo que é de todos, é também uma sublime vocação, principalmente quando tem como meta a realização da caridade, dentro do contexto da construção do bem comum. A prática da verdadeira política busca o bem de todas as pessoas e tem sentido social, com capacidade para superar a mentalidade fechada no rigor individualista.

Existem hoje muitos interesses ilegítimos e desagregadores presentes no setor da política e da economia. Falta um autêntico amor social capaz de construir um mundo novo e corroborar com o desenvolvimento das nações. Esse caminho passa pela renovação interior profunda de estruturas, organizações sociais e ordenamentos jurídicos. Não é só sentimento, mas responsabilidades morais.

Ao falar de caridade na política e na economia, falamos de compromisso com a verdade, que protege a caridade. O relativismo em relação à evidência da verdade prejudica a construção de um progresso que consiga valorizar a vida de todas as pessoas. No fundo do túnel deve aparecer sempre uma mexa de esperança, uma luz que clareia a história, sempre apoiada força da razão e da fé.

 

 

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