Roteiros Pastorais Homilética
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10/05/2020 Dom Emanuel Messias de Oliveira Edição 3923 Solenidade de Pentecostes - 31/05/2020
F/ Nathalie
"A paz esteja com vocês."

Solenidade de Pentecostes - 31/05/2020

“A paz esteja com vocês.” (Jo 20,19c)

Leituras: At 2,1-11; Sl 103[104]; 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23

 

  1. O novo povo de Deus. Quando Lucas escreve, Pedro e Paulo já tinham morrido; o Evangelho já chegara aos confins do mundo, como se considerava que fosse Roma. Todos os povos já tinham ouvido o anúncio da Boa Nova! Lucas quer mostrar a universalidade do povo de Deus. Pentecostes era a festa que comemorava a Aliança do Sinai, 50 dias depois da Páscoa, ou seja, depois da libertação do Egito. Era a antiga "festa das 7 Semanas", celebrada 50 dias após o início da colheita das espigas (cf. Dt 16,9-10). O Povo da Nova Aliança recebe o próprio Espírito de Deus, por isso mesmo é um povo sem fronteiras, povo universal. Lucas vai mostrando esta relação com o episódio do Monte Sinai, através da lembrança de alguns termos como o "barulho vindo do céu", "a forte ventania", "as línguas como de fogo". Tudo isto são alusões aos relâmpagos, trovões e o fogo do Sinai (cf. Ex 19,16-19). O Espírito prometido em 1,8 está sendo dado neste momento (cf. Nm 11,10-30). A Igreja agora está capacitada para percorrer a Judeia, Samaria e até aos confins do mundo, dando testemunho de Jesus. Sua linguagem é a linguagem do amor e da unidade. É a língua do Espírito de Jesus capaz de propagar a todos os povos as maravilhas de Deus. Ela está bem distante da linguagem egoísta, cheia de amor próprio, da "Torre de Babel" (cf. Gn 11,1-11), onde ninguém entendia ninguém. A linguagem de Babel dividia os povos, a linguagem da Igreja unifica os povos.

 

  1. Um só corpo. No primeiro capítulo da 1Cor, vemos a comunidade dividida em diversos partidos. Paulo está preocupado com a unidade da comunidade. Nos capítulos 12 a 14 ele vai orientar sobre os diversos dons da comunidade e retoma o tema da unidade, salientando a unidade na diversidade. O texto relembra o Pai (Deus), o Filho (o Senhor Jesus) e o Espírito Santo. Três pessoas numa harmonia perfeita. Parece que Paulo coloca a Trindade como fonte e princípio de unidade na comunidade. Dons, serviços e atividades são diversos, mas tudo provém de um só Deus uno e trino; e tudo tem sentido se for colocado para o bem da comunidade, que é o corpo de Cristo. Somos muitos, mas, batizados no mesmo Espírito, formamos um só corpo com Cristo. E é de um só e mesmo Espírito que tomamos nosso alimento espiritual, unificador e gerador de vida.

 

  1. O Sopro do Espírito. Para João, a vinda do Espírito Santo acontece no mesmo dia da ressurreição de Jesus. Estamos na tarde do domingo de Páscoa, momento em que a comunidade cristã celebrava a Eucaristia. As portas estão fechadas, porque os discípulos ainda não tinham a coragem de escancará-las e anunciar a vitória da vida sobre a morte. Faltava-lhes ainda a força do Espírito Santo. Para Jesus ressuscitado não existe mais barreira física. Ele aparece como Cordeiro vitorioso no meio deles e lhes deseja vida em abundância, todos os bens messiânicos com sua saudação de paz. A comunidade se enche de alegria por reconhecer Jesus, agora, na qualidade de Senhor da vida. Segue-se a missão. O Enviado do Pai envia seus discípulos em missão. Como capacitação da missão, eles recebem o Espírito Santo, renovados e recriados para formar uma comunidade nova. Em Gn 2,7, o sopro de Deus gerou vida. Este mesmo sopro acontece de novo numa nova criação, gerando a comunidade messiânica. A característica fundamental desta nova comunidade é o perdão. Quem não se exercitar no perdão está fora da comunidade. Os discípulos recebem a autoridade para dar ou reter o perdão. É o sacramento da penitência que está sendo instituído. E ele supõe compromisso renovado. Não é um ato mágico, mas um compromisso de vida nova para romper os grilhões da morte. Quem se omite e insiste em cruzar os braços na luta contra a corrupção, contra as injustiças dos políticos, donos do poder e mantenedores da miséria do povo, pode receber o sacramento do perdão?

 

Leituras da Semana

dia 1º: Gn 3,9-15.20; Sl 86[87],1-2.3 e 5.6-7; Jo 19,25-34

dia 2: 2Pd 3,12-15a.17-18; Sl 89[90],2.3-4.10.14 e 16; Mc 12,13-17

dia 3: 2Tm 1,1-6.6-12; Sl 122[123],1-2a.2bcd; Mc 12,18-27

dia 4: 2Tm 2,8-15; Sl 24[25],4-5ab.8-9.10.14; Mc 12,28b-34

dia 5: 2Tm 3,10-17; Sl 118[119],157.160.161.165.166.168; Mc 12,35-37

dia 6: 2Tm 4,1-8; Sl 70[71],8-9.14-15ab.16-17.22; Mc 12,38-44

 

 

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