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30/05/2021 Ir. Afonso Murad Edição 3936 Vamos cantar os louvores a Deus, junto com Maria?
F/ Fano - Dioc. Málaga
"Maria não repete simplesmente o passado, e espontaneamente ela vai mudando a letra da música. Como Ana, ela exulta de alegria em Deus, salvador! Vai além. Reconhece que o Senhor fez maravilhas nela. Isso não é motivo de orgulho, e sim de gratidão."

Irmão Afonso Murad

Como é bom cantar! Santo Agostinho dizia que os cânticos religiosos são uma oração em dobro. No tempo de Jesus, as pessoas entoavam de cor vários hinos e Salmos, que hoje encontramos na Bíblia. Nos grandes momentos de festa, o canto era acompanhado de danças. Se você abrir o livro dos Salmos, encontrará várias expressões de oração: louvor, ação de graças, pedido de perdão, recordação da atuação de Deus na Criação e na libertação do povo, preces de confiança, clamor  o sofrimento e na perseguição, renovação do compromisso da aliança, ditos de sabedoria, orações dos peregrinos para o templo. O evangelho de Lucas nos oferece também algumas orações e cânticos: do pai de João Batista (Lc 1,67-79), do velho Simeão (Lc 1,29-32), de Jesus (Lc 10,21), e de Maria (Lc 1,46-55).

O cântico de Maria foi chamado pelos católicos de “Magnificat”, por causa da primeira palavra de sua tradução em latim.  Ela significa: engrandecer, exaltar, reconhecer como Deus é magnífico! Imagine a cena: Maria chega na casa de Isabel e Zacarias, cansada da viagem, mas radiante de alegria. Saúda sua parenta: Shalom! A paz esteja com você! As duas mulheres, uma jovem e a outra, idosa, se abraçam carinhosamente, trocam uns beijos no rosto. Isabel proclama que Maria é feliz, por que acreditou na promessa de Deus! (Lc 1,45). A reação de Maria não podia ser outra: começa a louvar a Deus por aquilo que estava acontecendo com as duas. Então, ela lembrou do Canto de Ana, a mãe de Samuel (1 Samuel 2,1-11). Essa mulher era estéril, e por causa disso era humilhada e deixada de lado. Quando Deus lhe deu a graça de um filho, ela cantou os louvores de Deus e afirmou, com valentia, que o poder dos fortes foi quebrado e que os fracos sairão da opressão e serão promovidos.

Mas Maria não repete simplesmente o passado, e espontaneamente ela vai mudando a letra da música. Como Ana, ela exulta de alegria em Deus, salvador! Vai além. Reconhece que o Senhor fez maravilhas nela. Isso não é motivo de orgulho, e sim de gratidão. Ela diz para Deus: olha, como estou muito feliz, pois sinto que Sua misericórdia se estende a todos os que O respeitam (Lc 1,50)! A seguir, Maria canta a Deus com a força e a esperança dos profetas: Os poderosos não ficarão para sempre nos seus tronos! O Senhor fará justiça aos pobres e pequenos. Todos terão direito a uma vida digna, a começar da alimentação (Lc 1,51-53)! Assim, ela já antecipa as bem-aventuranças e as advertências de Jesus (Lc 5,20-24). E, por fim, como Maria se sentia membro do seu povo, ela agradece porque Deus é fiel às suas promessas. Nós fazemos parte dessa história! Deus nos socorre e nos acompanha!  Desde a hora que Abraão sentiu o apelo do Senhor, deixou tudo e partiu com sua mulher em direção à nova terra (Lc 1,54-55).

Eu imagino que enquanto cantava, Maria chamou Isabel para dançar, numa ciranda que vem até nós, hoje! Nessas duas mulheres grávidas até hoje a humanidade se reconhece como capaz de gerar vida, cuidar dela, resistir, estabelecer laços de ternura e recriar a esperança. Vamos cantar os louvores de Deus, com Maria! Vamos proclamar a justiça e a misericórdia de Deus. Amém!

* Professor universitário e pesquisador na Faculdade Jesuita (FAJE)

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