Roteiros Pastorais Homilética
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30/03/2020 Edição 3922 Sexta-Feira Santa – Paixão e Morte de Nosso Senhor - 10/04/2020
F/ Swordbearer
"“E inclinando a cabeça, entregou o espírito.” (Jo 19,30b)"

Sexta-Feira Santa – Paixão e Morte de Nosso Senhor - 10/04/2020

“E inclinando a cabeça, entregou o espírito.” (Jo 19,30b)

 

Leituras: Is 52,13-53,12; Sl 130[131]; Hb 4,14-16; 5,7-9; Jo 18,1 – 19,42

 

  1. O sofrimento que salva. Estamos diante de um dos 4 cantos do "Servo de Deus". Deus convida o povo a olhar a figura do Servo sofredor. Mas pede que o povo olhe mais longe, além das aparências. Muitos ficaram aterrorizados ao ver o estado subumano a que o servo foi reduzido, mas muitas nações ficarão perplexas ao ver a meta final da caminhada do Servo Sofredor, pois Deus o exaltará.

Um grupo a princípio não tinha entendido o significado da paixão dolorosa do Servo (53,1-10) e olhou apenas a sua aparência. Comparou-o com raiz em terra seca, um homem sem beleza e formosura, desprezado, homem de dores a tal ponto que ninguém fazia caso dele. Depois, o grupo percebeu o significado profundo do sofrimento do Servo: ele sofre inocentemente. Sofre por causa das enfermidades, culpas e pecados do povo. Seu sofrimento, aceito com humildade e sem reclamações, traz a salvação para o povo.

 

  1. Sacerdote, altar e cordeiro. Jesus é o sumo-sacerdote que intercede por nós, não como os outros da Antiga Lei, através de sacrifício de animais. Ele é mais capaz do que os outros de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Ele mesmo foi a vítima oferecida por nós. Ele aprendeu a obediência por meio dos seus sofrimentos. Por causa da sua obediência, Deus o atende.

O tema principal da Carta aos Hebreus é o Sacerdócio de Cristo. Porém, enquanto os sumos sacerdotes ofereciam um sacrifício externo, Jesus se identificou com o sacrifício, o altar e o cordeiro. "Ele se tornou assim fonte de salvação para todos os que lhe obedecem."

 

  1. A Paixão de Cristo. Judas com um grupo armado vai ao jardim, onde Jesus estava rezando e o prende. Quando Jesus se identifica, dizendo: "Sou eu", os soldados caem por terra. É que a expressão "sou eu" relembra que Jesus é Deus. Foi assim que Deus se apresentou a Moisés no Sinai.

Jesus é levado a Anás, sogro de Caifás; Anás é ex-chefe dos sacerdotes, mas seu prestígio ainda era grande. Por isso Jesus é levado primeiro a ele. Ali, Pedro nega Jesus pela primeira vez. Em seguida, Jesus é levado ao chefe dos sacerdotes, Caifás. Pedro nega Jesus pela 2ª vez, e na 3ª vez o galo canta.

Depois, Jesus é levado ao palácio do governador Pilatos; já de manhã. Continua o interrogatório, onde Jesus confirma ser o rei, mas não deste mundo. Pilatos acha Jesus inocente, mas o povo prefere que soltem o bandido Barrabás. Pilatos mandou flagelar Jesus, e os guardas, caçoando, vestiram-no de rei com um manto vermelho e uma coroa de espinhos. É uma afirmação indireta de que Jesus é realmente rei, mas rejeitado.

Pilatos o apresenta ao povo, que pede a crucificação do Filho de Deus. Pilatos, fazendo Jesus sentar-se no tribunal, relembra que o verdadeiro juiz é Jesus, que vai julgar os vivos e os mortos. Pilatos, para manter seu status, entrega Jesus à morte, mesmo sabendo que ele é inocente.

Jesus carrega a cruz até o Calvário, onde é crucificado entre dois ladrões. O letreiro firmava mais uma vez que Jesus era o rei dos judeus. Lá estavam algumas mulheres. A mãe de Jesus e o discípulo que Jesus amava. Jesus declara Maria, a mãe da Igreja, ali representada pelo discípulo que Jesus amava. A hora da morte e da glória chegou e Jesus, inclinando a cabeça, entrega seu espírito à Igreja. Morre Jesus, nasce a Igreja. Aqui, com a expressão: "entregou o seu Espírito", o evangelista parece usar um duplo sentido: a morte e o Pentecostes.

Jesus morre no dia da preparação para a Páscoa, ou seja, no dia em que os judeus matavam o cordeiro pascal. Jesus é o verdadeiro Cordeiro Pascal, que tira o pecado do mundo e substitui assim todos os sacrifícios do Primeiro Testamento. Os soldados atravessaram seu lado com a lança e saíram sangue e água, símbolos dos sacramentos da Igreja: eucaristia e batismo. É Jesus, com sua morte, gerando vida para a Igreja.

José de Arimateia e Nicodemos retiram o corpo de Jesus da cruz. Eles o perfumaram com 30 quilos de perfume (coisa própria de enterro de reis) e o embalsamaram, colocando-o num túmulo novo, no jardim. O jardim é lembrado no início (Jardim das Oliveiras) e no fim. É uma alusão ao Jardim do Éden. Lá, o ser humano rejeitou a vontade de Deus, buscando egoisticamente a vida e encontrou a morte. Aqui, Jesus, atendendo à vontade de Deus, entregou-se, caridosamente, à morte gerando vida.

 

 

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