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28/05/2023 Antônio Carlos Santini Edição 3959 Serão perdoados... (Jo 20,19-23) - 28/05/2023
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"Chega a ser um tanto ridícula, ou mesmo “abusada”, a pretensão de viver uma vida “no Espírito” sem o recurso frequente ao sacramento da Reconciliação ou confissão dos pecados."

Serão perdoados... (Jo 20,19-23) - 28/05/2023

                Quando professamos nossa fé com o Símbolo dos Apóstolos – o Credo -, afirmamos crer na “remissão dos pecados”. Um católico “normal” não duvida de que o sacerdote exerça um poder especial, conferido por Deus, ao absolver o penitente dos pecados arrependidos e confessados. Mas é bem possível que ele não associe esta “remissão” à ação pontual do Espírito Santo no coração da Igreja. E que não perceba a ligação do perdão recebido com o múnus santificador da Igreja de Cristo.

                Neste Evangelho, quando Jesus Cristo, já ressuscitado, atravessa as portas fechadas do Cenáculo onde se reuniam os discípulos amedrontados, fica bem claro na redação – ainda que ela seja bastante elíptica – o papel central do Espírito Santo na função confiada aos apóstolos: perdoar ou reter os pecados. Aliás, aqui nós estamos diante de um hápax: é a única vez, em todo o Evangelho de São João, que o evangelista João emprega o verbo grego “aphíemi” [perdoar].

                Podemos voltar ao “Catecismo da Igreja Católica”, que sempre nos ensina o essencial: “O Símbolo dos Apóstolos correlaciona a fé no perdão dos pecados com a fé no Espírito Santo, mas também com a fé na Igreja e na comunhão dos santos. Foi dando o Espírito Santo a seus apóstolos que Cristo ressuscitado lhes conferiu seu próprio poder divino de perdoar os pecados”. (CIC, 976)

                É natural que a missão da Igreja, ao dar prolongamento na história à própria missão do Salvador Jesus, além de anunciar a Boa Nova e edificar um Reino para Deus, inclua também o perdão dos pecados. E, ao fazê-lo, apenas repete os gestos do próprio Jesus (cf. Mc 2,5; Lc 7,47; Jo 8,11). O fato de que a Igreja tinha plena consciência de sua missão de perdoar pecados transparece na Carta de Tiago (5,15-16).

                Chega a ser um tanto ridícula, ou mesmo “abusada”, a pretensão de viver uma vida “no Espírito” sem o recurso frequente ao sacramento da Reconciliação ou confissão dos pecados.

                De volta ao Catecismo: “O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos”. (CIC, 1421)

 

Orai sem cessar: “Senhor, tu és bom e pronto a perdoar!” (Sl 86,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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