Por Da redação
A trajetória de Pe. Júlio Maria de Lombaerde ganha novos contornos com a notícia de que o missionário belga, cuja vida marcou profundamente o Norte do Brasil e também Minas Gerais, avança em seu processo de beatificação. Mais do que resgatar memórias, este reconhecimento ilumina uma figura que soube unir evangelização, compromisso social e um olhar profundamente humano sobre as realidades mais vulneráveis.
Chegado à Amazônia em 1913, Pe. Júlio se deparou com uma região marcada pela precariedade social e pela quase ausência de estruturas básicas de saúde e educação. Longe de se deter diante das dificuldades, lançou-se à missão com vigor: acolheu crianças abandonadas, lutou contra doenças que assolavam a população e abriu caminhos para que a educação chegasse onde o Estado ainda não alcançava. Seu nome permanece vivo na capital amapaense — inclusive na avenida que o homenageia — como sinal do impacto transformador de sua presença.
Seu impulso missionário, porém, não se restringiu ao Norte. Em Manhumirim (MG), Pe. Júlio fundou duas congregações, uma masculina e outra feminina, implantou escolas, hospitais, orfanato, jornal semanal e obras sociais, consolidando uma visão pastoral integral que conectava fé, formação e promoção humana. Fundador da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, ele deixou como legado uma espiritualidade marcada pelo binômio “amor e sacrifício”, que inspiraria toda a sua ação evangelizadora.
O processo de beatificação, atualmente em curso, representa para a Igreja no Brasil mais que um reconhecimento oficial. Ele aponta para a necessidade de resgatar figuras que traduzem o Evangelho em gestos concretos, capazes de tocar e transformar realidades. Numa época em que a sociedade anseia por testemunhos autênticos de serviço e esperança, Pe. Júlio emerge como um farol: um sacerdote que viu Cristo nos pobres, que dialogou com a cultura local e que não hesitou em entregar sua própria vida por aqueles que mais precisavam.
Celebrar a memória de Pe. Júlio Maria é, portanto, revisitar uma página luminosa da história missionária no Brasil. É reconhecer que o Norte — muitas vezes esquecido — foi palco de uma das mais belas expressões de santidade pastoral de nosso país. E é, sobretudo, renovar o compromisso de seguir seu exemplo, tornando a Igreja cada vez mais próxima, solidária e comprometida com a vida em todas as suas dimensões.
O processo de beatificação, iniciado em 2015 com a autorização do Vaticano, atesta que sua vida e obra são consideradas dignas de análise para eventual elevação aos altares. Se comprovadas virtudes heroicas e milagres atribuídos à sua intercessão, a beatificação fortalecerá para a Igreja um modelo concreto de santidade encarnada — de compromisso social, fé viva e caridade operosa.
Em tempos em que tantos clamam por exemplos de altruísmo e coragem pastoral, a causa de beatificação de Pe. Júlio Maria nos convida a revisitar suas obras, a conhecer seus escritos — e, sobretudo, a inspirar-se em sua entrega sacrificial ao serviço de Deus e dos irmãos.
Aos pés da estátua de Nossa Senhora, na Praça de Espanha, o Papa Leão XIV rezou para que “floresça a esperança jubilar em Roma e em todos os cantos da terra”. Expressou o desejo de que, após as Portas Santas abertas para o Jubileu, se abram outras portas de “oásis de paz onde floresça a dignidade” e “se eduque à não-violência”.
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A trajetória incansável de Pe. Júlio Maria de Lombaerde — missionário que marcou profundamente a Amazônia e Minas Gerais — ganha novo destaque com o avanço de seu processo de beatificação, reafirmando sua relevância para a Igreja no Brasil e seu legado de fé, caridade e compromisso social.
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