A palavra “bem” se refere a tudo aquilo que é destinado para a boa vivência das pessoas. Ele pode ser de nível material, psicológico e espiritual. O importante é que todo bem seja tratado com equilíbrio e intencionalidade para que realize aquilo que identifica sua finalidade. O trato em relação aos bens materiais passa por um sistema econômico capitalista neoliberal e um apelo para o ter mais.
Dentro deste contexto, os líderes deveriam ter compromisso e valorizar o bem comum acima de interesses herméticos e egoístas. A não valorização desta prática comunitária é abrir espaço para uma sociedade portadora de pobres e empobrecidos. É preciso saber como relacionar-se com o dinheiro para fazer dele um instrumento do bem em prol dos valores do Reino e não absolutizá-lo como divindade.
A miséria é fruto da má distribuição das riquezas do país, constituindo uma verdadeira injustiça social e desrespeito humano. O dinheiro faz parte essencial de sobrevivência das pessoas e ajuda na superação da situação de precariedade. É lamentável encontrar e ouvir a frase como esta: “O luxo de alguns poucos no mundo é mantido à custa de sacrifícios de muitos da sociedade”.
Os profetas eram inconformados com o ritmo de exploração sofrida pelos pobres. Assim foi o entender de Amós ao citar muitos fatos concretos de injustiça praticada no seu tempo, falando contra aqueles que dominavam e compravam os pobres com dinheiro (Am 8,4-7). O pior ainda é comprar a consciência das pessoas por poucos denários, principalmente durante as Campanhas Eleitorais.
As riquezas desonestas com um dinheiro sujo, trazem muitas consequências de teor negativo para a população. Isto pode acontecer no campo religioso, expressando uma fé desligada do compromisso com a ética e com a moral cristã. Temos muitos líderes religiosos desonestos, passando por cima dos princípios indicados pelo Evangelho, desabonando a identidade de sua instituição.
A prática da justiça e da caridade precisa estar acima dos interesses egoístas. Todos nós somos administradores dos bens da criação, mas não sendo maus servidores, e até aproveitadores da situação. Na visão bíblica de Jesus, o administrador desonesto não passa de um “filho das trevas”, porque ele age com astúcia e por caminhos tortuosos, causando prejuízo para o bem público.
Arcebispo de Uberaba.
Leia também:
"Demos passos para que a Igreja possa dar passos"
Economia de Francisco e Clara: uma resposta a partir dos territórios
"Ser a expressão da misericórdia e do amor do Papa com os pobres"
Enfrentamento ao tráfico de pessoas
Grito dos excluídos: Deus nos ouve...
Tempo de sonhar, política para o bem comum
Seguir Jesus no caminho de sua missão
Catedra universitária Dom Cláudio Hummes
Camapanha eleitoral 2022
Só irmão, só...?
A escuta é o remédio para os males do nosso tempo
Você é pró vida ou contra o aborto?
O aspecto sedutor das redes sociais na vida das pessoas
Seminário dos bispos referenciais para o Laicato e as CEBs
"Para trabalhar na Amazônia, temos de nos colocar no lugar daqules que vivem lá"
9º Encontro de CEBs - Uma caminhada sinodal
CNBB 70 anos: Seminário Nacional
Acesse este link para entrar nosso grupo do WhatsApp: Revista O Lutador Você receberá as novas postagens da Revista O Lutador.