Luis Miguel Modino
Regional Norte1
Cuidar dos vulneráveis é uma necessidade, ainda mais nos espaços eclesiais. O Papa Francisco afirma que “o abuso, em todas as suas formas, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida em seu florescimento. Em vez de florescer, a pessoa abusada é ferida, às vezes de forma indelével.” Ele tem se empenhado na prevenção desse crime nos espaços eclesiais, publicando a Carta Apostólica Vos Estis Lux Mundi, a fim de estabelecer procedimentos claros e objetivos diante desta situação.
No Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), foi criada a Comissão Metropolitana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis, anexada ao Tribunal Eclesiástico, com cinco membros, que também conta com responsáveis pelas dioceses, prelazias, o Seminário São José, a Faculdade Católica do Amazonas e a Caritas Arquidiocesana de Manaus.
Para avançar nesse caminho foi elaborado o “Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”. O Regional Norte1 assumiu essa causa há 8 anos, mas ainda não tem um trabalho sistemático nos espaços eclesiais, passando com o decreto a trabalhar isso nos espaços eclesiais para evitar ter que curar depois as feridas, segundo mostraram os membros da comissão aos participantes na Assembleia Regional, realizada em Manaus de 16 a 19 de setembro.
Segundo os membros da Comissão, a Igreja católica perdeu a credibilidade em consequência dos abusos e recuperará essa credibilidade com o trabalho de prevenção desses abusos. Para isso se faz necessário ser claros, falar abertamente nos espaços eclesiais: catequese, grupos de jovens, grupos de coroinhas, Pastoral Familiar, com um olhar para dentro do espaço eclesial. Isso para conseguir que os espaços eclesiais sejam espaços saudáveis.
Para isso é necessário que essas temáticas entrem na pauta, dado que há um tabu imenso nos espaços eclesiais em falar sobre a sexualidade saudável. Não podemos esquecer que é responsabilidade de cada um de nós construir uma cultura sem violação de direitos. Esse é um caminho lento, que exige capacitação constante, e nesse sentido o Manual é um suporte para o Regional.
Os membros da Comissão apresentaram as diversas partes do Manual insistindo em que cada igreja local tem que definir os compromissos que irá assumir e onde e como vai ser trabalhado o Manual. Igualmente foi insistido nas atitudes práticas a ser tomadas, resolvendo as dúvidas dos participantes da assembleia.
Fotos: LM Modino