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26/10/2023 Luis Miguel Modino - Enviado especial Sínodo Edição 3964 Uma Carta de homens e mulheres sentados à mesma mesa, em virtude de seu batismo, para discutir e votar como Assembleia Sinodal Sobre a carta ao povo de Deus
F/ L M Modino
"Uma Assembleia Sinodal que pediu "conversão pastoral e missionária", em uma Igreja da qual os sem-teto dizem esperar o Amor, que "deve permanecer sempre o coração ardente da Igreja, o amor trinitário e eucarístico". Algo que deve ser feito com confiança, lembrando as exortações emitidas durante a Assembleia Sinodal."

Uma Carta da Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade, dando "graças a Deus pela bela e rica experiência que acabamos de viver", foi lançada em 25 de outubro. Um tempo "vivido em profunda comunhão", com toda a Igreja, agradecendo pelas orações e mostrando a presença na sala sinodal das expectativas, perguntas e temores presentes no povo de Deus.

Uma experiência sem precedentes

Relembrando o "longo processo de escuta e discernimento, aberto a todo o povo de Deus", vivido ao longo de dois anos, o documento ressalta a importância da experiência vivida desde 30 de setembro, dia em que ocorreu a oração Together e os membros da Assembleia partiram para o retiro de três dias. Uma experiência que é definida como sem precedentes, destacando que "pela primeira vez, a convite do Papa Francisco, homens e mulheres foram convidados, em virtude de seu batismo, a se sentar à mesma mesa para participar não apenas das discussões, mas também da votação desta Assembleia do Sínodo dos Bispos".

Desse caminho conjunto, destaca-se a escuta da "Palavra de Deus e da experiência dos outros", por meio do método da conversa no Espírito, com o qual "compartilhamos humildemente as riquezas e as pobrezas de nossas comunidades em todos os continentes, tentando discernir o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja hoje". A importância da presença de outras Igrejas é relatada, em uma assembleia realizada em um mundo em crise, com guerras em países de onde vêm alguns dos membros do Sínodo.

Escuta respeitosa

O texto relata a oração pelas vítimas de violência homicida, pelos migrantes, mostrando solidariedade e compromisso com aqueles que "atuam como artesãos da justiça e da paz". Ele destaca a importância do silêncio, seguindo o convite do Santo Padre, "para promover entre nós a escuta respeitosa e o desejo de comunhão no Espírito". O mesmo se aplica à vigília ecumênica de abertura, buscando a unidade em torno da Cruz, confiando "a nossa casa comum, onde o grito da terra e o grito dos pobres ressoam com uma urgência cada vez maior".

Uma Assembleia Sinodal que pediu "conversão pastoral e missionária", em uma Igreja da qual os sem-teto dizem esperar o Amor, que "deve permanecer sempre o coração ardente da Igreja, o amor trinitário e eucarístico". Algo que deve ser feito com confiança, lembrando as exortações emitidas durante a Assembleia Sinodal.

Maior participação no período entre as duas sessões

Com relação ao período entre as duas sessões da Assembleia, espera-se que todos participem "do dinamismo da comunhão missionária indicada na palavra sínodo", insistindo que "não se trata de uma ideologia, mas de uma experiência enraizada na Tradição Apostólica". Portanto, espera-se que, diante dos desafios e das perguntas, "o relatório-síntese da primeira sessão esclareça os pontos de acordo alcançados, destaque as questões em aberto e indique como continuar o trabalho".

Para progredir em seu discernimento, o texto reconhece que "a Igreja precisa absolutamente escutar a todos, começando pelos mais pobres", o que significa "escutar aqueles que não têm o direito de falar na sociedade ou que se sentem excluídos, também da Igreja. Escutar as pessoas que são vítimas de racismo em todas as suas formas, em particular em algumas regiões de povos indígenas cujas culturas foram humilhadas", e "escutar, em um espírito de conversão, aqueles que foram vítimas de abusos cometidos por membros do corpo eclesial, e comprometer-se concreta e estruturalmente para que isso não aconteça novamente".

Uma escuta que deve ser estendida aos leigos: catequistas, crianças, idosos, famílias. Uma Igreja chamada a "acolher as vozes daqueles que desejam se envolver em ministérios leigos ou em órgãos participativos de discernimento e tomada de decisões". Uma escuta à qual não podem estar ausentes os ministros ordenados e a vida consagrada, nem mesmo aqueles que não compartilham a fé, mas que buscam a verdade. Relembrando as palavras do Papa Francisco, nas quais ele nos lembra que "o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio", a carta nos incentiva a não ter medo de responder a esse chamado.

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