1. Coisas que acontecem

França, século XVII. Em situação de miséria, num país devastado pelas guerras, muitas mães abandonam seus filhos. Só em Paris, registra o historiador Daniel Rops, recolhiam-se todos os anos milhares de criancinhas à porta das igrejas. Deixadas nos braços de “madrastas”, que as alimentavam em troca de umas moedas por ano, muitas morriam de fome e por falta de cuidados.

Pior ainda: havia as que, vendidas por oito ou dez soldos, caiam nas mãos de mendigos profissionais, que lhes quebravam braços e pernas para despertar a comiseração e atrair esmolas. De todos esses abandonados, não se encontra um só que viva além dos cinco anos.

Foi essa realidade que moveu São Vicente de Paulo, com a ajuda de Luísa de Marillac, a fundar as Damas da Caridade, que se dedicaram ao cuidado das crianças abandonadas. Entre 1638 e 1660, foram salvas quarenta mil crianças.

2. Pensando juntos

Quais são os riscos para as crianças do Brasil no século XXI? O noticiário revela grande número de pais desempregados. Mostra escolas em ruínas, ameaçadas por balas perdidas e traficantes no portão. Traz as imagens de hospitais com goteiras e maternidades fechadas devido à invasão de superbactérias. Pré-adolescentes atraídos pelo tráfico no papel de “aviões”.

Dentro do lar, meninos e meninas “educados” pela TV, na ausência dos pais, e expostos a todas as mazelas do sistema, sem excluir o consumismo e a pornografia. Em muitas famílias, o lazer dos pais exclui a presença dos filhos.

3. Para uma reunião de casais

- Em sua família, as crianças são uma prioridade? Recebem a atenção necessária?

- Quanto tempo, por semana, você dedica à convivência com os filhos?

- Você acompanha de perto a vida de seus filhos na escola?

- Suas crianças estão recebendo em casa uma formação religiosa?

- Os filhos participam diretamente da vida dos pais? Ou são deixados por conta própria?