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08/07/2022 Thiago José Barros Simões Edição 3949 São José, um sinal para a Vida Religiosa Consagrada Reflexão de um jovem, noviço sacramentino de Nossa Senhora
F/ Pixabay
"A vocação que se amadurece com as realidades da vida, ajuda na construção de uma sociedade e de uma Igreja que desenvolve a capacidade de decidir-se pelo amor, pois traz consigo um sentido maior, o de “gerar e regenerar vidas todos os dias"

Olhar para São José como um sinal de vocação significa assumir a condição de humilde servidor, como lembra o Papa Francisco. O pai de Jesus, não foi dotado de grandes carismas ou teve seu nome exaltado nos Evangelhos, sua vocação consiste na abertura de seu coração para acolher os pedidos de Deus, fazendo-o não de forma espetacular, mas através da obediência.

Em busca da maturidade da vocação

A carta do Papa Francisco para o dia mundial de oração pelas vocações em 2021 pode ajudar a refletir nosso compromisso profético enquanto Vida Religiosa Consagrada e podemos levantar vários questionamentos, colocando-os diante de Deus, a fim de escutar Sua voz, através das realidades que se põem diante nós a cada dia. Realidades essas que se apresentam de forma tão simples, mas às vezes, com a esperança de escutar algo mais chamativo, acabamos desviando nossa audição para um horizonte distante e perdemos a oportunidade de reconhecer a voz de Deus misturada nas pessoas, nas coisas, nos acontecimentos.

Ao apontar os três aspectos da vocação de São José, Papa Francisco, mostra como viver com maturidade a vocação que nos foi confiada por Deus. A vocação que se amadurece com as realidades da vida, ajuda na construção de uma sociedade e de uma Igreja que desenvolve a capacidade de decidir-se pelo amor, pois traz consigo um sentido maior, o de “gerar e regenerar vidas todos os dias”.

Sonho, serviço e fidelidade, três aspectos, que não se limitam, mas que se desabrocham para ajudar na compreensão do sentido da vocação à Vida Consagrada. Sonhar, claro que precisamos sonhar, porque se não sonhamos, podemos deixar buscar. Não se trata de um sonho infantil ou ambicioso, mas um sonho divino, não no sentido das alturas, mas uma manifestação simples de Deus, através da decisão do amor, pois o amor dá sentido à vida. A interpretação e vivência do sonho divino nos lança para um campo de batalha, onde iremos arriscar nossa vida a serviço dos irmãos e irmãs, não apenas de comunidade, mas também de humanidade.

Lançar-nos em água mais profundas

O serviço se confirma através da realização do sonho, convocando-nos a despojar-nos de nossos planos egoístas e individualistas, para assumir um projeto comunitário de doação, lançar-nos em água mais profundas (Lc 5, 4).

São José, que a todo momento foi servidor de Deus, ao trilhar seus planos junto a Jesus e Maria, teve a tarefa de cuidar e zelar pela família, isso nos inspira a ter um olhar mais atento para nossa família tanto religiosa, quanto humana, enquanto irmãos e irmãs que somos. Deixar nossos orgulhos, preconceitos e individualidades para juntos construirmos laços familiares no respeito, no cuidado e no amor.

Viver a alegria da vocação

A vocação amadurecida esquece-se dos planos que não incluem a comunidade, e é fiel a seus irmãos, último aspecto da vocação de São José, citado pelo papa, a fidelidade. Ele que foi fiel ao sonho e ao serviço, se entrega com alegria aos caminhos por Deus indicados. Ora, a alegria madura é um traço característico do cristão, viver a Alegria do Evangelho, alegria da vocação.

Ser religioso e religiosa trata-se de assumir um compromisso radical com aquilo que nossos pais e padrinhos assumiram por nós nosso batismo e o qual confirmamos no Sacramento do Crisma, anunciar o Evangelho, através do testemunho nosso de cada dia. Ser consagrado e consagrada é apostar radicalmente no Deus pequeno, pobre e frágil que se revela em Belém, na Eucaristia e na Cruz, abster-nos de nossas vaidades e nos banhar pela água viva, que nos renova todos os dias.

Que São José nos acompanhe com o coração de pai, para que tenhamos um coração de carne para o Pai, um coração de carne para o cuidar dos irmão e das irmãs.

 

 

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