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26/07/2023 Luis Miguel Modino - Regional Norte 1 Edição 3961 Sobre a Realidade Amazônica: “Um encontro muito importante para abrir horizontes” 28 missionários/as participam de um novo curso em Manaus
F/ L M Modino
"Os participantes do curso, seguindo uma metodologia participativa, irão receber ao longo de duas semanas “um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja. "

28 missionários e missionárias chegados de diferentes países e regiões do Brasil iniciaram neste 24 de julho o Curso sobre a Realidade Amazônica, organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, em parceria com a CNBB Norte 1, a Comissão Episcopal para a Amazônia e em comunhão com a REPAM (Rede Eclesial Panamazônica), que até 05 de agosto pretende “formar agentes de evangelização a serviço da vida nestas terras e águas”.

O curso responde ao desejo expressado pelos bispos da Amazônia em 2013, “investir na formação de presbíteros e de irmãos e irmãs de vida consagrada – autóctones e os que chegam de fora – para que sejam despojados, simples, não busquem a autopromoção, que sejam missionários e vivam em maior sintonia e contato com as comunidades e saibam trabalhar em equipe com os/as leigos/as, evitando centralismo, clericalização e autoritarismo”. É por isso, que o curso “pretende ser este espaço formativo de acolhida, reflexão e aprendizados para o serviço missionário neste chão e nestas águas”.

‘Amazonizar’ a teologia e as práticas missionárias

Os participantes do curso, seguindo uma metodologia participativa, irão receber ao longo de duas semanas “um conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica, concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação evangelizadora da Igreja. O curso pretende possibilitar uma imersão no território, na história e temáticas contemporâneas da realidade amazônica, refletindo sobre as questões pastorais emergentes para compreender a missão da Igreja como ‘amazonizar’ a teologia e as práticas missionárias, a partir de uma metodologia sinodal, descolonial e intercultural”.

As temáticas abordadas têm a ver com a Antropologia, a Realidade sócio-política-econômica da Amazônia, os Movimentos Migratórios, a História da região amazônica e do cristianismo na Amazônia, os Povos Indígenas, Ribeirinhos e Urbanos, Bíblia e Teologia, Criação e Ecologia, Missiologia e Inculturação, Espiritualidade e Missão, a Identidade Eclesial, o Encontro de Santarém e o Sínodo para a Amazônia, os Grandes desafios pastorais e a Rede Eclesial Pan Amazônica. Também será abordada a Espiritualidade da Ecologia Integral e Laudato Si, a Juventude na Amazônia, a Questão indígena na Amazônia e o trabalho da Rede Um grito pela vida.

Para abrir horizontes: encarnação e libertação

O cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, que presidiu a Eucaristia de abertura, destacou que “o nosso Regional tem organizado todos os anos esse encontro com os missionários e missionárias que vem para nossa região, e é um encontro muito importante para abrir horizontes e as pessoas perceberem que vem para uma realidade que não é a realidade do país de onde vieram”. Dom Leonardo disse que “nós podemos proporcionar eles dimensões que possam ajudar na missão, se sentirem ainda mais missionários e missionárias, se sentirem ainda mais enviados e enviadas, mais vocacionados e vocacionadas à missão”.

Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “é importante recordar aquilo que dizia o Documento de Santarém em 1972 retomado no Documento de 2022, encarnação e libertação, essas duas dimensões tão importantes, essas duas diretrizes que ajudam a orientar a nossa missionariedade, a missão da nossa Igreja que está na Amazônia”. O cardeal Steiner insistiu também em “esses missionários e missionárias puderem perceber a recomendação que faz Papa Francisco dos quatro sonhos. Levarmos em conta toda a realidade, a realidade social, a realidade eclesial, a realidade cultural, a realidade ambiental”.

É nessa casa comum que a Igreja vive e que ela dá testemunho

O arcebispo de Manaus ressaltou que “é ali que a Igreja vive, é nessa casa comum que a Igreja vive e que ela dá testemunho, é ali que ela vive e anuncia o Evangelho, e tudo necessita de transformação, tudo necessita de libertação”. Segundo Dom Leonardo, “talvez eles assim vão percebendo que há uma necessidade de inculturação, uma Igreja que procura se inculturar. O longo caminho que as igrejas na Amazônia têm percorrido e que nós desejamos que esses missionários e missionárias também possam percorrer e aprender. Se eles aprenderem a escutar já terão feito a metade do caminho”.

Ir Antônia, das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, chegou de Moçambique para ser missionária na diocese de Roraima. Ela vê sua participação no Curso de Realidade Amazônica como “colocar os pés no chão, mãos na massa e escutar a realidade”. A religiosa insiste em que diante da atitude de alguns missionários e missionárias de chegar nos lugares para ensinar, ela disse que “aqui não é para ensinar, é para aprender com o diferente, e com o diferente tentar fazer a vida com a sensibilidade do povo amazônico”.

 

 

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