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01/11/2022 Luis Miguel Modino Edição 3952 Três anos do Sínodo para a Amazônia: uma época de
F/ L M Modino
"Um Sínodo que mostrou a necessidade de "apostar e trabalhar por uma Igreja com rosto amazónico, o que significa respeitar as espiritualidades e cosmovisões dos povos indígenas, que estão em defesa da vida, das florestas amazónicas, a nossa casa que está ameaçada", afirmou a vice-presidenta da REPAM."

A análise dos frutos, avanços e perspectivas após três anos tem sido o objetivo do webinar organizado pelo CELAM, CEAMA, CLAR, REPAM e Caritas América Latina e Caribe, com o qual se comemorou o terceiro aniversário de um Sínodo realizado de 6 a 27 de outubro de 2019 no Vaticano.

Um momento em que quatro participantes da Assembleia Sinodal deram o seu testemunho. Uma assembleia contou com a presença de uma representação dos povos indígenas, incluindo Yesica Patiachi, que destacou a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado, na Amazônia peruana, onde foi porta-voz destes povos, podendo contar-lhe o que sofrem. Um Papa que, como anfitrião do Sínodo, acolheu de todo o coração e nunca discriminou os povos indígenas durante a Assembleia Sinodal, que puderam usar as suas roupas, um sinal de resistência, segundo a atual vice-presidenta da Rede Eclesial Pan-Amazónica.

Aí se sentiram sempre escutados por alguém humilde, simples, humano, sem privilégios, que se aproximou e conversou com todos, apesar de ser uma das pessoas mais importantes do mundo, algo que Yesica sentia com muita força. Uma Assembleia onde os povos indígenas "falaram dos problemas que estamos a atravessar na Amazônia, que está ensanguentada". Um Papa em defesa da Amazônia, como já tinha feito em Laudato Si, que Patiachi considera "um apelo à reflexão sobre o que estamos a fazer ao Planeta".

Um Sínodo que mostrou a necessidade de "apostar e trabalhar por uma Igreja com rosto amazónico, o que significa respeitar as espiritualidades e cosmovisões dos povos indígenas, que estão em defesa da vida, das florestas amazónicas, a nossa casa que está ameaçada", afirmou a vice-presidenta da REPAM. A partir daí, chamou a levantar a nossa voz perante as ameaças e mortes de tantos irmãos e irmãs indígenas por denunciarem aqueles que invadem os seus territórios, insistindo que "isto não significa que nos vão silenciar". Um Sínodo que marcou um marco na história da Igreja e dos povos amazónicos, um exemplo de que os povos indígenas e a Igreja podem caminhar juntos, porque estamos unidos na defesa da Amazônia.

O presidente da Conferência Eclesial da Amazônia apresentou-a como "o fruto do Espírito Santo e do trabalho realizado desde o início da REPAM em 2014", afirmando que três anos mais tarde podemos descobrir sinais que exprimem os frutos do Sínodo. Recordou os primeiros passos dados em Puyo em 2013, onde surgiu "a aventura de criar uma rede eclesial para a Amazônia, um presente de Deus" e a fundação da REPAM em Brasília em 2014, que teve um impulso inicial do Papa Francisco. O processo de escuta com a participação de mais de 87.000 pessoas, e como "o entusiasmo se apoderou de muitos de nós e especialmente dos povos originários".

Em relação ao tema: "Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral", disse ter ficado surpreendido, porque "desde a periferia até ao centro, a Amazônia é uma fonte de vida no coração da Igreja". Posteriormente, o Documento Final, com mais de 150 propostas evangelizadoras, uma delas a criação de um organismo episcopal, e aí o Papa Francisco deu um salto qualitativo para criar a Conferência Eclesial da Amazônia, a primeira na história da Igreja, aprovada a 3 de Outubro, o que significa um passo das conferências episcopais para as conferências eclesiais, que está a ser "uma fonte de grande alegria, estamos a abrir caminhos e a contribuir para a Igreja Católica e para o Papa Francisco para que o próximo Sínodo possa ser enriquecido".


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